CastielEu continuava esperando meus irmãos retornarem e comecei a ficar impaciente. Então resolvi caminhar pelo céu, ele não era mais o mesmo de antes, de alguma forma eu me sentia mais em paz com o céu que Jack estava construindo, até as almas humanas pareciam mais felizes agora, reunidas com seus entes queridos não apenas em memórias.
Enquanto caminhava, acabei vendo um rosto familar em meio as pessoas e suas casas. Ela estava sentada na varanda com seu cachorro aninhado a seus pés.
— Kelly!
— Oh Castiel, é tão bom ver você. —ela disse e se levantou para me abraçar, eu retribuí o abraço feliz por poder reve-lá outra vez.
— Eu penso o mesmo, ainda mais em circunstâncias melhores. — eu disse me lembrando da última vez em que vi Kelly, quando fiz o acordo com o vazio.
Eu me sentei ao seu lado no banco de sua varanda e seu cachorro começou a me lamber, eu não sei o que isso significa mas ele era fofo e eu comecei a acariciar sua cabeça, ele parecia gostar.
— Ele gostou de você, Castiel.
— Eu também gostei dele.
— Ah, isso tudo não é incrível? Eu estou tão orgulhosa do Jack. — ela fala enquanto olha ao redor admirada com o novo céu.
— Sim, Jack sempre foi destinado a coisas grandes e isso é a prova do quanto ele é especial.
— Ele não poderia ter um pai melhor. Castiel, obrigada por tudo o que fez pelo meu filho...nosso filho. Temos sorte de ter você.
Ela disse isso com tanta sinceridade no olhar e um sorriso puro. Eu gostava muito de Kelly, ela era um ser humano admirável e sei que Jack puxou muito a mãe.
— Kelly, tudo que fiz foi por amor. Eu amo Jack e sei que tem muito de você nele, sou muito grato por fazer parte dessa família. E eu...nem sabia que poderia sentir uma emoção tão humana assim.
— Você aprendeu a amar, Castiel. Isso é algo especial. Tudo dará certo, você merece ser feliz.
Aquela palavra me assustou, será que eu realmente seria feliz outra vez? Eu queria, é claro que eu queria mas sabia que não duraria muito.
— Obrigada, Kelly. Espero te ver novamente e esse cão também.
— Eu estarei bem aqui, Castiel. — ela diz sorrindo e aquilo me conforta.
Retornei para onde os anjos deveriam se reunir e vi que meus irmãos já haviam retornado.
— Olá, irmãos! E então? Como foi?
— Bem, morte tem certas exigências. O nome dela é Nora, na verdade. — me respondeu Haziel.
— Ela disse que irá permitir que as almas sejam levadas para seu devido lugar se garantirmos que ninguém mais irá interferir nos planos dela. — disse Eremiel revirando os olhos.
— E o que vocês responderam? — eu perguntei intrigado.
— Tivemos que aceitar, o mundo lá embaixo está ficando uma loucura com tantas almas vagando por aí.
— Assinamos um contrato em que demos nossa palavra de que não iremos interferir nas mortes, pelo menos os anjos. Todo humano que morrer deverá realizar a passagem. Isso não se aplica ao vazio, morte parecia nutrir raiva pelo fato de que foi ele que matou Billy. — Disse Muriel me encarando de maneira acusadora.
— Como assim não se aplica ao vazio? — eu perguntei um tanto surpreso.
— Não fomos proibidos de interferir nas mortes de quem vai para lá. O que é irônico já que nenhum anjo tem o poder de inferferir no vazio. Bem, eu só espero que tudo volte ao normal agora. — respondeu Eremiel com uma expressão tranquila.
— Esperem, e se morte quiser dominar tudo outra vez? Como Billy planejava. — eu perguntei tentando não transparecer o medo que sentia.
— O acordo vale para os dois lados, Castiel. A função da morte sempre foi apenas uma e irá continuar assim ou iremos retaliar. — me respondeu Haziel.
— Bom, sem interferências, irmão. Sei que tem apego pela humanidade mas agora isso precisa ter limite, até mesmo para os Winchester. — me disse Muriel antes de sair ao lado dos meus outros irmãos.
Eu ainda estava digerindo tudo isso, por um lado era bom que as almas humanas estivessem em segurança agora mas por outro, eu tinha medo de perder as pessoas que eu tanto amava, perder Dean certamente acabaria comigo. Eu sabia que não conseguiria assistir sua morte sem fazer nada para impedir, nem a de Sam. Além disso, ainda tinha a parte do vazio, eu não queria me permitir ter esperança mas acreditava que poderia existir uma solução para o meu problema e isso já me deixava bem menos assustado.
Hoje faz uma semana que estou longe dos Winchester, longe de Dean. Eu ainda ia a terra mas passava a maior parte do meu tempo no céu. Quando visitava a terra era apenas para zelar por Dean, ele não podia me ver mas eu estive lá toda noite, o protegendo enquanto dormia. Eu escutava suas preces com um aperto enorme no coração. Agora mesmo, ele estava rezando por mim sem saber que eu estava ali tão perto dele.
— Cas, por favor cara. Eu estou preocupado com você, já faz uma semana que você não aparece. Droga, Castiel! Eu espero que você esteja me ouvindo. Não importa o que possa estar acontecendo, nós vamos resolver. Somos uma família, você sabe disso. Não me abandona, Cas. Vamos conversar, aparece anjo! Eu não sei mais o que fazer.
Ver Dean assim tão preocupado estava me corroendo por dentro, eu queria que ele soubesse que eu estava com ele, que eu jamais o abandonaria. Me aproximei dele estando invisível e coloquei minha mão em seu ombro, ele não sentiria nada além de um conforto, uma tranquilidade momentânea.
— Eu nunca deixaria você, Dean. — eu disse mesmo sabendo que ele não iria me escutar.
Quando Dean adormeceu, eu continuei ali. Tão perto e tão longe dele ao mesmo tempo.
Eu daria um jeito de resolver essa situação, eu precisava. E então, eu voltaria. Voltaria para perto de Dean Winchester, o melhor homem da terra.
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Fanmade - Destiel
FanfictionE se uma fã de Destiel pudesse entrar na série e mudar o rumo da história? Essa é uma história em que você precisa pensar com a mente de um fã, nem tudo precisa ser realista o tempo todo, algumas coisas precisam ser vistas com o coração. É por isso...