capítulo 12

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Angel

O filme foi uma merda não senti nenhum sentimento nostálgico como pensei que sentiria, além disso a fila para comer um sanduíche era para lá de assustadora. Eu e minha amiga decidimos comer um hot dog.

Depois de comermos horrores, a July me deixou na porta de casa mesmo contra a sua vontade, mas sou teimosa demais para perder uma discussão. Então, ela me deu um beijinho na bochecha e entrou no carro.

- Tchau docinho!! -sorri e dá partida no seu carro.

- Tchau lindinha - aceno.

As vezes é irritante, ela bancar a irmã mais velha super protetora até parece que não consigo cuidar de mim mesma. Poxa, sou uma adulta responsável, talvez não, e não há necessidade nessa preocupação toda. No entanto, apesar de todo esse drama eu a amo mais que tudo nesse maldito mundo.

Pego minha chave para destrancar a porta de casa mas percebo que foi inútil, afinal, ela estava aberta. Entro e logo o cheiro de comida invadiu meu nariz, não é a comida da Tiana entretanto o cheiro é ótimo. Automaticamente me pergunto o que está acontecendo, uma festa? Ou reunião de negócios?.

A medida que ando em direção as vozes deixando-me cada vez mais curiosa, claro que meu cérebro me mandou ignorar e ir direto para o meu quarto mas não é isso que faço.

O barulho vem da sala de jantar, consequentemente a única luz vem daquele ambiente, não sou tão burra quanto aparento ser.

Não sou xereta, apenas com vontade de adquirir conhecimentos novos em relação as pessoas. Normalmente me falam que um dia eu vou acabar fazendo besteira por causa da minha curiosidade, como se eu já não tivesse feito.

Quanto mais perto, mais claro consigo diferenciar as vozes. A primeira coisa que percebo é a ausência da voz do Dean e das duas uma, ou ele está MUITO quieto ou não está aqui. Aposto na segunda opção.

Chego perto da porta o suficiente para ver a cena mas não tão perto para que me vejam. O sentimento de culpa foi embora quando vi quem estava naquela bendita sala,

- Isso aqui só pode ser o meu carma, não é possível - falo baixo.

Na mesa estão sentadas quatro pessoas e sou capaz de decifrar cada uma delas: meu chefe acompanhado da sua noiva, o senhor e a senhora Mori. O quarteto perfeito.

A cena fez-me revirar os olhos. Meu chefe com a Jéssica ao seu lado...suas mãos entrelaçadas por cima da mesa, a cena seguinte embrulhou meu estômago. O anel de noivado. Não tem como não reparar nele e com certeza vale muito mais que dois dos meus rins.

Não consigo e nem tento, na verdade, não reparar no Kai....sua roupa magnífica, toda preta, e seu cabelo perfeitamente partido de lado. O contato físico com a Jéssica. Isso tudo me irrita, ele me irrita, ela me irrita, eles me irritam.

Não minto ao dizer que isso me deixou incomodada, é perceptível na real, e sim estou com ciúmes de algo que não é meu e nunca será. Qual o problema?. Sou apenas mais uma otária que caiu na lábia de Kai Mori, não me orgulho mas agora já foi e não tem mais volta.

Enfim, os pais do anfitrião estão muito bem vestidos e a presença do pai do dele me dá calafrios, ele consegue fazer qualquer um se sentir insignificante. Um fato é que com certeza ele dá muito mais medo que o filho.

Tudo isso parece ter saído de um livro ou filme que conta sobre uma família perfeita e feliz mas se reparar bem, por trás disso mostra que todos alí são uns piores que os outro e todos os problemas seriam resolvidos com a ajuda de uma psicóloga ou psiquiatra. Enfim, saí do rumo da história. Agora sim, voltando. Espera, eu tô brigando comigo mesma?.

Virei babá do filho do CEOOnde histórias criam vida. Descubra agora