PRÓLOGO

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Ele pegou em minha mão e então começamos a correr freneticamente por entre os corredores escuros da escola. Os outros tinham corrido para lugares diferentes, como era o planejado! Pois sabíamos que ele só estava atrás de nós dois. Éramos o alvo dete!

- Corra Lina!

- Não vamos conseguir! - Gritei.

Senti ele segurar minha mão com mais força.

- Você está comigo! Ele não lhe causará dano algum! Se ainda existir um ser humano lúcido dentro dele, ele saberá que não pode lhe atingir comigo ao seu lado.

- Como posso confiar em você!? Você não acreditou em nós da última vez e ainda fez de tudo para arruinar nossa pesquisa! - Exclamei já sem fôlego.

Nenhuma resposta obtive da parte dele até chegarmos no lugar que particularmente esperávamos que não seríamos encontrados!

Após fecharmos a porta, meu celular vibra em meu bolso, atendo imediatamente ao ver que era uma chamada compartilhada.

- Aleluia! Você está viva! - A voz baixa e aliviada da Katherine me fez rir.

Eles deram um grande suspiro de alívio

- Se sobrevivermos a esta noite, às 7 horas da manhã, todo o mundo na igreja! E eu vou cobrar!

- O Lorenzo tem um ponto - A Katherine falou entre risos - Afinal estamos fugindo de alguém semelhante ao próprio diabo!

- Alguém tem alguma ideia de onde ele pode estar agora? - Perguntei apreensiva.

- Sala de Informática 02.

Quando a voz de quem estava ao meu lado soou nitidamente pelo ambiente, apenas pelos semblantes de raiva deles, já sabia que teria que dar mil e uma explicações caso passássemos daquela noite.

- Está com ele, Lina!?

- Calma gente, eu posso explicar... - Fui interrompida.

- Não há tempo para explicações.

Ele tomou o celular das minhas mãos e começou a ir em direção a janela daquele cômodo. Tentei pegar de volta, mas sem sucesso.

- Katherine está no Laboratório 03 pelo visto.

- Pelo que se vê, sim estou.

- Do Laboratório 03 até a Sala de Informática 02 são seis salas. Conseguiria se destocar em segurança até lá?

- Mas é claro, conheço essa escola com a palma da mão - Ela suspirou - Porém, por que você nos ajudaria? Suas últimas palavras foram bem claras  "fiquem longe desse assunto!"

Um longo e pesado suspiro pude ouvir dele seguido de um curto período de silêncio.

- Dois pontos a colocar na mesa, se quiserem sair intactos dessa noite, sigam minhas palavras sem questionarem! E... - Ele novamente suspirou - Após isso acabar, me redimirei com todos vocês no que estiver ao meu alcance. É uma promessa.

Era inegável a cara de espanto e surpresa de todos! Inclusive eu que estava ao lado dele fiquei incrédula com suas palavras que não eram de sua índole.

- É, milagres ainda existem. - Falou Lorenzo espantado.

- Uau! Realmente isso foi emblemático, preciso admitir. - A Katherine parecia a mais surpresa entre nós, como se nunca esperasse aquelas palavras vindo de seu remetente.

- Será que poderia ir agora? Ou terei que me humilhar mais? - Ele parecia um pouco frustrado.

- Não, não precisa, meu querido. Acho que depois dessa já posso morrer na mais plena paz.

Dito aquilo a Katherine suspendeu a ligação e o Lorenzo fez o mesmo, ambos prometendo que retornariam assim que ela chegasse até a Sala de Informática 02. Ele me devolveu o celular e cruzou os braços, ficando a encarar o campo de esportes vazio e escuro com um semblante sério. O que me fez chegar mais perto dele e olhar através daquela janela velha, porém encarei nervosamente os homens altos e fortes que cercaram a escola. Todos usavam ternos escuros e andavam constantemente de um lado para o outro, certificando-se de não nos deixar escapar.

- Não temos como sair daqui... - Falei nervosa e segurando o celular em minhas mãos com mais força.

- Cantando derrota antes da hora?

O encarei. Naquele momento deixei de lado seu erro cometido, pois em meio a aquela promessa feita, deveria ter alguma esperança. Entretanto, ainda não consegui depositar minha convicção nele... Parecia ser uma barreira inquebrável.

- Posso sentir que não tem tanta confiança em minhas palavras, Lina.

Ele estava certo. Desviei meu olhar e encarei a escuridão daquela sala. Porém, inesperadamente sou surpreendida com sua mão tocando meu rosto! Um arrepio dos pés à cabeça, seguido de um frio na barriga, sensações que a muito tempo não sentia... Surpresa com aquele gesto, volto a olhá-lo e ele estava com um olhar que esbanjava determinação ao mesmo tempo que transmitia segurança. O que fez meu coração bater mais rápido.

Entretanto, o que ele me falou... Com toda a certeza abalou todas as estruturas da muralha que me impedia de confiar nele.

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