No interior do depósito de lenha, a iluminação suave do fogareiro lançava sombras dançantes pelas paredes de madeira, criando um cenário de penumbra e mistério. O silêncio se dissipava gradualmente à medida que Gazmir iniciava o interrogatório, sua voz grave cortando o ar.
"Quem é você?", perguntou Gazmir, a sua expressão séria e focada na figura enigmática diante dele.
A elfa noturna olhou para Gazmir, os seus olhos verdes brilhantes reluzindo levemente na luz das chamas. "Você pode-me chamar Morte", respondeu ela com calma, uma pitada de ironia nas suas palavras.
Gazmir continuou com perguntas mais diretas sobre a sua origem e propósito. A elfa respondeu, revelando vir de um reino chamado Eldrinia, situado no coração do continente. No entanto, ela se recusou a fornecer detalhes sobre quem a enviou e com que objetivo.
Enquanto o interrogatório prosseguia, John, que observava atentamente, sentiu um nó na sua mente. Ele aproximou-se da elfa, sua expressão mista de desconfiança e curiosidade.
"Por que você me chamou de príncipe durante o nosso confronto?", questionou John, sua voz carregada de intriga.
A elfa hesitou por um momento, os seus olhos se encontrando com os de John. "Eu... não sei", admitiu ela. "Minha irmã sonhou com você. Ela disse que você viria para nos libertar."
As palavras dela ecoaram pelo galpão, envoltas num tom enigmático. Ela revelou ter duas irmãs, e que todas eram escravas do governo de Eldrinia. Porém, a imagem que o mundo tinha de Eldrinia como um reino governado por elfos era uma mentira cuidadosamente construída.
"Eldrinia não é um reino livre", ela explicou com um olhar sombrio. "Nós, os elfos e outras raças, somos escravos do governo. Fomos silenciados e oprimidos por anos."
Com essas palavras, a elfa retirou uma pulseira do pulso e a exibiu para os presentes. Ela explicou que a pulseira era mágica e inquebrável, um símbolo da sua maldição de escravidão. No entanto, algo havia mudado recentemente, a pulseira estava quebrada e a sua voz agora podia ser ouvida.
"Eu não sei como aconteceu", disse ela com sinceridade. "Mas a maldição foi enfraquecida. Eu sou livre para falar agora."
As palavras dela pairavam no ar, cheias de significado e revelações chocantes. John estava atônito, tentando processar tudo o que havia aprendido. A sua mente estava repleta de perguntas e um desejo crescente de entender a verdade por trás do que a elfa havia compartilhado.
O galpão nos fundos da mansão Montrose continuava envolto na penumbra, iluminado apenas pela fraca luz do fogareiro que crepitava num canto. A chuva lá fora intensificava-se, transformando-se num verdadeiro dilúvio que ecoava nas paredes de madeira.
Após o interrogatório, John decidiu que a mulher, a Elfa Noturna, que se autodenominara "Morte", seria mantida sob guarda naquele local. Alguns guardas foram destacados para vigiá-la, mantendo uma distância segura enquanto observavam os seus movimentos atentamente.
A noite avançava, e a chuva caía forte lá fora. O vento balançava as árvores, e os trovões ecoavam no céu. O ar estava úmido e frio, e o cheiro de terra molhada pairava no ar.
No entanto, o seu sono foi interrompido quando ouviu um barulho suave e quase imperceptível vindo da janela. Os seus sentidos afiados captaram cada som, cada movimento na escuridão.
A elfa havia escapado.
John permaneceu deitado, as suas emoções e instintos em alerta máximo. Ele ouviu passos silenciosos se aproximando, e então a figura sombria entrou no quarto. Ela pegou uma cadeira e a arrastou, sentando-se enquanto fitava a cama de John.
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O Caminho do Trono
FantasíaATUALIZAÇÃO: 6 CAPÍTULOS POR SEMANA --- John, um homem moderno, acorda no corpo de Dritey, um príncipe exilado em um reino de magia e mistérios. Junto com os leais Agolli e Gazmir, ele descobre que pode ser a chave para uma antiga profecia de equilí...