CAP 14 - FELIX

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Eu estava na casa de Eunwoo, era uma casa bem bonita e minuciosamente arrumada, era tudo tão impecável. Ele achou melhor, ficar em sua casa. O que me frustou um pouco, eu tinha me arrumado a tarde inteira pra ficar dentro de uma casa?

Estávamos assistindo a um filme, bem eu estava assistindo o filme. Eunwoo parecia bem ocupado brincando com a minha mão.

Já estava me irritando, não que eu não quisesse que ele pegasse na minha mão, mas é que, primeiro, aquele nem de longe era o meu tipo de filme, e segundo, ele não estava assistindo e estava tirando toda as minhas tentativas de concentrar, para poder entender aquilo. 

Talvez a minha raiva estivesse maior por que eu queria sair e não ficar na casa dele assistindo a um filme que eu mal conseguia acompanhar.

— Por quê não está assistindo o filme?

— Ah. Eu já assisti esse — disse simplista.

— Colocou um filme que você já assistiu? — aquilo era tão estranho.

— Sim...mas você nunca assistiu, é daquela saga que eu te falei.

— A que você ama?

— Sim... — voltei o meu rosto para a TV, eu não acredito que ele me levou até a sua casa para eu ver o filme que ele é obcecado.

E para a minha tristeza foi o que ficamos fazendo pelas próximas três horas, assistimos a mais dois filmes daquela saga.

Horrível.

Eu não falaria para ele, mas eu estava odiando.

Finalmente depois do terceiro filme, ele disse que podíamos terminar de assistir outro dia.

— Quer comer alguma coisa? — eu estava a horas ali sem ter comido nada, é claro que eu queria algo, mas eu não falaria...

— Ah não, eu estou bem — não estava não.

Ele se levantou e sem aviso, me pegou pela mão e me guiou pelo corredor da sua enorme casa.

— Onde vamos? — finalmente estávamos fazendo alguma coisa, além de ficar sentado naquele sofá, assistindo aquela saga horrível.

— Vou te mostrar o jardim da minha mãe.

Chegamos no final do corredor e tinha uma porta de vidro ali.

Ele a abriu e me guiou para dentro do jardim.

Era lindo. Tinha algumas árvores e várias flores plantadas, as vezes no chão ou em vasos. Era maravilhoso de se olhar. E a grande lua cheia que iluminava o jardim, era a cereja do bolo.

Eu estava boquiaberto.

— O que achou ?— ele perguntou me virando para si.

— É muito lindo...

Ele sorriu pra mim, pegou em minhas mãos e me puxou até ele. Agora estávamos perto.

Nossas respirações estavam agitadas. Meu coração batia tão forte, será que finalmente iríamos nos beijar? Depois do tédio que foi essa noite, era o mínimo que eu tinha que receber por ter tanta paciência.

Ele se aproximou devagar de mim, se inclinou e me beijou simplista nos lábios.

Ele se afastou minimamente olhou em meus olhos e me ofereceu um sorriso de lábios fechados. Soltou as minhas mãos e com uma de suas mãos segurou um lado do meu rosto e com a outra a minha cintura, nos aproximando ainda mais. Juntei as minhas mãos ao redor do seu pescoço e ali começamos um beijo calmo , lento e cheio de desejos, que pareciam ser mais da parte dele. Era algo diferente. Eu estava sim feliz, mas não era como eu esperava.

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