capítulo 3

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Kai Mori

   Quando eu saí da sala após a entrevista com a senhorita Stolen vejo o Dean correndo dos seguranças lá no saguão sempre me impressiono como um garoto de 5 anos tem tanta energia e por isso e muitos outros motivos eu odeio férias porque não consigo ficar de olho nele 24 horas! Tenho mais o que fazer já que a mãe dele não liga pra ele e fica só pedindo dinheiro mal vê o filho! Ela fica no meu pé pedindo grana e ameaçando tirar o Dean de mim, eu faria de tudo por esse menino.

— Kai como foi a entrevista com a mulher? Ela me pareceu gatinha ein, acabei de ver ela saindo...e que bunda é aquela meu amigo! — ele veio logo querendo por o braço no meu ombro e eu fui tirando o folgado de cima.— credo, por isso tá solteiro Kai.

— A entrevista foi como qualquer outra e vê se para de ficar olhando para a bunda de todas as mulheres dessa empresa, até parece que não pode ver um rabo com saia que já vai pra dentro. — massageio a minha têmpora direita.— Jesus Michael quando você vai crescer? — abri a porta da sala de reuniões irritado e meu amigo vem em seguida.

— Esse estresse todo é falta de boceta sabia? — ele disse e se sentou ao meu lado, como sempre.

    Entro na sala de reunião como se eu não tivesse escutado uma palavra que saiu da boca do meu queridissímo amigo, me deparo com exatos ninguém, fiquei plantado 15 minutos esperando os representantes para começarmos a reunião que pelo visto ia ser longa já que fizeram o favor de atrasar.

   Eu fiquei 2 horas na sala e quando saí escuto o choro do Dean, que com certeza era drama querendo ir embora, eu já estava irritado o suficiente e o choro do Dean só piorou a situação.

— Dean para de drama! — respiro fundo.—  Pega suas coisas, hoje não to com paciência e sua nova babá vai estar te esperando lá em casa.

— Eu sempre me comporto papai e nunca gosto dessas velhacas que você contrata, elas nem cuidam de mim! — Dean gritou comigo e eu imediatamente virei de frente pra ele mais irritado.

— Dean Mori como ousa gritar comigo? Não sou nenhum de seus empregados garoto, eu sou seu pai e exijo respeito! — falo friamente.

   Eu to ligado que discutir com criança não é o certo, mas hoje, justo hoje, não é o melhor dia pra pensar nisso. Claro que me arrependo de brigar com ele, não sou um ser sem coração.

   Por sorte ele ficou calado e me seguiu até o carro, quando chego no veículo coloco ele na cadeirinha. Porém nem percebi que tinha pegado no sono, ele é minha cara...caramba Dean, você é meu porto seguro. As vezes eu me estresso e desconto nele, espero que ele não me odeie por isso. 

   Ajeito-me no banco ao lado da cadeirinha do Dean enquanto o motorista dirige até minha casa. O trajeto até lá foi de extremo silêncio de ambas as partes, principalmente na do Dean. 

   Me pergunto se sou muito duro com ele, mas é difícil cuidar de uma empresa enorme, de uma criança e de uma mãe que negligencia o filho. Diversas pessoas comentam "Ah então não tivesse filho" ou "usasse camisinha" mas filho não segura relacionamento. Meu relacionamento com minha ex já estava ruim mesmo, então não era um filho que seguraria nossa relação.

   Devido ao trânsito, atrasei alguns minutos e fiquei sabendo que a nova babá tinha acabado de chegar. Quando chegamos em casa, Dean acordou e correu para o segundo andar, e bateu a porta do quarto o barulho fez com que a moça assustasse um pouco. Respiro  fundo, tiro o terno, logo colocando no cabideiro, e olho para a garota que fingia estar calma com o que acabou de acontecer nesses 5 minutos.

— Me desculpe por essa cena, Dean estava apenas cansado. Espero que aproveite a estadia aqui. — afrocho a gravata e vou em direção às escadas, tudo isso com a paciência de um monge que eu tirei do cu. — voltarei às 22h e conto com você para que tudo fique em ordem, já deve saber das regras desta casa então não perderei meu tempo explicando.

