Pity For Oblivion

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Senti um calor na panturrilha, que foi me queimando aos poucos. Abri os olhos e olhei para minha panturrilha, que queimava com os raios de sol que entravam pela janela.

Eu gemi enquanto rolava da cama, mas sem sorte caí no chão.

- Porra. — xinguei, sentando sem jeito.

Eu casualmente fui para o meu banheiro do outro lado do corredor. Olhei para meu reflexo no espelho e pulei quando me vi.

- Merda. — comecei a abrir a torneira.

E de repente me lembrei que tinha que ir trabalhar hoje, olhei o relógio que estava pendurado na parede à minha direita e eram 7h56.

Desabei contra a pia, xingando Shiori todos os nomes enquanto lavava o rosto.

Já era tarde demais para eu ir trabalhar, chegaria mais de 2 horas atrasado, então decidi não ir e fingir que estava doente.

Coloquei jeans simples e uma blusa preta justa de mangas compridas com ombros nus depois de me lavar silenciosamente.

Coloquei uma bandana verde no pulso, mesmo não sabendo de onde ela veio, ela estava na minha mão quando acordei e tinha algum tipo de valor sentimental.

Não sequei o cabelo deixando-o como estava e saí do banheiro.

- Ok, Taylor, então, seja produtiva hoje. — murmurei encorajadoramente. Tive que aproveitar meu tempo livre para fazer coisas que não pude fazer por falta de tempo.

Fui até o calendário e olhei para as anotações ao lado dele.

Suspirei vendo que tinha muitas coisas para fazer então optei pelo meu cartão de transporte, não tive tempo de fazê-lo quando cheguei. E se eu quisesse chegar ao trabalho com mais facilidade e sem gastar gasolina, tinha que me acostumar com o transporte público.

Peguei minha bolsa e rapidamente calcei os sapatos enquanto saía de casa depois de me despedir da bola de pelo.

                                 •••

PORRA, QUE CADELA! — Gritei na frente da bilheteria da estação.

Os transeuntes se viraram para mim surpresos com meus gritos.

Eu tinha esquecido que eram apenas 8h30 e a bilheteria abre às 11h. Olhei com pena para as venezianas fechadas à minha frente e me afastei dele, indo para um café não muito longe daqui para passar um tempo.

                                 •••

- Um machiato, por favor, com muffin de caramelo. — pedi à garçonete que estava anotando a comida.

- Bem, isso será tudo? — ela perguntou, me mostrando seu melhor sorriso.

Assenti e ela saiu depois de colocar uma base para copos na minha mesa.

Peguei meu telefone e tentei ligá-lo, mas não funcionou, e lembrei que não o carregava desde ontem.

- Ótimo. — eu disse ironicamente jogando meu celular violentamente em cima da mesa.

- Tem alguém chateada pelo que vejo — disse a jovem garçonete, colocando na mesa o que eu havia pedido.

Eu bufei divertida e a observei voltar para o bar com sua roupa justa e sexy. Eu pude ver o crachá dela e ela

chamava-se Lennie.

Não foi a primeira vez que vim aqui, conhecia esta cidade como a palma da minha mão.

De repente, senti uma mão em meu ombro e me virei reconhecendo Hannah. Ela sentou-se à minha frente olhando para mim.

- Você me assusta me olhando assim. — eu disse em dúvida.

- O que você está fazendo aqui, afinal?

Ela continuou a me encarar por um tempo e pegou um pedaço do meu muffin.

Ela continuou a me encarar por um tempo e pegou um pedaço do meu muffin.

- O que é-

- Silêncio, estou ouvindo. — disse ela, me interrompendo até que percebi que ela não estava olhando para mim, mas atrás de mim.

Virei-me discretamente e vi o jornal da manhã na TV.

- Você assiste as notícias sozinha? — Eu perguntei a ele, tirando meu muffin de suas mãos.

- Não, mas você acredita? Tom Kaulitz não estava morto, aquele bastardo? — ela disse, pegando o muffin de mim para pegar outro.

Suspirei divertido com sua atitude e assisti TV novamente.

- Li no jornal que eles foram vistos há pouco tempo e que uma senhora presenciou.

- Hm, estranho, ainda não houve banho de sangue — disse ela cruzando os braços e deixando minha comida em paz.

Afastei-me da tela para olhar para ela.

- E pensando bem, acho que os vi há uns três meses...

- VOCÊ OS VIU!? — ela exclamou, inclinando-se em minha direção se ela não estivesse deitada na mesa.

- Calma... — eu disse, empurrando seus ombros para colocá-la de volta no assento com calma.

- Enfim, o que você está fazendo aqui Hannah?

- Estamos em um café, então queria tomar um café.

Olhei para o meu muffin e então o comi

olhei para cima levantando a sobrancelha.

- Você vai ter que levar mais que um café para compensar. — sorri.

Ela sorriu timidamente de volta e acenou para Lennie.

- E o que você está fazendo aqui? — ela perguntou, girando a colher em seu café.

- Queria ir ao balcão da estação mas está fechado. — suspirei.

- Você está louca, eu vejo, e me pergunto por que. — ela insinuou.

- Bom, escute, no fim das contas não ficamos muito tempo nesse show.

- Eu sei que Shiori chegou em casa super cedo, e ouvi dizer que Hiro estava ainda tão pegajoso que chega a ser desconfortável — disse ela, imitando um arrepio.

- Sim... Ele até me disse que tem uma queda por mim, eu quero morrer.

Nós rimos por um tempo enquanto terminávamos silenciosamente nossa comida e o muffin que ela me deu depois.

Ela me convidou para pagar e saímos do bar conversando como costumávamos fazer.

   Pvd Cheryl

Eu estava sentado a poucos metros dela, nossos olhos se encontraram, mas ela nem sequer se encolheu. Ela realmente se esqueceu de mim, dói muito.

Eu a observei sair com essa garota que eu invejava com toda a minha alma, queria pegar meu chá quente e derramar na cara dela para que Taylor fosse minha.

- Urh. — eu suspirei, caindo sobre a mesa.

Eu não queria ser notado agora que era visto como membro da gangue. Fui chamada de branca de neve nos jornais, meu cabelo era de um loiro bem clarinho que me fazia ser avistado de longe e eu não queria mais tirar fotos minhas, então muitas vezes colocava meu capuz para tentar escondê-los.

Os meninos não iam a lugares lotados, sentiam-se mal por estarem tão fracos e indefesos. Tinham perdido a vontade de massacrar desnecessariamente, a sede de sangue não tinha desaparecido completamente mas estava menos presente.

Tom a viu em um show não muito tempo atrás com um cara, ele presumiu que estava dando em cima dela e isso realmente o irritou.

Não adiantava explicar ao Tom que era o risco, que ela iria recomeçar a vida sem nós, sem se lembrar dos momentos dolorosos. Mas ele não queria entender, estava muito magoado com o seu esquecimento.

Eu teria gostado de conhecê-la novamente, todos nós teríamos gostado. Mas, para sua segurança moral, era melhor permanecer nas sombras. Quem sabe como ela reagiria se de repente se lembrasse, quem sabe se ela ainda iria querer a nós ou a Tom.

A polícia queria colocar a gangue atrás das grades de uma vez por todas, mas lamentou muito tê-los deixado sozinhos.

The Forgotten Feeling [PT-BR]Onde histórias criam vida. Descubra agora