CAP 1 - HYUNJIN

814 52 56
                                    

Era terça feira, e eu estava muito ansioso para hoje. Eu finalmente me declararia. Passei os últimos sete meses tendo certeza que gostava dele, então iria contar pra ele.

E por motivos que não sei explicar, eu acreditava que ele gostava de mim, então, aproveitaria a oportunidade e o pediria em namoro, esse era o meu plano.

Eu e Felix nos conhecemos a quatro anos, e logo quando nos vimos, sabíamos que seríamos melhores amigos.Almas gêmeas.

Nos conhecemos em um fliperama, no meu aniversário de doze anos. Meu pai tinha me levado lá, já que eu não teria uma festa, e nem a minha mãe, nesse aniversário. Ela estava em uma viagem de negócios e eu entendia, mas mesmo assim, não deixei de me sentir triste. E o meu pai achou uma boa ideia sair para comemorar.

Eu conheci Felix em um dos brinquedos, ele estava sozinho, logo começamos a conversar e passamos a brincar juntos. Meu pai estava em algum lugar nos observando, e achou uma boa ideia, pedir o número dos pais de Felix, que também estavam com ele.

Foi o melhor aniversário que me lembro .

Mesmo minha mãe estando longe, eu ainda tinha o meu pai, uma noite divertida no fliperama, pizzas saborosas, e ainda assistimos filmes quando chegamos em casa. O melhor dia que já tive com o meu pai. O melhor aniversário.

Depois desse dia eu sempre ia a casa de Felix aos finais de semana. Já que nossas escolas eram diferentes e os nossos horários de aula também, a nossa única escolha era nos encontrar aos sábados.

Ele era o meu melhor amigo, e eu nem de longe imaginava, que esse sentimento fosse crescer e se tornar em paixão.

Paro de pensar sobre o nosso "início de amizade", quando ouço batidas na porta, já sabia que era ele. Fui em direção a porta, com a minha bolsa sobre os ombros.

Abro a porta e o vejo, ele está tão lindo, como sempre. Ele sorri. E eu sorrio pra ele. Meu coração se aquece. E então ele me abraça. Como todas as vezes que nos encontramos. É muito comum, mas a partir de um tempo, eu percebi, que isso fazia o meu coração se acelerar e o meu rosto esquentar, me deixando vermelho. Eu o abraço de volta. E eu amo os nossos abraços.

—Bom dia Jinnie- ele fala ainda me abraçando, usando o apelido que ele me deu.

— Bom dia Lix— mesmo sem sair do abraço, ele ergue o seu rosto e me encara, com um olhar questionador— O quê? —pergunto confuso.

— Você parece preocupado com algo — ele fala simples. Ele realmente me conhece, penso comigo "sim eu estou, preocupado se o meu pedido de namoro vai ocorrer tudo bem" , mas não falo. Apenas balanço a cabeça, negando e sorrindo simples.

— Eu acho que...é só o medo daquela escola me matar, sabe ?— falo querendo soar casual e não ficar muito óbvio o fato, de eu estar nervoso, se ele insistisse com os seus questionamentos, eu iria acabar cedendo e no final contando — Aqueles professores diabólicos, suas atividades de matemática e trabalhos de biologia.

Felix ri do meu drama.

— Você é muito dramático, sabia ? — diz saindo do nosso abraço e se virando para podermos ir.

— Eu acho que se eu ouvir a professora de matemática me perguntar mais uma vez, "qual o valor de x ?" , eu me jogo lá do térreo da escola — digo trancando a porta e saindo junto com Felix á caminho da escola .

Felix analisa a minha frase, no começo ele ri e depois me olha com um olhar repreeensivo. Ele não gosto muito quando uso piadas suicidas. Começo a rir da sua falsa cara de raiva.

— Ei, é brincadeira — falo o abraçando de lado — Você sabe que eu nunca faria isso né, só se por acaso acont– ele não me deixa terminar, me dá um tapa no braço e me empurra.

WaterOnde histórias criam vida. Descubra agora