capítulo 13

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Kai Mori

   O barulho do corpo da Angelina ao cair no chão foi enorme e o vendo manchado de sangue me consumiu de raiva. Quanto mais olhava para meu pai mais forte era a vontade de brigar fisicamente com ele.

   Juro que tentei meu máximo, durante toda a discussão, mas no momento em que a Angelina ficou inconsciente imediatamente perdi todo o meu autocontrole. Por isso, avanço e soco a cara do meu pai com toda a força possível. Ele cambaleia, no entanto não mostra reação alguma.

Após isso, aproveito para ir onde ela está. Agarro o seu corpo com o maior cuidado possível, como se ela fosse de porcelana. Minhas mãos tremem e pela primeira vez em muito tempo, sinto medo e ódio. Sinto-me mais babaca do que normalmente sou, não entendo o motivo do meu cérebro não funcionar direito nessas horas.

- Pai, saia da minha casa agora - minha voz sai totalmente controlada. Como? Não sei.

- Então, é por ela essa relutância toda? - limpa seu terno.

Minha cabeça está uma confusão. É sério que em um momento delicado desse ele está tocando no assunto do maldito casamento? Puta que pariu, eu não aguento mais ouvir o que ele sai da boca dele.

- Já não estou noivo? Estou fazendo o que você quer, porra - seguro a Angelina com mais força. - O que caralhos ainda quer de mim?.

Percebo que ao apertar seu corpo, saiu um pequeno som de desconforto e automaticamente fico alarmado. Pelo menos ela está voltando a ficar consciente e agradeço a qualquer ser superior que possa estar ouvindo.

- Você é medíocre Kai, nunca quis ter um filho como você - limpa o canto da boca que está manchada de sangue. - Você é sentimental demais, isso não é algo útil para a família Mori - aproxima e fala baixo. - Fora o fato de não superar da esposa morta, acorda Kai a Nikova morreu por sua causa e não vai voltar.

O nome de Nikova saindo da sua boca me tomou todo o meu autocontrole que ainda restava, não, eu não superei a morte da mulher que mais amei na vida e nunca vou superar.

Coloco a Angelina no chão e encostada na parede. Levanto, extremamente puto, e levo meu punho novamente para o rosto do meu pai, mas, infelizmente, ele desvia e quem leva um soco sou eu. Que homem sortudo sou.

- Finalmente está mostrando quem é? - ri e vem até mim.

Estou no chão gemendo de dor, preparado psicologicamente para outro soco mas ele não vem. Eu sempre tive medo do meu pai, não é a primeira vez que apanho dele então meio que meu corpo acostumou e a dor é suportável. A única coisa não suportável é a perda de entes queridos, o que ainda me mantém vivo é o Dean.

Não precisou de uma resposta, ele foi embora depois desse seu monólogo. Vejo a mensagem da Jéssica dizendo que deixou minha mãe em casa, isso foi uns 20 minutos atrás, e fico aliviado por saber que minha mãe não viu o restante da briga. Nunca entendi o motivo da minha mãe em continuar casada com meu pai. Ele é um monstro, ironicamente esse mesmo me criou e me tornou uma cópia sua.

- Kai... - uma voz doce me chama.

Viro e vejo a Angelina tentando ficar em pé com o objetivo de vir até mim. Essa garota é doida mal, consegue ficar mal pé.

Levanto e, rapidamente, vou ao seu encontro, não permitirei qualquer esforço desnecessário por parte dela.

- Você não está bem. Não se esforce - a pego no colo e retiro alguns cacos do seu braço.

- Você também não, seu rosto está roxo - toca em mim delicadamente.

- Eu vou ficar bem. Vou levá-la para o hospital e tudo vai dar certo ok? - digo.

Ela concorda, então a levo até o meu carro para irmos ao hospital.

Enquanto íamos para o hospital, todo minuto possível eu checava para ver se ela estava "bem" e acordada. Estou sim preocupado, isso é sério, devido minha falta de controle alguém importante para mim se machucou por minha culpa. Não sei se meu corpo aguenta acumular mais um sentimento de culpa.

//bem curtinho mas não queria deixá-los sem capítulo esse mês 🩷 Aproveitem o ponto de vista do Kai!! Até o próximo 😚💫//

Virei babá do filho do CEOOnde histórias criam vida. Descubra agora