CAP 17 - HYUNJIN

334 36 20
                                    

Changbin. Ele era legal. Era divertido e espontâneo.

Ele falava bastante, era extrovertido e atencioso aos mínimos detalhes.

O pouco tempo que passei com ele, durante a feira de ciências, foi o necessário para eu perceber que ele era uma pessoa bem amigável.

Em algum momento ele pediu meu número, e eu o dei.

Agora estava pensando no que responder a sua mensagem. Era um simples "olá! Sou eu Changbin" .

Eu poderia responder com um "oi", ou perguntar como ele estava, se chegou bem em casa, eu não sabia o que falar...

Resolvi apenas o repetir, mandando um "olá".

Changbin»»»
»Está ocupado?

« Não

E então ele me ligou. Droga, eu podia bem "estar" ocupado. As vezes eu odeio a sinceridade.

— Oi...

Oi — ele riu — Acho que você no estava esperando que eu ligasse  — não estava mesmo — Mas eu tenho preguiça de ficar digitando.

— Preguiça de digitar?

Sim — ele era tão...estranho?!

— Tem muito mais coisas pra você sentir preguiça...agora digitar?! Nem faz sentido.

Começamos a conversar. Ele era bem divertido. Não tínhamos nem de longe gostos parecidos, ele era o contrário de mim. E por isso não vi o tempo passando pois discutimos muito, sobre os nossos gostos contrário, de uma forma divertida, claro.

Era umas oito da noite quando paramos de conversar.

Eu me sentia bem em conversar com ele, o que eu estranhei, eu o conheci cerca de cinco horas atrás, mas parecia que éramos amigos a anos, graças a ele, que deixava as conversas divertidas.

— Com quem você tanto falava ? — minha mãe apareceu na porta do quarto, com a sua típica pose, com os braços cruzados.

— É um garoto que eu conheci hoje.

Ela arqueou uma sobrancelha.

— Conheceu hoje e já conversam tão abertamente?

— É que ele é bem extrovertido, e isso facilita uma conversa.

— Entendi — ela se virou para fora do quarto — O jantar está pronto, desça logo.

Uma coisa que minha mãe exigia, era um jantar com todos juntos.

Eu nunca entendi o por quê. Não era como se fossemos tão unidos e presentes um na vida do outro. As vezes eu me sentia um intruso no meio dela e do meu pai. Eles tinham um próprio mundinho. As perguntas deles, faziam sentido, pra eles. Eu sempre ficava de fora. Minhas perguntas eram as sem graça. Era sempre sobre a escola, planos futuros, ou qualquer coisa entediante.

Eles eram bons pais, mas não sempre. Quando eles me viam muito pra baixo, eles tentavam me dar mais atenção e demonstrar o seu amor. Mas era só no último caso. Eu me sentia como um intruso, e ao mesmo tempo, o excluído.

Eles tentavam "dar o seu melhor", mas era o melhor que eles enxergavam, pra mim não. Por que tínhamos conceitos diferentes, sobre como "devem ser os pais" .

Para eles, investir no meu futuro, era a única coisa precisa. E para mim...eu só queria que eles se importassem com o eu de agora, não com o daqui á dez, quinze anos.

— Mãe? — eu interrompi a conversa deles. Ela me encarou, acho que esperando que eu continuasse — Por quê, quer que jantemos sempre juntos?

WaterOnde histórias criam vida. Descubra agora