Capítulo 22

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- Essa ambulância está saindo do condomínio?- Gizelly perguntou, ao inclinar o corpo para frente.

- Calma mana, pode ser alguma outra coisa. Sei lá.-

Como uma profissional da saúde, Valentina tinha de ser calma. A impressão se intensificou ainda mais, quando a advogada viu entrar dois carros de polícia. Nessa hora, a neurologista acelerou o carro.

Ao passar pela portaria, Gizelly avistou Arcrebiano. Parecia machucado. Ele falava com os policiais e apontava para dentro de casa. Gizelly desceu do carro ainda em movimento e correu até ele.

- Fomos atacados chefe.- Bil ainda segurava a arma.

- Cadê o meu filho?- Ela olhou em volta. - Rafaella!-

- O menino foi com ela, chefe.- Arcrebiano tinha os olhos cheios de lágrimas. Estava nervoso.

- O que disse?-

- A médica que pegou ele dos braços dela disse que ele só não morreu porque ela o segurou firme. Eu tirei ele molinho dos braços dela... Dei uma olhada por cima, o moleque parecia estranho. A sorte foi que eu estava subindo, se não os dois estariam mortos agora.-

- Porra! Cadê a Rafaella?- Gizelly não sabia se queria a resposta.

- Eu peguei o moleque nos braços e fui atrás do cara. Atirei nele e juro que o vi caído, então eu voltei até a Rafa. Tentei acorda-la até que vi o tanto de sangue que saiu da cabeça dela. Me desesperei e chamei a polícia.-

Gizelly não deixou que o segurança terminasse. Voltou para o carro, deu partida e antes de arrancar, a porta se abriu e Valentina praticamente pulou para dentro.

- Acelera!- Ela disse.

Gizelly nunca correu tanto como naquele momento. Atravessou a cidade sem nem parar nos sinais vermelhos. Quando viu o prédio iluminado, acelerou ainda mais. Parou o carro e deixou a porta aberta, subindo as escadas correndo.

As recepcionistas estavam agitadas, e só então ela notou o tanto de sangue no chão.

- Onde ela está?- Perguntou para a primeira pessoa que viu.

- Senhora, não pode...-

- Ela está comigo!- Valentina passou pela irmã. - Vem Gi, estão na emergência.-

Rafaella fora levada para a emergência. Naquele momento um bom número de médicos estavam com ela. Gizelly se lembrou do dia que esteve ali, esperando para ver o filho e acabou se despedindo de Ivy.

Valentina entrou apressada e ela ficou ali, sem saber onde estavam o filho e a babá.

- Senhorita Bicalho?- A advogada  se virou para ver um médico com touca colorida. Ao olhar mais atento, não viu sangue nas roupas. - É a mãe do Luca?-

- Sim.-

- Vem comigo!-

Eles entraram no elevador. Gizelly sentiu  o coração pesado, não queria enterrar o filho. Quando saiu, rumou atrás do médico até uma sala e entrou ali.

Luca dormia em um berço hospitalar. Tinha vários hematomas no rostinho e um machucado na cabeça.

- Seu filho não sofreu danos graves.- O Doutor abriu algumas imagens na tela. - A babá dele literalmente deu a vida por ele... Está vendo? Luca sofreu uma luxação na perna. Pelas marcas em volta dos tornozelos, presumo que ele foi puxado com força.- Gizelly engoliu, sentindo o gosto da bile. - A babá amorteceu a queda dele. Vamos deixá-lo aqui essa noite para observa-lo, porque o susto nessa idade pode gerar transtornos à ele.- Dito tudo isso, o pediatra a encarou. - Fique tranquila, senhorita, seu filho está bem. Vou deixá-la com ele alguns minutos, depois a enfermeira virá para apagar a luz.-

Uma babá para Luca. (GIRAFA)Onde histórias criam vida. Descubra agora