capítulo 1

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Angelina Stolen

   Tive um dia de merda. Acabo de ser demitida de um emprego que eu estava à 2 anos e eu trabalhava muito bem, até pensei que iam me promover mas foi totalmente o oposto disso, e infelizmente briguei com meus pais, detesto brigar com eles já que são minha única família aqui em Paris.

   Agora eu estou em casa com minha melhor amiga July. Ela tenta me animar mas infelizmente a missão é um fracasso. Como eu havia dito, preciso de emprego porque pagar aluguel é caríssimo e como a July tem muitos contatos, ela disse que conseguiu uma entrevista de emprego para mim.

—Docinho, manda seu currículo. Disseram-me que ele precisa de uma nova babá para o seu filho. — me influencia a entregar o currículo.

   Sorrio, ela me chama de docinho toda vez e sempre fico boba é impressionante, se não fosse por ela eu acho que não saberia como sobreviver na vida adulta porque na maioria das vezes fui muito inocente com várias coisas e July sempre me ajudou a parar de ser trouxa, isso foi no sexto ano do fundamental. Hoje somos adultas muito responsáveis.

—Tá bom July, amanhã de manhã eu faço isso ok ? —deito no sofá e ligo a televisão.

—Imaginei que você diria isso, e por precaução eu já tinha feito seu currículo, docinho.—ela diz, metidamente. —amanhã eles vão te ligar e é bom você ir, isso não foi de graça.

   Essa garota é inacreditável. Como pode, ela me conhecer melhor do que eu mesma ???? Mas como eu não tenho coragem de brigar com a July por isso, simplesmente aceito o que ela fez por mim de bom grado.

—O que seria de mim sem você? —sorrio.

—Ia morar embaixo da ponte, com certeza— sorri. —Tô indo para o meu quarto, boa noite e não demora dormir.

   Ela me deu um beijinho na testa e saiu. O sono me pega depois de uns 10 minutos vendo um programa de culinária extremamente chato, então desligo a televisão e subo para o meu quarto.

   Espero que amanhã seja um dia bom. Ah docinho obrigada por tudo, você tem um lugar reservado no céu. Fico imaginando abobrinha até o sono vir ao meu encontro.

Angelina

   Oh merda! Me xinguei de todos os nomes possíveis, como pode alguém desligar o próprio despertador dormindo???. Levantei correndo e fui pegar o celular que estava carregando. Quando o destravei vi o suposto e-mail que a empresa ficou de me mandar e noto que isso foi a 1 hora atrás. Ótimo, acordei atrasada!

   Corro para o banheiro e faço toda minha higiene na velocidade da luz. Saio do banheiro enrolada na toalha e vou correndo para o closet procurar minha roupa formal, que separei ontem de noite antes de dormir, não usava faz tempo e para melhorar meu dia quando eu fui vestir tinha um buraco enorme!

—Mas não é possível! — fico tão frustrada que digo meus pensamentos em voz alta.

   Tiro a roupa e jogo em cima da cama, parece que cada blusa que eu experimentava ficava pior ainda, Deus isso é um castigo? Olho ao redor e vejo a bagunça que meu quarto se encontra...depois eu me viro com isso.

   Depois de várias tentativas falhas eu acho uma blusa rosa florida que combinava com a saia longa branca. Desci as escadas pegando tudo que eu precisava e dei uma olhada no espelho ajeitando meu cabelo preto, que por sinal era a única coisa bonita em mim, na minha percepção e lembra muito à minha mãe.

   Minha mãe morreu em um acidente de carro e meu pai foi o único que sobreviveu no dia, sinto falta da mamãe todos os dias. Meu pai se casou novamente e ganhei um irmão postiço, na verdade nós nos damos muito bem eu não adoro minha madrasta mas como perdi minha mãe biológica muito nova adotei a esposa do meu pai como minha mãe também.

   Enfim, corri para achar um táxi mas na hora que eu percebi a sua lentidão decido simplesmente pedir para descer. Claramente não estou muito longe do local da entrevista, porque eu não sou doida de sair correndo atoa. Pego o dinheiro na minha bolsa e entrego pro taxista e saio do veículo correndo achando que era uma ideia muito sensata da minha parte. Pelo menos tentei porque com salto é foda, e sempre olhando para o meu relógio de pulso. Que o universo me abençoe.

   Faltavam 5 minutos e esse maldito elevador não chega, que demora. Um lugar de luxo desse e o elevador pior que o do meu prédio. Quando eu via esperança no final do túnel eles vão la e tampam o buraco, saiu uma criança dos cafundó de judas e me derrubou no chão, acredita?

   Ah pois me levanto rapidamente e vou pedir educadamente para a criança se desculpar. Quem é o pai desse ser que deixa ele correr por aí achando que é parque de diversões?

—Ô meu anjo, você não pode ficar correndo por aí no meio dos outros — me abaixo para ficar da sua altura. —Você deveria pedir desculpas à mim, não acha?

   O garoto riu e negou. Não fico tão embasbacada com sua atitude. A arrogância vem de família!

—Ah velhoca, você deveriar falar direito comigo. Por acaso sabe quem eu sou? Meu pai é dono daqui. — dá de ombros e volta a tocar o terror no saguão.

   Menininho metido, nariz empinado. Já não fui com a cara desse serzinho, mas não digo nada porque sou madura o suficiente. Porém, minha vontade é falar " criança, seu pai pode ser o Justin Bieber, que mesmo assim você não é mais especial que ninguém." Pensa numa pessoa que queria lacrar uma criança, era eu.

   Enfim, eu entro no elevador e vi que fiquei mais de 3 minutos discutindo com a criança, merda! Meu dia só piora.

   Quando o elevador chega no meu andar, eu corro até a recepcionista e digo meu nome, em seguida meus dados necessários. Não demora muito para que ela me leve pra sala do seu chefe, que futuramente se o universo permitir, será meu também.

   Escuto um "entre" vindo de trás da porta do escritório, e respiro fundo. Antes que eu pudesse entrar, ela me deseja boa sorte, não entendo nada e quando fico nervosa começo a suar.

Virei babá do filho do CEOOnde histórias criam vida. Descubra agora