capítulo 21

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Angelina Stolen

   Depois que o Kai saiu, minha ficha finalmente caiu. Não somos nada um do outro além de parceiros de flerte. Lá no fundo, talvez eu tenha interesse nele. Do jeito que está minha vida amorosa, eu nem me importo mais. Ele vai ser só mais um cara na minha pequena lista de relacionamentos e eu serei alguém insignificante em sua gigante lista de relacionamentos.

   Não posso me dar o luxo de usar a desculpa que ele está noivo, porque eu ouvi uma conversa dele com a Jéssica enquanto estava no hospital. Fingi que estava dormindo e escutei a conversa toda. Claro que fiquei chocada no começo, mas prometi para mim mesma que não diria nada. Esperarei ele tocar no assunto, se tocar.

   Viro, pego meu telefone que estava na cômoda e simplesmente vejo que tem 15 notificações do chat de conversa, sendo elas 9 mensagens e 6 ligações do meu pai. Me pergunto o que infernos ele quer dessa vez ele nunca me liga. Abro a conversa e está lá:

*Logan Stolen* : Angelina, preciso que você venha para casa.
*Logan Stolen* : Urgente.
*Logan Stolen*: se você não aparecer vai ficar ruim para o seu lado.
*Logan Stolen*: ANGELINA! Venha para casa.
*Logan Stolen* : Está encrencada, melhor ver as mensagens antes que eu faça algo com você.
*Logan Stolen* : Angelina!
*Logan Stolen*: Atende a merda do telefone.
*Logan Stolen* : Sua vadiazinha, tem o celular de enfeite?
*Logan Stolen* : estamos indo para o hospital, a Maddie perdeu o bebê.

   Ler essas mensagens já me deu dor de cabeça. Eu tenho certeza que ele está bêbado, aliás quero saber que responsabilidade tenho com essa família.  Não é possível me ligarem por causa disso, nunca fui considerada parte dela.
Engraçado, não ligo para a Maddie e seu bebê.

   Deito na cama e jogo o celular do meu lado. Quero só fingir que nada aconteceu e dormir até o sol raiar, mas como nada na vida são flores infelizmente tenho que levar o Dean amanhã na aula de japonês e são exatamente 4 horas da manhã.

   Penso nas milhares de possibilidades a se fazer e todas terminam comigo dormindo, no entanto pretendo levantar e tomar um banho gelado para tentar encarar a realidade de uma proletariada inútil.

   Dito e feito, me levanto e vou na suíte que tem no quarto para tomar um belo banho. O banheiro tem o necessário: sabonete, toalha, xampu e condicionador. Enquanto me lavo, a cena do Kai comigo no quarto não sai da minha cabeça. Isso é irritante. Quanto mais tento fingir, mais problema arranjo para mim.

   Depois do banho, subo para o meu quarto sem fazer barulho para trocar de roupa. Quando abri meu guarda-roupa só encontro peças cor-de-rosa. Preciso de algo mais sério. Demorou muito tempo, mas finalmente achei uma blusa de manga comprida azul escura e uma calça jeans de cintura alta.

   Coloco a roupa no meu corpo e escolho os acessórios. Encaro o relógio e vejo que são quase 6:30, então aumento minha velocidade. Após ter ficado pronta, saio do meu quarto e vou acordar o Dean. O garoto precisa se arrumar e tomar café da manhã.

Bato três vezes na porta do Dean e entro. Ele está tão bonitinho dormindo que sinto pena em acordá-lo. Seu quarto cheira a neném. que graça.

—Dean, vamos acordar? —disse e dou um beijinho em sua testa.

—Só mais um pouquinho —resmunga e vira para o outro lado. 

   Como eu sei que é uma batalha perdida tentar acordá-lo pego Dean no colo e ele me abraça. A banheira já está quente e pronta para ser usada. Ele está um pouco dorminhoco, mas daqui a um tempo ele desperta totalmente. Coloquei uns brinquedos para entreter o garoto.

   Dou banho nele e visto uma roupinha, logo em seguida passo um perfume e penteio seu cabelo. O Dean sai do quarto e desce as escadas para tomar café enquanto arrumo sua cama. Quando eu termino, desço para comer também, afinal preciso me alimentar porque não sou de ferro.

