Capítulo 21

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A noite fora um verdadeiro inferno. Rafaella se assustava sempre que pegava no sono. Luca também parecia sentir que algo não estava certo.

- O que foi, meu bem? Está sentindo falta da sua mãe?- Ela o pegou do berço. Gizelly ia todas as noites dar um beijo no filho, vez ou outra era ela quem o trocava ou dava mamadeira. E essa interação fazia falta a Luca.
- Vamos fazer uma loucura.- Ela destrancou a porta do quarto. - O que eu não faço por você?!-

Ela então se esgueirou pelo corredor vazio e entrou na suíte principal. Ainda tinham coisas no chão e ela temeu esbarrar em algo e atrair a atenção de Talles. Porém, ela chegou até a cama espaçosa e acomodou o pequeno no travesseiro.

Ao sentir o travesseiro macio e o perfume, Luca se acalmou.

-Também sinto a falta dela, zoião. Sua tia vai trazer a mamãe até nós. Vamos rezar!-

Ela afagou o cabelo dele, e Sentada na beira da cama, decidiu que esperaria Valentina passar e a chamaria. Contaria sobre Talles e Ihe daria as provas de que ele era o assassino de Ivy, Gabriela e Petrix. Contudo, cansada de mais, ela acabou pegando no sono e quando abriu os olhos escutou o som da porta do escritório sendo aberta.

Se levantou rapidamente. Luca ainda dormia, ela o protegeu com os travesseiros e correu até lá. Ao abrir a porta, se assustou.

- Bom dia!- Talles tirou os pés da mesa. - Está procurando alguém?-

Rafaella engoliu em seco.

- A doutora Val.-

- Ah...- Ele se levantou e caminhou até ela, como um predador. - Sua outra patroa pediu que a empregada...-

- Ana.- Ela o corrigiu.

Ele revirou os olhos.

- Tina pediu a Ana que a acompanhasse até o mercado. Parece que não tem comida para o paladar dela. Refinado.-

- Entendo.- Ele passou a rodia-la. Rafaella fechou as mãos em punho. - Então eu vou cuidar da minha vida.-

- Quer me contar o que veio fazer aqui?- Perguntou ele, elevando as mãos até os ombros dela e os apertou.

- Eu queria contar sobre o Luca.- Mentiu. - Parece que ele precisa de uma avaliação, e como a doutora é a médica e tia dele....-

Talles se inclinou e afundou o nariz no cabelo dela. Com possessividade, a virou de frente para ele.

- Posso transmitir seu recado.- Ele sorriu. - Mas com uma condição.-

Acuada, Rafaella encarou o assassino a sua frente. Ele beirava a loucura.

- Qual é essa condição?- Ela o indagou.

- Um beijo. De verdade.-

- Me solta, Talles. Ou eu grito. Não vou te beijar coisa nenhuma. Está me ouvindo?-

- Ah é? E vai gritar para quem? Bruno? Seu amante solteiro?- Ele riu. - Eu sei que tem medo de mim, e isso me deixa duro e louco de vontade de me afundar em você.-

- Minha vida não é da sua conta, e não vai se afundar em mim. Não sou da laia das suas. Amantes.- Ela tentou se soltar mais uma vez.

Talles deslizou as mãos rapidamente e a prendeu pelo pulso. Inclinou a cabeça e a beijou com força.

Rafaella resistia e tentava gritar. Desesperada, tirou forças da repulsa que sentia e o afastou com um empurrão.

Talles ainda tentou pega-la, quando ela desferiu um tapa forte em seu rosto. Tão forte que ele sentiu o gosto do sangue na boca. Ele então virou-se para ela, com uma vontade súbita de agarrar aquele pescoço até os dedos doer.

Uma babá para Luca. (GIRAFA)Onde histórias criam vida. Descubra agora