Gizelly parou o carro na entrada da garagem, pegou o notebook e os celulares. Antes de descer, deu uma olhada para dentro. Nenhuma das janelas estavam abertas, e todas as luzes apagadas. Já eram mais de meia noite. Ainda bem! Ela não teria de encarar a traidora. Só não bebeu até cair, porque Carla proibiu.
Ao entrar em casa viu Valentina se arrastando pela escada, cansada ao limite.
- Também chegou tarde?- Ela perguntou, fechando a porta.
- Essa semana tenho alguns procedimentos. Fiquei bastante tempo entre São Paulo e o Rio. Meus pacientes estavam aguardando.-
A advogada sabia que a culpa desse acúmulo era dela. Retirou o blazer e o ajeitou em seu antebraço. Mesmo cansada, sabia que não conseguiria dormir com Rafaella embaixo do mesmo teto.
Ela então subiu e tomou um banho demorado. Aquela hora da noite não comeria mais nada, somente um copo de água lhe cairia bem. Procurou por um short e o vestiu, junto de um blusão. Logo desceu outra vez para a cozinha, fazendo o mínimo de barulho que conseguiu. E quando entrou, deu de cara com Luiza.
- Boa noite!-
- Boa noite, Gi!-
Gizelly encheu um copo com água, e enquanto focava o olhar no copo, tomou coragem para iniciar uma conversa.
- Rafaella esteve no escritório.-
- Eu sei. Ela me ligou sem entender o porquê de você ter deixado ela para trás. Eu mesma fui até ela em São Paulo, e a trouxe pra cá. Aí tive a ideia de manda-la até o escritório, para lhe fazer uma surpresa.-
- É.... Bota surpresa nisso.-
- Pedi à ela que ficasse aqui, mas você sabe... A Rafa não gosta de atrapalhar, e achou melhor ficar em um hotel.- Gizelly nada disse. Apenas bebeu a água, engolindo com dificuldades. Pelo tom de voz da cunhada, sabia que ela queria dizer mais coisas. - Uma pena o que aconteceu com ela em São Paulo. Ela me disse que foi com o ex-marido no cemitério onde a menina está. Refizeram tudo como no dia em que a bebê foi enterrada. Depois disso se acertaram.- Gizelly encarou a cunhada. O coração acelerou miseravelmente. - Antônio aceitou dar o divórcio à ela de forma amigável.-
- Eu não sabia.- Ela desviou o olhar para um canto qualquer, com a mente longe. Se o arquiteto tivesse mesmo proposto acabar com o casamento, ela certamente receberia um e-mail. Já que estava representando Rafaella.
- A Rafa ficou do seu lado quando todos duvidaram. Aguentou a bronca e quase morreu para salvar o seu filho.- Luiza voltou a dizer, tirando-a dos devaneios. Ela tinha um olhar cortante. - Ninguém perguntou como ela estava em relação a filha, e você queira ou não, Antônio fez parte da vida dela. É o pai da menina.-
Gizelly pousou o copo na pia e sem responder, deixou a cunhada na cozinha. Não tivera nem coragem de ir até o quarto do filho. A grande verdade é que estava se sentindo mal pelo que fez. Rafaella havia saído do escritório decepcionada, e Carla brava, por ter sido usada.
Ela se sentou na cama e pegou o celular. Procurou pelas fotos daquele dia. Rafaella não olhava para Antônio como olhava para ela. Os olhos verdes estavam vermelhos por ter chorado, e o sorriso era triste. Antônio também tinha um olhar triste.
- Mas que porra!- Ela jogou o celular de lado. - Maldito ciúmes.-
Naquela noite ela mal dormiu. Despertava assustada, olhava no celular e voltava a fechar os olhos. Até que, vencida pela insônia, se levantou. Buscou pelo contato de Rafaella e deixou chamar.
Caiu na caixa postal.
Gizelly então resolveu enviar várias mensagens, já que ela muito provavelmente, desligou o aparelho.
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Uma babá para Luca. (GIRAFA)
FanficDepois de uma decepção amorosa, Gizelly decide viver intensamente. Porém no meio do caminho, ela conhece uma acompanhante de luxo que tomada pelo desejo de ficar com ela, acaba por armar um plano estranho.O golpe da barriga, que deu errado. Sete mes...