Capítulo 8

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- Senhori....-

- Não!- Gizelly a segurou firme em seus braços.
- Continue. Fará bem para você.-

Gizelly estava de pé, entre suas pernas, acariciando seus cabelos. A babá, por sua vez, com os braços enganchados em sua cintura e o rosto enterrado em sua barriga. Ela então chorou até não ter mais lágrimas, por fim, levantou a cabeça.

- Me desculpe pela minha colocação mais cedo.- A advogada disse num tom arrependido. Era estranho se desculpar com tanta facilidade.

- Eu não deveria ter explodido daquela forma. Estava chateada. A culpa não foi sua, senhorita Bicalho.

- Gizelly.- Ela a corrigiu. - Me chama de Gizelly. E se desabafar te faz bem, pode me contar.-

- Meu pai está doente.- Ela afastou os braços de sua cintura e limpou algumas lágrimas que saltavam para fora. Gizelly se afastou alguns centímetros, pondo as mãos nos bolsos. - Minha irmã me contou meio por cima. Mais cedo liguei para ele, queria acreditar que era um blefe da minha irmã. Ele praticamente me disse que está se aposentando e que pode partir a qualquer momento. Eu só não queria que fosse agora.-

- Eu lamento muito, Rafaella. Perdi meus pais para um acidente. Sei como é se sentir só.-

- Estou cansada de me sentir sozinha, Gizelly. Parece que o universo sempre lutou contra mim.-

- Ei?- Gizelly deu um passo para frente. Pegou no queixo dela com delicadeza e ergueu. - Isso não é verdade... Você é uma mulher bonita, forte. Não pode perder tempo aceitando o fundo do poço.-

Rafaella enfiou a mão embaixo do travesseiro e tirou uma fitinha de lá. Era a pulseira de Maria Antonella.

- Luca nasceu quase um ano depois da morte da minha filha. Ela nasceu prematura e eu não a vi partir desse mundo. Na noite que ela se foi, eu estava sendo retirada de dentro de um carro retorcido.-

- E isso só te fez mais forte.- Gizelly mal se reconhecia ali.
- Olhe para mim, Rafaella.-

Ela a encarou, mas acabou se levantando. Gizelly então a segurou pelo pulso. Era como tocar em um fio de alta tensão. Os olhos de Rafaella pediam para mais, e ela não conseguia se controlar. Então a puxou para si, colando o corpo dela ao seu. Foi extasiante sentir os seios dela, e Gizelly sabia que se amaldiçoaria pelo resto da vida. No entanto, quebraria uma regra tão essencial para ela.

- Gizelly...- Rafaella espalmou a mão nos ombros dela. Ela tentava repelir, mas a verdade é que estava querendo senti-la. O peito subia a descia rapidamente, não conseguia tirar as mãos do peito dela, nem se quisesse.

- Não me diz que não quer.- Gizelly disse com a voz rouca pelo desejo. - Vejo em seus olhos que quer tanto quanto eu.-

- É errado...-

- Não, Rafaella. Não é errado. Você não é mais casada, pelo menos na prática. E se quiser eu mesma acabo com esse casamento, com o maior prazer. Se o meu pagamento for ter você todas as noites.-

A babá tentava olhar para qualquer coisa que não fosse os olhos da patroa. Então Gizelly deslizou a mão livre para a cintura dela e apertou firme. Nem quando o celular tocou, ela desviou-se do seu propósito.

- Não vai atender?-

Gizelly soltou o pulso dela, pegou o celular no bolso, e sem desviar os olhos, o atendeu. Era Gabriela.

A voz da amante soou em alto e bom som.

Ligação on:

- Estou te esperando! - Ela cantarolou as palavras.

Uma babá para Luca. (GIRAFA)Onde histórias criam vida. Descubra agora