Gizelly retirou o celular do bolso e enviou uma mensagem rápida. Em pouco tempo um carro, que provavelmente estava por ali, parou frente a casa. Dele desceram dois seguranças.
- Um vai conosco, o outro fica pra fazer a segurança do meu filho.-
Entraram no carro e seguiram para o hospital. Rafaella, por incrível que parecesse, naquela hora estava calma. Não chorou ou se desesperou. A dor do luto a corroía com memórias deles, e depois logo vinha a confirmação de que ela e o pai foram mais próximos nos últimos dias.
Assim que chegaram, Gizelly cuidou de tudo. Enquanto isso, as mulheres eram levadas ao encontro de Sebastião.
- Senhora Mirian.- A médica do plantão noturno saiu do quarto e a cumprimentou. Logo encarou as irmãs.
- Meninas...- Ela as olhou com pesar. - Fizemos tudo o que estava ao nosso alcance. A última parada que o doutor teve, nossa equipe quase não conseguimos reanimá-lo.-- Ele está sob ventilação mecânica.- Rafaella tomou a vez.
- Como sabe?-
- Conheço esse som.-
- Ele está fraco. O coração do Doutor Fernandes cresceu em um tamanho considerável, e está comprimindo parte do pulmão. Eu lamento meninas, nesses casos chamamos a família para se despedir com calma, pois a qualquer momento ele pode partir.-
Mirian não conseguiu se segurar, e chorou ali, desesperada.
- Mirian...- Rafaella pegou nos ombros da madrasta, que fora a companhia do pai nos últimos anos. - Precisamos ser fortes. Meu pai odeia choradeiras, você sabe. Entra lá a conversa com ele, depois eu e Giovanna. Nós somos tudo o que ele tem.-
Mirian limpou as lágrimas com as costas das mãos, respirou fundo e caminhou para dentro do quarto. Ao entrar, encostou-se na porta e encarou o marido moribundo, esperando pela morte.
- Ah, Tião...- Chorando contida, se aproximou do marido e tocou na mão fria dele. - Pensei que tivéssemos tantos anos pela frente, que você me veria partir, e com essa sua postura, faria tudo da forma correta. E olha só, sua filha está fazendo isso... Eu quero que saiba que eu sempre te amei e sempre vou te amar, mesmo depois da sua partida. Vai em paz meu velho e grande amor. Leve consigo um pedaço do meu coração.-
Ela o beijou no rosto e cada uma das mãos enquanto tentava desesperada gravar na mente a textura da pele dele. Demorou-se um pequeno tempo ali e por fim saiu do quarto. Sentou-se na cadeira e fechou os olhos.
- Giovanna, você vai agora.- Rafaella disse, de forma fria.
- Eu vou depois.-Giovanna afirmou com um movimento e se levantou. Chegou a colocar a mão na maçaneta da porta, mas recuou e voltou para junto da irmã.
- Eu não consigo, Rafa. Estou com o mesmo medo que tinha, quando achava que uma bruxa me levaria para o mundo debaixo da cama.-
- É seu pai.-
- Entra comigo?- A mais nova mais parecia uma criança assustada. - Por favor! Não precisa ficar por perto, eu só não quero...-
Rafaella estava ficando nervosa, as mãos suavam muito. Levantou soltando um suspiro baixo e passou pela irmã. Em seguida abriu a porta do quarto. Giovanna entrou de olhos no chão, havia entrelaçado os dedos e os apertavam dolorosamente.
- Ele pode te ouvir. Fale com ele.- Rafaella lhe disse.
- Pai.- Giovanna levantou os olhos cheios de lágrimas, encarando o mais velho. - Papai.-
Rafaella queria odiar a irmã como nas últimas horas, mas não conseguiu. Ela mesma estava sentindo uma tristeza profunda. Então viu quando Giovanna caminhou até junto da cama do pai e esticou os dedos. O contato com a pele fria a fez se assustar, mas ali era seu pai, não um estranho. Todavia, ela entrelaçou os dedos dela aos dele.
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Uma babá para Luca. (GIRAFA)
FanficDepois de uma decepção amorosa, Gizelly decide viver intensamente. Porém no meio do caminho, ela conhece uma acompanhante de luxo que tomada pelo desejo de ficar com ela, acaba por armar um plano estranho.O golpe da barriga, que deu errado. Sete mes...