   Eu percebo o atraso na voz, significando o início de algo que iria falar mas desistiu, ergo a sobrancelha esperando algo que saísse da sua boca entretanto apenas sorriu e isso me deixou com uma sensação estranha na barriga, menina esquisita.

   Michael havia falado sobre o corpo dela e com essa roupa que ela está dava para ver tudo, suas curvas e...Se concentra, Kai! Ela é sua funcionária. Ignoro o pensamento, deve ser o cansaço, e subo para meu quarto.

Angel

  Quando ele saiu da sala e foi pro segundo andar, solto o ar que nem sabia que estava prendendo. Bendita hora que as palavras de July vieram a minha cabeça, "Ele é seu chefe mas é um gostoso, aproveita garota!" e me senti uma pervertida. 

   Esqueci os pensamentos impróprios no momento e subi para o quarto do santinho que eu iria cuidar a partir de hoje. Chegando lá bati na porta duas vezes e nada de abrir, pois bem, entro no quarto e escutei um choro bem baixinho.

   Quando me dou conta, está o garoto no cantinho do quarto limpando as lágrimas, ele olhou pra mim com os olhos vermelhos e me deu uma dó.

— Oi pequeno, o que aconteceu? —pergunto.

— Vai embora! Não quero você aqui.— afasta.— Saí, vai embora!

   Respiro fundo, eu me via naquele garoto. A Angelina pequenininha era desse jeito, medrosa e chorona. No entanto, sou bastante teimosa e não saio do quarto, pelo contrário, sento de frente pra ele no chão.

— Você é surda? Mandei você ir embora.— levantou a sobrancelha igual o pai. Ok isso foi fofo.

— Sou e você é um bebezão! — digo sorrindo.

— Não sou não! Sou um homem adulto! — ele levanta, ficando da minha altura cruzando os bracinhos. Eu só conseguia rir do coitado.— Não tô vendo graça alguma velhaca!

— Eii velhaca nada! Sou sua nova babá mocinho.

   Ele tava bem pertinho, então eu pego ele no colo e o coloco na cama fazendo cócegas. A risadinha dele é tão gostosa de ouvir, o chorinho dele me quebrou muito, fico feliz que ele tenha parado.

— Tá bom babá!!! — diz.

— Ganhei!!!.— afasto e faço uma dancinha da vitória pra comemorar.

   Se eu contar que a sorte ficou brincando com a minha cara vocês acreditam? A última pessoa que eu queria que me visse estava atrás de mim, e como eu sei disso? Meus caros, o Dean ficou petrificado e eu gelei na hora que vi a expressão dele. Parabéns Angelina mais uma vergonha pra sua lista.

— Senhorita Stolen, venha comigo. — diz e sai, digo tchau ao Dean e vou atrás do meu chefe.

   Ao entrar na sala dele me deparo com um cômodo neutro, não tinha uma cor! Na verdade, parece mais um funeral do que um escritório.

— Senhorita, eu gostaria que você olhasse para mim. — diz, bem calmo por sinal.

— Desculpa senhor Mori, posso saber o motivo de me chamar aqui? —pergunto.

— Não sei se irei dormir em casa hoje e gostaria de saber se pode ficar aqui mas não tem nada decidido oficialmente. — me encara até o fundo da alma.

   Não é por nada não, mas ele estava lindo com essa blusa social branca e o cabelo repartido pro lado,  tipo cabelo de vaca lambida.

— Sim senhor Mori eu cuido do Dean sem problemas.— sorrio inocentemente, ao contrário da minha cachola que tá pensando nas palavras da July enquanto encaro meu chefe, de novo.

   Ele umidece os lábios e só indica com a cabeça em direção à porta, ou seja, quer que eu meto o pé daqui de seu escritório.

— Até mais, bom passeio Senhor Mori.—saio da sala.

   Ao fechar a porta do seu escritório, sem querer escuto ele falando no telefone, sabe como dizem "a curiosidade matou o gato" poisé, eu estou com o ouvido colado na porta graças a minha curiosidade. Infelizmente escuto pouca coisa, decidi sair dali o mais rápido possível mas eu trombei com uma pessoa bem alta e cai de bunda no chão.

— Precisa de ajuda querida?.— diz a pessoa que me oferece a mão.

//Revisei pouca coisa. Ignorem por favor se algo estiver errado.//

Virei babá do filho do CEOOnde histórias criam vida. Descubra agora