   Eu queria entender o que passa em minha cabeça. Eu sou indecisa. Uma hora falo para mim mesma que gosto do Kai e na outra finjo que não ligo. Quem estou querendo enganar? Eu sou uma medrosa. Eu acho melhor esclarecer meus sentimentos antes de me precipitar. Talvez ficar longe do Kai faça com que recobre meu juízo.

—Bom dia, Angel —a Tiana me entrega o café e sorri.

   Meus pensamentos somem quando escuto a voz doce da Tiana.

—Bom dia, Tiana. Dormiu bem? —dou um sorriso e entrego a panqueca para o Dean comer.

—Claro, dormir cedo para acordar cedo é importante. —sorri e volta para a cozinha.

—E você Dean, dormiu bem? —tomo um gole de café.

—Dormi sim, cadê o papai? —pergunta esperançoso.

—Ele saiu mais cedo para trabalhar —minto e termino de tomar meu café.

—Ah...entendo —diz um pouco tristonho.

   Sinto muito Dean. Nem eu sei onde está seu pai. E se soubesse me manteria longe por um tempo.

Comemos, tiramos a mesa e fomos para o carro. Eu vou levar o Dean em sua aula e após isso vou ao cemitério. Preciso falar com minha mãe, desabafar. É besteira para alguns, mas para mim é importante.

—Tchau Angellll —sorri e dá tchauzinho.

   Após deixar Dean na aula, dirijo até o cemitério. Apenas eu vou para limpar e conversar com o túmulo da minha mãe. Ela não gostaria de saber o que o papai se tornou e eu nunca contei para ela. Detestaria interromper seu descanso.

—Oi mamãe, trouxe flores —sento e coloco as flores ao lado do túmulo. — Queria alguém para conversar, você foi a primeira que me veio a mente.

   Sorrio e sinto um vento morno me abraçar. Até parece ser a minha mãe, ela tinha um abraço gostoso e caloroso.

—Eu estou trabalhando de babá para um CEO famoso e eu amo meu trabalho, mas estou confusa quanto aos meus sentimentos ao Kai. Sabe, tem hora que ele é gentil e amável, embora pareça um cafajeste. —dou uma risada. —E há momentos em que ele é frio comigo ou indiferente. Eu sou uma bagunça, mãe. Me desculpa te decepcionar.

   Eu me abraço e choro. Eu posso ser uma criança quando estou com a minha mãe. Tenho o direito de ser assim, por isso pouco me importo com a opinião dos outros em minha volta. Esse é o único lugar que me permito ser totalmente sincera. Não sei se minha mãe sentiria orgulho de mim atualmente. Eu sou uma mulher insegura, indecisa, amorosamente instável e idiota. Sei que sou nova e estou sujeita a erros, mas parece que nesse mundo ninguém aceita erros.

—Mamãe, eu queria você aqui comigo. Eu preciso de você —choramingo e limpo meu rosto. —Enfim, bom descanso mãe. Voltarei daqui um tempo, eu te amo.

   Me levanto e limpo a sujeira que ficou em minha roupa. Quando me viro dou de cara com o...Kai?.

—Kai...? —ele me olha de forma estranha. —Você ouviu minha conversa? — ele confirma. —Desde quando? —começo a me preocupar.

—"Eu estou trabalhando de babá.." e você sabe o resto. —fala baixo. —Oi Senhora Stolen. —disse à minha mãe.

—O que está fazendo aqui? —dou um passo para trás.

—Vamos conversar. —oferece sua mão.

   Meio receosa. Aceito mesmo assim. Precisamos esclarecer tudo entre nós. Não somos adolescentes e sim adultos confusos. Enquanto o Kai me guia até um lugar confortável para conversar, fico olhando para o tamanho das suas costas. Eu não deveria estar com esses pensamentos, mas é inevitável, ok? Sou uma mulher fraca e olho mesmo.


//Hoje é meu aniversário mas vcs quem ganham presente. Dois capítulos no mês, uau! Aproveitem 💕🩷💌 Obrigada por me apoiarem de vdd, adoro vcs!!!♡♡♡//

Virei babá do filho do CEOOnde histórias criam vida. Descubra agora