The Forgotten Feeling [PT-BR]

Soft Chapter

                  |Ponto de vista de Bill|

Eu sabia que Cheryl estava bem e isso era tudo que importava para mim. Eu queria tanto ir vê-la, mas deixei isso para Taylor.

E então, vendo como as duas meninas não estavam preparadas para conversar conosco, não forcei. Taylor explodiu e Tom nem reagiu. acabei de assistir Taylor amaldiçoá-lo. E quando ela voltou para o quarto com Cheryl, ele se virou e se afastou de nós, sozinha.

Ele provavelmente disse a si mesmo que era um pesadelo e que acordaria mais cedo ou mais tarde. Eu conhecia Tom e percebi que ele não aguentava mais, se pudesse começar tudo de novo, ele o faria.

Porém... ele já teve essa chance, mas perdeu.

Fiquei com raiva dele, cansei dele não perceber as coisas e esquecer de um dia para o outro como se não fosse nada. Mas acho que naquele momento, quando Taylor desejou que ele morresse, ele finalmente entendeu.

Cheryl teve que ficar dois ou três dias no hospital sem que eu a visse. Foi difícil, porque nos deixou emocionados e choramos de novo. Eu não acho que posso aguentar.

— Bill, acho que deveríamos ir para casa. Suspeito que Taylor queira voltar para casa hoje à noite. — disse Gustav, colocando a mão no meu ombro.

Suspirei e me levantei da cadeira concordando.

— Já tivemos sorte dos médicos cuidarem dela — disse Georg ao meu lado.

— Realmente.. — eu disse, olhando para o chão.

              |Ponto de vista de Cheryl|

A única vez que Taylor esteve nesse estado, eu não pude nem ajudá-la, confortá-la, eu estava entorpecida demais para sequer levantar um braço para acariciar seu ombro.

Sua cabeça estava apoiada na cama, na altura dos meus joelhos, com o rosto escondido, enquanto ela estava sentada em uma cadeira ao meu lado. Eu podia ouvir seus soluços enchendo a sala sob o som constante do meu eletrocardiograma.

Eu ouvi o que ela gritou para Tom e acho que todos devem ter ouvido. Mesmo não estando preocupada, chorei com ela. Porque eu conseguia entendê-la, e ela também, nós nos entendíamos. Talvez eu não tivesse vivido tanto quanto ela, mas também não tinha escapado deste mundo angustiante.

— Cheryl, você acha que fiz as escolhas certas? — resmungou Taylor sem olhar para mim.

— As escolhas não precisam ser boas ou ruins, o objetivo é que você não se arrependa delas.

- Então você se arrepende delas?

- Não sei...

Respirei fundo, esquecendo a dor de colocar minha mão nas costas dela para acariciá-la suavemente.

— Você se lembra da nossa discussão? — Perguntei a ela, o que a fez levantar a cabeça para mostrar sua cara de choro.

— "Estarei sempre com você Taylor, prometo te ouvir e te aconselhar. Ainda vamos nos conhecer." — sorri, dizendo palavra por palavra o que havia dito para ela naquele dia quando estávamos no jardim debaixo de chuva fazendo aparecer um arco-íris.

— Agora nos conhecemos. — ela sorriu de volta.

— Não quero que seja eu quem dirija as suas escolhas na sua vida. Quero te ajudar a melhorá-las, a ver as coisas mundanas como coisas originais, a ver as coisas atrozes como desafios superáveis, a ver a chuva como aguaceiros. Você é tudo para mim Taylor, você é a única pessoa com quem tenho um vínculo tão forte.. — eu disse deixando minhas lágrimas escorrerem.