Depois de uma sessão torturante de vômitos e cólicas, Rafaella totalmente limpa e vestida, desceu para encontrar o pai lendo algum artigo em alguma revista exclusiva para médicos.
- Bom dia!- Mirian disse, ao colocar uma fatia de pão no prato, enquanto encarava a enteada de lado. - Como tem se sentido?-
- Tirando os vômitos, estou indo.- Rafaella se sentou
- Tem notícias do garotinho?- Sebastião perguntou fechando a revista, colocando-a de lado, para logo cravar os olhos na filha.
- Ele está bem! Conversei com ele ontem por vídeo. Não terá sequelas na perninha.-
- Fico feliz, meu bem. Só me preocupa uma coisa...- Ele então cruzou as mãos em cima da mesa. - A mãe dele, que deu uma de mulher gato... Sair escalando muros por aí, pode acarretar em acidentes graves.- Rafaella se manteve em silêncio, engolindo em seco. Logo notou a madrasta segurar a risada, mas não se atreveu a olhar para os lados. - Diz para ela que da próxima vez, pode sair pela porta. Eu não vou espanta-la daqui a pauladas.-
- Não vai mais acontecer.-
- Espero que não!- O médico voltou a se concentrar no café.
Rafaella comeu o quanto podia. Acordara decidida a dar o primeiro passo. Terminaram o café após longos minutos de conversas e então voltou para o quarto. Tomou um banho, se agasalhou e saiu novamente.
- Não demoro a voltar.- Ela beijou a testa do pai. - Até logo!-
- Seja forte, querida.-
Ela assentiu um tanto ansiosa. Por fora era a calmaria em pessoa, por dentro se desmoronava. E só desejava que o dia acabasse logo.
Dirigiu até uma loja, comprou flores e dois balões que mandou encher. Voltou ao carro e enviou uma mensagem simples.
"Me encontre onde deixou a Maria."
Ela sabia onde a filha estava repousando, só não tivera coragem de ir até lá. Agora, parada na frente daquele portão de ferro, encarava a vida com estranheza. Lá dentro tinham pais, mães e filhos. Histórias encerradas. Ficou encarando o portão até ouvir o som de rodas no paralelepípedo.
- Rafa?- Antônio se aproximou. - O que veio fazer aqui hoje?-
- Enterrar a minha filha. Da forma certa.-
- Já faz mais de um ano. Não acha que isso pode abrir a ferida em você?-
- Vem ou não?- Ela começou a andar.
Uma garoa fina começou a cair em cima do mausoléu mais bonito daquele cemitério luxuoso. Antônio havia tido o cuidado de refazer o quarto da filha.
Ele destrancou a porta de vidro e entrou fazendo partículas de poeira voar sobre seus pés. A mesma poltrona, os ursos, e o berço, que na verdade era o
sepulcro da pequena Maria Antonella.Rafaella entrou ali e logo foi tomada pelas lágrimas. Sentou-se na poltrona sem forças para continuar em pé. Antônio logo tirou o celular do bolso e depois de uma breve procura, uma música começou a tocar. Ele então fechou os olhos. Emocionado de mais, começou a traduzir a música.
- "Além da porta existe paz, tenho certeza. E eu sei que não haverá mais lágrimas no paraíso.- Ele fungou. - Você saberia meu nome se eu o visse no paraíso? Você seria o mesmo se eu o visse no paraíso? ...."-
Quando aquela música acabou ele caiu de joelhos, segurou no pequeno berço chorando alto feito uma criança machucada. Rafaella se abaixou ao lado dele e pôde ali sentir ser rasgada ao meio. Sentiu tanta dor que pensou não suportar. Então colocou a mão sobre o bercinho e desejou mil vezes a morte.
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Uma babá para Luca. (GIRAFA)
Hayran KurguDepois de uma decepção amorosa, Gizelly decide viver intensamente. Porém no meio do caminho, ela conhece uma acompanhante de luxo que tomada pelo desejo de ficar com ela, acaba por armar um plano estranho.O golpe da barriga, que deu errado. Sete mes...