O Caminho do Trono

Capítulo 77 - A Leis de Ferro

Aquela era uma manhã com uma leve chuva sobre a cidade, ainda assim as ruas seguiam movimentadas e as obras não paravam. O píer, recém-inaugurado, que era modesto nos primeiros dias, agora estava repleto de atividade. Barcos vindos de Arendel, Avalora e de muitos outros reinos, carregados de mercadorias exóticas, abarrotavam o porto do rio.

John continuava a desempenhar o papel de anfitrião com o emissário de Avalora, Léon, que havia chegado na semana anterior. Os acordos comerciais que eram tratados entre os dois reinos eram claramente bem-sucedidos. Negócios eram fechados, e a riqueza fluía pela cidade, como as águas tranquilas do rio que serpenteava ao lado do píer.

Aqueles acordos haviam feito de Evros um centro de comércio movimentado, com o píer agora superlotado de navios que aguardavam para descarregar as suas mercadorias. Era uma cena de prosperidade e atividade intensa, com pessoas correndo de um lado para o outro, empilhando caixas e barris, e negociando valores.

Entretanto, a riqueza trazida pelo comércio não era a única preocupação de John. A cidade também testemunhara um aumento acentuado no número de refugiados. Enquanto a maioria vinha de reinos vizinhos atormentados pela guerra e conflitos, alguns eram até mesmo de terras distantes. As reservas de alimentos da cidade, que uma vez pareciam inesgotáveis, agora estavam esgotadas. Era um problema que estava se tornando mais premente a cada dia que passava.

John teve que fazer malabarismos políticos e diplomáticos para garantir que Evros continuasse a ser abastecida. A crescente população de refugiados esticava as capacidades da cidade até o limite. No palácio, John conversava com Dama Elara, a embaixadora de Arendel.

"Obrigado por enviar mais mantimentos, Dama Elara. Eles foram de grande ajuda. Leve os meus agradecimentos a Arendel e em especial ao rei Aldric." – Disse John realmente grato.

"Não há de quê, John. Arendel está sempre disposta a ajudar. Você provou a sua amizade defendendo o nosso reino e gastou muitas moedas de platina conosco. Nada mais justo que ajudarmos nesse momento." – Arguiu Elara Ravenswood de maneira conciliadora.

"As coisas não têm sido fáceis recentemente, e não quero tirar a última esperança de muitos deles. Infelizmente, se continuar assim, terei que fechar as fronteiras." – Disse John claramente cansado. "Quis que esse reino fosse um farol em meio a escuridão, mas querer e alcançar tem sido um desafio."

"Eu pessoalmente estou feliz com como as coisas estão indo em Evros. Você faz um ótimo trabalho. O povo ama-te e respeita. Os seus valores estão se espalhando e mesmo a sua fé, nesse seu Deus Único, tem crescido pelo seu exemplo. Não tenha medo. O seu Deus lhe ajudará." – Elara disse gentilmente olhando o jovem John e pensando nos seus filhos que se foram. John era um bom rapaz e ajudá-lo era o certo ao se fazer.

"Obrigado pelo seu apoio, Dama Elara. Eu farei o meu melhor para continuar a ajudar a todos e acolher os novos refugiados. Desculpe-me o desabafo." – Com um sorriso, John disse.

"Eu sei que você fará, se não fosse por isso eu não teria largado tudo e vindo para Evros. Eu sempre estarei aqui para apoiá-lo."

Saindo daquele encontro, John foi para a caserna. Lá ele se encontrou com Arben e começaram conversas serias sobre diversos assunto. Principalmente sobre os problemas recentes com os refugiados.

Os guardas de Evros, que John havia recentemente renomeado como policiais para refletir a sua função mais abrangente, fizeram uma estimativa informal do tamanho da cidade. Conforme os seus cálculos, a população de Evros havia ultrapassado os trinta mil habitantes, um número que impressionava a todos.