capítulo 11

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Angel

   Passou-se duas semanas desde o jantar com minha família e duas semanas desde a "confissão" do Kai. Nós dois conversamos bem pouco, já que ele mal parava em casa por causa do trabalho, e quando isso acontecia eu estava dormindo. Até que um dia ele apareceu com um convite e entregou para todos, esse maldito convite está na minha mão agora.

—Por que ele me convidou para esse casamento? É para jogar na minha cara?  —encaro o papel.

   Me levanto da cama, visto uma roupa qualquer e vou me encontrar com a July. Deixo o convite dentro da gaveta e pego minha bolsa. Preciso relaxar minha mente, ultimamente está bem perturbada como se alguém tivesse apertado o botão vermelho, e, desde então, está o maior tumulto dentro da minha cabeça.

   Por isso, decidi ir encontrar a July para que ela me dê um choque de realidade. Não quero viver sozinha nessa fantasia, assim como uma adolescente apaixonada.

Angelina Stolen

   Quando cheguei na lanchonete, a July estava belíssima e era impossível não a reconhecer. Seu cabelo está semi preso em uma piranha com formato de uma flor e sua roupa é básica, blusa branca e calça jeans, mas com o corpo lindo que tem é tecnicamente impossível ficar feia até com roupas comuns.

   Eu estou de óculos, pasmem tenho astigmatismo mas morro de preguiça de usar óculos porque me deixa feia. A July me viu e levantou o braço. Sorrio, estava com saudades da minha melhor amiga.

—Oi lindinha, como você tá? —deixo a minha bolsa no meu colo.

—Oi docinho! —sorri. —Eu tô ótima, já você... —olha para mim e tomba a cabeça para o lado direito.

—Ha ha ha, como é boba. Para a sua informação, eu estou ótima também.

—Claro que está, o homem por quem você se apaixonou vai casar com outra —bebe seu suco. —Pedi seu suco de morango.

—Obrigada —agradeço. —Eu não me importo com a vida do Kai, ok?.

—Docinho —pega na minha mão. —Quanto mais diz isso a única pessoa que está sendo prejudicada é você.

—July, eu sou uma tonta. Sei que não é sua culpa mas as vezes tentava te culpar por colocar Kai no meu caminho —desvio o olhar culpada. —Desculpa.

—Tudo bem, vamos parar de falar do babaca —meu suco chega e ela solta minha mão. —Tenho ingresso para o cinema, o boy furou comigo. Quer vir comigo?

—Claro, vai ser bom —bebo o suco e faço uma careta, precisa de açúcar isso daqui. —Que filme é? —coloco o açúcar no suco. Agora sim, está divino.

—Um reprise de O iluminado —fala com certo desgosto, aparentemente ela acha que o homem tem péssimo gosto cinematográfico. As vezes esquece que meu gosto é igual. —Eu odeio esse tipo mas vejo por você.

   Sorrio e mando beijinho para a July que retribui pegando o beijo imaginário o guardando no bolso. Terminamos o suco e pedimos dois sanduíches, especialidade da casa, para continuarmos a conversa.

—Docinho, sabe aquela menina que estudava com a gente? A Hailey? —diz deixando o sanduíche no prato.

—Aquela que os pais trabalham no mercado perto da tia Célia? —ela faz que sim. —Sei demais, por quê ?

—Acredita que ela está grávida? —fico em choque. —Eu sei, tive a mesma reação. Jurava que ela era santa e ia esperar casar.

—Eai, sabe quem é o pai? —pergunto curiosa.

Virei babá do filho do CEOOnde histórias criam vida. Descubra agora