Virei babá do filho do CEO

capítulo 15

Kai Mori

    Quando os médicos avisaram que a Angelina poderia demorar acordar ou, na pior das hipóteses, não acordar senti o meu coração bater extremamente rápido. Além disso, senti o suor escorrer pela minha testa. A possibilidade da morte não passou pela minha cabeça. Isso está acabando comigo, bom...pelo menos a parte que resta.

   Volto meu olhar à ela, que está deitada na cama com vários fios em seu braço, a sensação esquisita de culpa misturada com medo vem à tona. Torna-se difícil respirar da forma correta.

   As últimas horas foram estressantes e tenebrosas foi preciso contar até dez várias vezes e spoiler: não ajudou em nada.

   Eu liguei para a July no instante que pisei no hospital. E claro que também liguei para o pai da Angelina mas não recebi um retorno. Como já estava com o telefone na mão aproveitei para pedir um favor ao Michael, perguntei se ele poderia buscar o Dean na aula de japonês e ele disse que sim. Ufa.

   Certeza que meu filho deseja ver a Angelina, eles viraram ótimos amigos. É nítido seu apego à ela, e talvez eu também esteja acomodado com sua presença. Espero que ela possa me perdoar por fazê-la ficar naquele estado. Se fosse possível eu trocaria de lugar com ela. Dói vê-la assim.

   Fui fraco, inútil, incompetente e medroso. Infelizmente meu pai ainda me assusta, nunca sei do que é capaz. Todavia, tenho a intenção de fazer tudo para que um dia eu consiga recompensar o dano que causei à ela. A garota merece mais do que o mundo tem para oferecer.

   Minha atenção vainpara a porta do quarto aberta pelo médico. Mesmo contra a minha vontade, chamo a enfermeira para ficar com a Angelina enquanto me ausento. O motivo: buscar a July, o Dean e o Michael na secretaria.

   O Michael disse que traria os dois para cá. Legal. Agora tenho que lidar com a July, espero que seu humor esteja bom...caso contrário serei castrado por essa mulher, tudo bem que mereço um pouco disso mas não quero ficar infértil.

   O corredor estava um silêncio agradável até a July gritar meu nome, ela chama a atenção de muita gente. É inacreditável como mulher é escandaloza.

— Kai! Seu desgraçado — a July avança em mim e me dá um tapa na cara. — Eu a  deixei como responsabilidade sua! — bate no meu peito e continua a gritar. — E você me liga para dizer que ela está no hospital?.

   Permaneço imóvel, não digo nada e deixo que me bata o quanto quiser. Talvez assim a raiva vai embora, ou não.

   Minha bochecha arde. Por incrível que pareça o tapa doeu para um caralho, provavelmente a marca dos anéis está na minha cara. Decido levar a mão ao local para conferir e resuldado: estava certo.

   Está todo mundo, que presenciou, em choque. A situação foi um tanto...inesperada. O rosto da July está vermelho ou de raiva, ou de chorar muito no trajeto até aqui.
  
   Sinto que ela para de me bater. Imediatamente saio do transe que entrei. Vejo a mão de Michael agarrar a da July, fazendo com que ela ficasse longe de mim. Até parece que tenho uma doença contagiosa, todos a minha volta deram um passo para trás. Será que acham que irei surtar?.

   Viro a cabeça procurando um banco, preciso respirar de novo. Respire 10 vezes Kai, assim como a Nikova te ensinou.

[Anos atrás — Nikova Banks estava viva]

— Querido, respira. Tá tudo bem, foi um corte de nada — sorri.

— Você cortou o dedo, vamos para o hospital! —pego as chaves do carro. Entretanto, minha mulher me puxa para si.

— Eu tô aqui com você, sempre meu amor. Sempre. — beija meus lábios.

[Atualmente — Nikova Banks está morta]