capítulo 23

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Angelina Stolen

   Acordo. Me levanto, calço o chinelo e volto ao escritório do Kai através da  passagem secreta. Ele está trabalhando, extremamente concentrado. Eu acho que tenho uma queda por homens que trabalham de óculos, na real tenho certreza disso.

   Fico onde estou e contemplo sua beleza extraordinária, se eu não soubesse da história verdadeira sobre seu casamento  ficaria com certa inveja da Jéssica. Sendo assim, ele está tecnicamente solteiro e toda a minha preocupação, e culpa, de antes sumiu.

— Angelina, pode sair. Já te vi —diz enquanto digita no computador.

   Escondo minha vergonha de ser "pega" fuxicando. Não deixa de ser vergonhoso uma adulta bisbilhotando o chefe, mas isso é um detalhe que ninguém precisa saber.

— Er...bom dia, senhor Mori. Obrigada por ontem. —passo uma mecha de cabelo atrás da minha orelha e não percebo a formalidade em minha voz

— Não foi nada demais. —diz sério.  — Vai tomar café da manhã. Desço depois e não precisa ser formal comigo.

   Concordo e saio. Não sou uma idiota, sei que ele está com problemas para resolver de uma forma mais pacífica aquilo. Por isso concordei, não um ato submisso ou algo relacionado. Todos sabem do complexo do Kai. Pensei que havia parado com essa idiotice, achar que o mundo está a sua mercê.

   Ao sair bato de frente com algo duro e caio no chão como uma jaca. Preciso de um desconto acabei de acordar, então continuo sonolenta. Olho para cima e um homem, o qual nunca vi, me encara como se eu fosse um inseto. Me levanto sem sua ajuda, pois ele não ofereceu, e tento não revirar os olhos. Deve ser um dos amigos do Kai, a vibe é parecida.

— Me desculpe, senhor. — curvo meu corpo involuntariamente colocando as mãos para tampar qualquer visão dos meus seios.

   Visto apenas uma regata e calça de moletom, mas como tenho peitos grandes qualquer peça de roupa fica vulgar infelizmente. Detesto essa parte da genética, acho que já reclamei mentalmente várias vezes.

    Ele me olha de baixo para cima com olhos...famintos?. Nossos olhos se encontram e sinto um arrepio estranho, parece que vou ser assassinada. Então, como forma de evitar olhar para seu rosto, em seu blazer está escrito um nome: Damon Torrance. Já li esse nome em algum lugar, mas não sei onde.

   Esse homem é extremamente bonito do tipo de cair o queixo, além disso seu porte físico não deixa a desejar. Esse homem possui ombros largos e é muito alto, chega a assustar. A tonalidade dos seus cabelos é igual ao meu, escuro como o breu, o qual combina perfeitamente com sua pele lisa e branca como um prato de porcelana. Sem falar do seu cheiro de cigarro e perfume forte, mas a predominância é o cigarro. Fora que o medo e arrepio que sinto, é diferente da maneira que o Kai faz comigo.

   Depois de um tempo buscando em minha memória finalmente encontro onde eu li aquele nome. Foi quando pesquisava o nome do Kai na internet, ou melhor...stalkeando.

   Damon Torrance é ex-cunhado, por parte da Nikova, uma de suas irmãs, e um dos melhores amigos do Kai. Um homem extremamente rico e perturbado, já era algo que eu imaginava. Ele já foi detido milhares de vezes, entre os cavaleiros é o mais sem noção pelo que eu li.

   Sobre essa história de cavaleiros eu não entendi muito bem, mas isso fez parte da adolescência do grupo na sua antiga cidade. Dizem que em uma noite especifica eles atormentam a cidade e tocam o terror na escola, não vou mentir dizendo que nunca queria ter essa experiência. Existem mais detalhes, mas não é o foco agora. Enfim, essas histórias que ocorreram na adolescência são mais fáceis de achar quanto eu pensava.

Virei babá do filho do CEOOnde histórias criam vida. Descubra agora