Why Not

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Levantei a cabeça em direção à porta, ela se abriu para Tom que vinha em minha direção.

- Você queria ver minhas cicatrizes? Bem, é hora, querida — ele disse tirando o suéter e deixando a camiseta.

Ele tinha um talento especial para fazer as coisas na hora errada, mas foi isso que ele conseguiu me fazer esquecer.

Queria clarear a cabeça, tinha que me preparar para o jogo, e quem sabe... talvez eu consiga.

Ele veio na minha frente enquanto eu me sentei na beira da cama levantando minha cabeça para a dele.

Ele levantou a camisa para me mostrar seu quadril e pude ver uma cicatriz.

-É o meu favorito — ele disse tirando completamente a camiseta.

Ele pegou minha mão e colocou-a suavemente sobre sua cicatriz branca.

- Naquele dia em que estávamos na loja, naquele dia em que você se preocupou com a minha sobrevivência. — ele sorriu, pressionando com mais força meus dedos contra ele.

- Estávamos na escuridão total tentando desesperadamente nos encontrar enquanto você era agredida por esse psicopata — ele disse franzindo a testa.

- Ele me deixou inconsciente e você correu em minha direção implorando para que eu continuasse vivo, você me implorou para não te abandonar enquanto gritava comigo dizendo o quanto me odiava.

Ele riu, deixando escapar um suspiro de seu nariz acariciando minha testa. Seu hálito era quente, eu diria até quente.

- Você se lembra? — ele perguntou soltando minha mão, mas eu a deixei em sua pele traçando a linha branca em sua carne.

- Fiquei com medo — falei, começando a lembrar dessa passagem.

Foi tão difícil, eu queria pular nele para pressionar agressivamente meus lábios nos dele, eu precisava dele, precisava do amor dele... Mas eu me proibi, não queria cair na armadilha, ainda não.

Eu gentilmente removi meus dedos e ele desabotoou o cinto, mas eu imediatamente desviei o olhar.

- Não desvie o olhar meu anjo, olhe para mim. — disse ele pegando meu rosto para me fazer olhar.

Olhei para suas coxas, ambas vestidas com dois buracos roxos.

- Ai meu Deus — eu disse olhando as cicatrizes de bala.

- Você acha que poderia me explicar sozinha? — ele perguntou, soltando meu rosto e sentando-se ao meu lado.

Seu braço nu roçou o meu enquanto ele olhava para mim com suas assustadoras íris negras.

- Isso foi antes de eu sentir aquela pontada na garganta — eu disse, colocando a mão na nuca.

- Hm — disse Tom, balançando a cabeça.

- Tom, não sei mais o que pensar — eu disse, deixando cair a cabeça em seu ombro.

- Você se lembra daquela noite? No carro? — ele perguntou, enrolando uma mecha do meu cabelo em seus dedos.

- O carro?

- Solte.

- Se você quer que eu me lembre dos momentos que passei com você, me explique tudo, Tom. — eu disse, levantando a cabeça de seu ombro.

Olhei para ele enquanto ele desviava o olhar.

- Não, é que você não gostou do meu comportamento, só isso — ele respondeu.

Havia o branco, eu sabia que ele estava escondendo algo de mim e ele também sabia que eu não era tão ingênua.

Ele se abaixou, enfiou a mão nas calças e tirou um isqueiro.

The Forgotten Feeling [PT-BR]Onde histórias criam vida. Descubra agora