Virei babá do filho do CEO

capítulo 10

Angel

   Kai está dentro do escritório com a noiva, Jéssica, tem quase 15 minutos. Eu sei que deveria cuidar da minha própria vida, que cai entre nós está uma bagunça, mas estou curiosa demais para me preocupar com ela. Sinceramente, queria ser um mosquito só para saber o que estão falando.

   Ouço passos, de salto, vindo de dentro da sala e me encosto na parede, da melhor jeito que posso para não ser notada, na esquina do corredor. A porta do escritório é finalmente aberta e dela sai a Jéssica.

   A sua roupa é impecável e o cabelo nem se fala...é mega hidratado. É involuntário, quando volto a mim mesma, percebo que automaticamente me comparei com a noiva do meu chefe e o resultado foi: me senti péssima. Sei que não deveria me comparar ninguém, cada um tem sua beleza, mas na vida real isso é tão complicado. Nós, mulheres, somos constantemente julgadas e comparadas às outras mulheres pela sociedade, com frases do tipo " deveria emagrecer" ou algo claramente contraditorio "Deveria engordar mais, está muito magrela." Tudo isso, para no final, seguirmos um padrão idiota imposto por pessoas idiotas. Claramente não posso negar a beleza da Jéssica, se eu fosse homem também me casaria com ela.

   Quando ela vira a esquina do outro corredor, seus cabelos dourados brilham, assim como as estrelas no céu. Instintivamente, olho para o Kai mas percebo sua feição irritada. Então, automaticamente volto a me esconder e prendo a respiração na hora em que o pescoço do Kai vira na minha direção. Droga!. Claro que ele me viu!. Infelizmente, não sou tão discreta quanto gostaria. Para a minha sorte ou azar, ele volta para dentro do seu escritório e fecha a porta fingindo que não me viu.

   Ando rápido até o meu quarto, quero fingir que não vi absolutamente nada. Quando entro no meu quarto, tenho a intenção de tomar banho. Entretanto, sou interrompida por uma ligação do meu pai, que dia incrível. Prendo meu cabelo em um coque qualquer já que está quente para um caralho, eu pego o telefone que estava em cima da bancada e atendo.

— Oi pai, você está bem?

  Eu levo a unha até a boca e mordo o cantinho, fico nervosa toda vez que ele me liga. É inevitável não roer a unha.

—Tudo sim, queria confirmar sua presença no jantar de sexta —diz. Tenho 2 dias para pensar.

—Ah ok, o Antony vai ? —pergunto o paradeiro do meu irmão postiço.

—Sim, até sexta florzinha —diz. —Tenho que desligar, a empresa precisa de mim — é isso que faz, encerra a chamada. Sempre é assim.

   As vezes me pego olhando para meu fundo de tela do chat do meu celular que é minha mãe e eu bem pequenininha. Sou apaixonada por essa foto. Ver minha mãe sorrindo é uma das minhas únicas coisas que me motivam a viver.

   Vou fazer um resumo sobre minha família: Antony é até que legal para um irmão postiço, diferente da mãe que é um ser insuportável. Maddie, minha madrasta, é a atual mulher do meu pai, que na época em que ele era casado com minha mãe, a Maddie era amante, mas mesmo assim eu tentava ao máximo me dar bem com ela, infelizmente só descobri quando tinha 17 anos e minha mãe já estava a 7 palmos do chão, que beleza. Nos dias bons tento suportar a Maddie e sua incrível falsidade, nos ruins prefiro não ficar perto.

   Minha mãe era parecida comigo, ou melhor...eu sou parecida com ela, o cabelo grande e liso da cor preta. Além disso, me falaram que meu sorriso é idêntico ao dela. Minha mãe era meu porto seguro e inspiração quando ela morreu eu era nova demais para entender porque alguém à levou. Com o tempo, parei de frequentar a igreja acreditar em Deus. Como posso confiar em alguém que levou a minha mãe, um ser puro e feliz, para o céu ou para qualquer outro lugar depois da morte. Antigamente, eu guardava ódio mas percebi que não vou me desgastar com isso. Com o tempo, é perceptível o quão injusta é a vida, ela leva pessoas boas e deixa as más na Terra.