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Acho que não é segredo para ninguém que eu tenho um caderninho onde faço uma lista de pessoas que já passei a noite, acho que tenho toda essa fama por conta do maldito caderno, mas no começo eu tinha um propósito, na metade já não sabia se queria e agora faltando apenas um já não sei se valeu a pena.

Sempre tive problemas com minha mãe quando se tratava de amor e carinho, eu era pequeno realmente não entendia o porquê todas as mães brincavam com seus filhos, depositavam beijinhos neles, o protegiam do frio e da chuva e a minha não fazia nada disso, já era raro ter sua atenção voltada a mim, brincar com a mesma estava fora de questão.

Mas era tudo que meu coração desejava, só queria chegar da escolinha correndo e a abraçar, contar sobre meu dia, brincar com a mesma, depois ir dormir ouvindo sua voz me contar uma história do meu herói favorito, mas isso nunca aconteceu.

Foi então que em forma desesperada aos meus doze anos a perguntei o que poderia fazer para ela me amar, e o que ela me respondeu foi a última coisa que me falou antes de sair de casa me deixando por completo.

"Eu prefiro me afastar de você, não aguento olhar para seu rosto, mesmo sabendo que sou sua mãe e você é meu filho não sinto nada além de repulsa por você! Então se você conseguir dormir com 500 pessoas talvez mereça um dia ser amado como um filho deve ser amado, enquanto isso você não é nada! Eu simplesmente queria que você nunca tivesse existido!"

Existe uma frase assim " palavras ferem, machucam, magoam, mas o amor cura as feridas" Quando Sohee me disse tudo isso ela me machucou, mas eu esperava conseguir seu amor para me curar, ainda acreditava que seria possível ser amado pela mesma, mas estava completamente enganado.

Comecei a frequentar festas, baladas, e tudo que tinha direito sempre voltava com alguém para casa, dormia com ela ou ele e anotava seu nome no caderno, e em raras ocasiões Sohee aparecia por aqui e eu a mostrava lista, ela apenas ria, eu pensava que era de orgulho, por eu estar me esforçando por seu amor.

Mas quando cheguei na metade da lista comecei a me perguntar se realmente estava valendo a pena, estava cheio de fofocas com meu nome, títulos horríveis tudo por conta de uma mulher, a mulher que deveria me amar desde que nasci, mas eu simplesmente não conseguia parar de anotar nomes, parte minha ainda desejava seu amor, um amor impossível.

- Eu vi no seu caderno filho, só falta uma pessoa, é o Jimin certo? Acho que agora já posso te dar meu carinho. - Ditava simples como se fosse uma conversa normal

- Não estava falando da lista! - a retruco vendo um sorriso ladino crescer em seus lábios - Por que tentou matar o filho de Afrodite?

- Ah Jungkook, não teria graça se fosse tão fácil para você! - fez um biquinho em seus lábios - Mas agora a mamãe está aqui meu filho, serei bondosa, como só falta uma pessoa já vou lhe tratar como merece.

- Acho que realmente não desejo isso. - Sinto lágrimas em meus olhos, mas as seguro, essa mulher não merece uma lágrima sequer

- É claro que quer, sempre se humilhou pelo meu amor! - gargalhou se lembrando de algo - Lembra de quando me implorou para ir à sua apresentação de Dia das Mães? E eu fui você chorou como um bebê por eu ter dito na frente dos seus amiguinhos que não era sua mãe.

- Eu só tinha sete anos! - me justifiquei levantando-me do sofá pronto para sair de casa novamente - Não preciso do seu amor, já cresci sem ele, agora não fará falta! - sai marchando até a porta a batendo com tudo, finalmente respirando um pouco de ar fresco.

- Tudo bem Jeon?

- Jimin? - o mesmo estava parado na minha frente com seus olhos arregalados, mas sem forças para dizer uma palavra sequer apenas me joguei em sua direção o abraçando, permitindo que minhas lágrimas rolassem por meu rosto.

- Não posso te prometer que vai ficar tudo bem, até porque não sei o que está acontecendo, mas prometo que estarei aqui. - disse baixinho perto do meu ouvido enquanto acariciava minhas costas.

Não gosto de chorar, normalmente guardo tudo, mas chorar me deixa tão aliviado, me sinto tão leve depois, não sei quanto tempo chorei, só sei que foi por muito tempo já que a blusa de Jimin estava encharcada, mas agora estamos aqui sentados na porta da minha casa conversando sobre a vida.

- Coelho!? Não sei aonde vou me parecer com um! - Me recusava a acreditar que o mesmo estava me comparando com um animal.

- O seu sorriso é lindo, me lembra coelhos. - Deu de ombros deitando sua cabeça sobre o meu em seguida.

- Jimin, o que veio fazer aqui em casa tão tarde? - pergunto o que já devia ter perguntado desde que o vi em minha porta se não tivesse chorado.

- Ah! - se levantou tateando sua roupa procurando algo - Aqui está! Mamãe mandou eu trazer em forma de agradecimento por não atenderem seu pedido de morte.

Era uma caixinha de veludo vermelho, a peguei abrindo vendo um lindo par de argolas pratas, que me arrancaram um sorriso, eu amo argolas!

- Eu amei Ji! Muito obrigada! - o abracei, mas uma buzina nos fez separar assustados.

- Jiminie! Vamos logo! - Era Taehyung em uma bicicleta rosa com cestinha e tudo mais. - Sua mãe estava preocupada e me mandou atrás de você com a sua bicicleta, isso é muito humilhante! - o mesmo arrumou seus cabelos com a mão enquanto bufava irritado, eu e Jimin riamos da situação, mas logo Jimin se despediu indo até seu amigo.

- Não tem vergonha na cara não? - Lily me pergunta assim que entro em casa.

- Que susto Lily! - levo minha mão ao peito pelo susto.

- Estava aí se pegando do lado de fora da casa com seu namoradinho, enquanto eu sofro por um garoto, a vida é tão injusta! - dramatizou se escorando na parede só para escorregar pela mesma.

- Isso não é problema meu. - Cantarolo, pulando o lugar que a mesma está estirada subindo para tomar um banho.

- Ele é gay Jungkook! - a mesma apareceu de repente continuando no assunto.

- idai? - questionei já ligando o chuveiro.

- Idai!? As vezes tenho sérias dúvidas se você realmente gosta de mim! - cruzou seus braços - ele é seu amigo, você poderia me ajudar.

- Quem é meu amigo? - Coloquei minha cabeça para fora do box apenas para a enxergar melhor.

- Kim Namjoon! Sua lerdeza as vezes me deixa impressionada.

- Com tanta gente no mundo foi gostar logo dele. - eu não conseguia conter as risadas e a mesma reclamava a todo momento. - Nam gosta do Seokjin. - Anúncio a vendo ficar chocada.

- O Jin é meu amigo! Esse mundo é realmente tão cruel - a mesma fazia sua pirraça, enquanto eu gargalhava cada vez mais alto - Você não me ajuda em nada, vou embora daqui! - deu as costas saindo antes mesmo que eu pudesse me defender.

O restante do banho foi tranquilo, quando sai meu pai me esperava sentado em minha cama, é hoje o dia está cheio de surpresas e nem é meu aniversário.

- Filho, você tem duas semanas para se casar com Park! - Me encarava sério enquanto eu entrava em desespero por dentro, teríamos que adiantar nosso  plano.

Meu Querido AfroditeOnde histórias criam vida. Descubra agora