Sweet School

CAPÍTULO 29

A expressão de surpresa no rosto do Alan era impossível de ser notada. Para alguém que criou tanta expectativa para uma resposta mais complexa ou importante, aquilo com certeza foi um alvo errado.

- Como?

Pela manhã já estava me odiando por mentir para minha mãe em relação a escola e naquele momento, eu parecia ser a pessoa mais horrível do mundo inteiro.

- A torta de frutas vermelhas. Não tive a oportunidade de elogiar e nem de agradecer...

Desviei a atenção dele e passei a olhar para o lado de fora. O peso na consciência estava tão grande por ter bisbilhotado o celular dele e por ter mentido, que estava sendo difícil até de encará-lo! De olhar em seus olhos como as pessoas verdadeiras fazem.

- Há algo lhe incomodando. - A voz séria dele se espalhou por todo o carro.

Por quê? Por quê? Por quê!? Eu nunca conseguia esconder meus sentimentos!!? Me odiava tanto por aquilo... Me odiava por ser tão transparente em tudo! E por ser desse jeito, acabava sempre em maus lençóis juntamente com aqueles em que eu não queria NUNCA que estivessem comigo! Passando por coisas que eles não tinham culpa.

- Não há nada me incomodando.

- Então por que não olha para mim?

Não pude negar que senti um frio na barriga após ouvir aquilo.

Suspirei, mas o peso na consciência não me deixava. Até que senti novamente a mão do Alan sobre a minha! De uma forma gentil e amigável.

- Não pode se culpar pelos problemas dos outros, Lina.

Ouvir aquilo me fez encará-lo! Ele sabia que eu tinha visto o celular dele!? Sabia que tinha visto a foto, a ligação e as mensagens!? O que ele tinha conhecimento até então!? Só faltava um pouquinho para meu coração encerrar seu trabalho e me deixar partir dessa pra melhor.

- Você... - Fui interrompida.

- Vamos entrar, seu milk-shake não vai se fazer sozinho.

Ele desceu do carro e deu a volta para abrir a porta ao meu lado. Sua mão estendida para mim demonstrava na prática sua gentileza... A segurei e então desci do carro, o Alan seguiu em frente entrando dentro de seu estabelecimento.

O Café estava com um movimento moderado, mas os funcionários estavam trabalhando a todo vapor!

- Uau!

- Hum, bem que o gerente havia me dito. Hoje o movimento está como de costume.

- Pensei que você era o gerente!

- Quando estou aqui, sim. Mas como tenho que ficar mais tempo na sede do Café, precisei contratar alguém para cuidar daqui.

De repente os funcionários se deram conta que o Alan havia chegado, e todos pararam seus trabalhos e fizeram um cumprimento.

- Muito bom dia chefe! - Disseram os funcionários em coro.

Fiquei abismada com tamanho respeito!

- Bom dia a todos.

O Alan começou a andar em direção ao balcão, pois lá estava um homem cujo cabelo não tinha um frizz com a quantidade de gel que deveria conter ali. Ele vestia uma roupa social que se encontrava um pouco amassada e em volta de seu pescoço havia um crachá que balançava mais que os sinos da igreja.

- Bom dia senhor! - O homem fez um cumprimento. - Espero que não tenha ocorrido nada fora do normal para recebermos sua presença aqui.

A ansiedade para saber se tudo ia conforme o padrão, estava escrito na testa daquele homem. Observando bem, ele parecia ter um certo receio ou medo com a presença do Alan no Café.