CAPÍTULO 30

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O semblante de surpresa invadia meu olhar! Mas não me fez desviar a atenção dos olhos do Alan. Eram realmente lindos, mas sentia que a tristeza ainda habitava neles.

A intensidade de suas palavras me faziam ficar cada vez mais interessada a seu respeito. Mas tinha ciência de que ele, assim como todos os outros rapazes que conheci desde que entrei na Sweet School, ofereciam mais dúvidas do que respostas! E parecia que isto era um mecanismo padrão de todos eles, algo que me deixava definitivamente mais encabulada em relação às reais causas que eles não queriam explanar.

- Entendi... - Virei a face envergonhada.

Ele respirou fundo e em seguida se dirigiu até a mesa de cabeceira perto de um sofá bege presente na pequena sala ao lado da cozinha.

Vi que o mesmo tinha tirado uma pequena maleta branca da gaveta.

- Me perdoe se isto soar como uma ofensa ou um outro possível fora. - Ele fez uma pausa. - Mas, notei que você é um pouco... Curiosa em relação às pessoas.

Estava cansada daquele mesmo diálogo! Pois dava a entender que eu era uma intrometida, fofoqueira ou no mais extremo uma enxerida que só se aproximava das pessoas para saber da vida pessoal delas.

- Incentivar uma pessoa a enxergar suas próprias conquistas e talentos é ser curiosa!? - Minha voz soava séria.

- Não, Lina! Não foi isso que quis dizer.

- Mas foi o que você deu a entender! Nossa, é inacreditável o quanto devo ser super desagradável ao ponto de todos terem esse mesmo diálogo comigo.

Percebi que o Alan tinha ficado calado, mas foi por um breve momento, por que um sorriso imenso enfeitou seu rosto! Me deixando totalmente confusa.

- Calma Lina. Percebeu que deu mais atenção ao lado negativo de ser curiosa?

Raciocinei aquela questão como se fosse uma prova de física, pois foi muito contraditória.

- Todos só vêem o lado negativo! As pessoas sabem que não tem nada positivo em ser curiosa.

- Você acha mesmo?

Intrigada com aquela conversa sem sentido, fui até o sofá bege onde o Alan estava e me sentei ao lado dele, tomando uma certa distância para que ele não pensasse demais.

- Agora tem um lado bom em ser curiosa!?

- Você ainda não se classifica como uma pessoa curiosa.

Aquilo me chocou.

- Como é? Mas você acabou de falar que eu sou!

- Digamos que você tem toda a estrutura de alguém que é curiosa. Mas na prática, não é ainda.

- Mas todos ao meu redor dizem que sou curiosa ou tenho tendência a ser! Algo que me deixa extremamente impaciente.

- Podem achar isso por você estar sempre envolvida em confusões. - Ele me olhou. - Pelo o que me contou sobre os acontecimentos que passou recentemente.

Ele abriu a maleta branca e vi em seu conteúdo que era um kit de primeiros socorros. Um frasco de antisséptico e curativos pequenos foram retirados pelo Alan, ato esse que me fez lembrar do Bryan e seus cuidados divinos comigo naquela enfermaria.

- Então... Por que vivem me chamando de curiosa!? Sendo que está na cara que não sou eu que corro atrás dos problemas!?

Um minúsculo sorriso o Alan havia soltado, pensei comigo mesma que era para ser discreto, mas se era, ele não escondeu muito bem.

- Bom, duas probabilidades.

Ele começou a limpar meus ferimentos.

- E quais são?

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