capítulo 9

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Angel

Por um milagre divino eu acordo no horário certo. Tenho que levantar com cuidado, porque se não minha pressão cai e fica tudo preto, não é muito legal desmaiar por conta de pressão baixa. Vou em direção ao banheiro fazer minha higiene diária, porque não sou porca.

Tirar esse bafo e limpar a cara sebosa, além de tomar banho. Terminando, visto um roupão e vou até o guarda-roupa procurar algo bom para usar hoje. Eu preciso usar algo bem comportado. Tipo uma saia longa, ou vestido longo. Resumindo, muita peça cobrindo o corpo afinal, está um pouco frio e tem a reunião na escola.

Desço para tomar café da manhã, depois de ontem nada mais me abala. Para minha surpresa, vejo o Kai comendo junto com Dean. A pergunta é, porque caralhos ele está aqui agora?. Eu jurei que ele iria se alimentar no trabalho, assim como todos os outros dias. Será que aconteceu alguma coisa?

Meu olhar cruza com o dele. A sua feição é totalmente séria, o que é difícil decifrar, me deu até um arrepio na nuca. Viro o rosto olhando de imediato à Tiana, ela que parece surpresa, assim como eu, porque é a primeira vez em muito tempo que o Kai toma café da manhã com o Dean.

- Bom dia Angelina - diz bem sério. Me deu uma vontade imensa de revirar os olnos.

- Bom diaaaa - Dean fala com a boca cheia de panqueca.

- Come de boca fechada Dean - olha sério para ele. Me dá um nervo.

- Bom dia! - sorrio e me sento junto à eles à mesa.

Sou recebida pelo Dean de braços abertos, mas a seriedade de Kai me deixa constrangida demais. Sento na cadeira e escolho comer um pão com presunto e queijo mesmo, junto com um suco de laranja.

O silêncio daqui é surreal.

- A escola me ligou. Dean nós vamos ter uma conversa e você sabe muito bem o motivo. - entrelaçou sua mão. - Já estou sabendo de tudo.

Eu e Dean nos olhamos imediatamente, claramente chocados com o que acabamos de escutar, nosso plano já era. Espero que essa situação não piore e aconteça a terceira Guerra Mundial.

- Dean, porque você bateu no outro garoto? - Kai pergunta.

- Ele disse coisas feias para mim - fala num tom mais baixo que o normal.

- Dean...que tipo de coisas? - pergunta tentando manter a calma. Mas o jeito que ele olha é fatal.

O Dean está muito calado. Isso me preocupa. Seu corpo está imóvel e rígido, com medo. Com certeza está se esforçando para não chorar na frente do pai.

- Que minha mãe não me ama, você não liga para mim, sou um menino maldoso e que era melhor eu me matar - diz e no final a lágrima do seu olho escorre. Mas continua imóvel.

O silêncio é incômodo. Nem Kai consegue falar agora. Ele está absorvendo as informações dadas pelo filho.

O Dean levanta da cadeira de forma inesperada, assustando nós dois, e sai correndo para o seu quarto. Meu olhar encontra com o do Kai, que antes eram negros e indecifráveis agora são piedosos.

- Kai - sua atenção fixa em mim. - Se quiser, eu falo com o Dean.

- Não, pode deixar.

Antes que eu pudesse falar, Kai também sai da mesa fazendo com que eu fique aqui sozinha. Percebo quando passa os dedos longos e finos por seu lindo cabelo preto, infelizmente vislumbro um anel na sua mão esquerda e acho que meu estômago embrulhou um pouco. Ele pega seu paletó e a chave do carro indo para a porta.

Depois da breve conversa, perdi até a fome. A empregada do Kai veio retirar o café da manhã e olhou para mim com uma cara feia. É estranho já que nunca fiz nada pra mulher e ela me olha com cara de cu. Eu hein.

Virei babá do filho do CEOOnde histórias criam vida. Descubra agora