Capítulo 10: I can't be happy

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Castiel

Eu não precisava dormir, poderia ficar acordado zelando por Dean a noite inteira ou simplesmente aproveitar esse momento em que ele está aqui dormindo do meu lado tão tranquilo. É claro, Nina e Sam também estão aqui, nós meio que fizemos o que os humanos chamam de "festa do pijama" em que amigos assistem coisa na TV, comem e dormem todos juntos. O clima estava tão bom que eu me permiti relaxar e entrar em um estado de descanso.

—  Ora Castiel, não achou mesmo que tinha se livrado de mim, não é?

— Meg?

—  Erro! Tente novamente. Até que eu fico bem usando a casca dela. Mas, a minha melhor versão é a que mais te atormenta, você mesmo. Como eu estou com esse sobretudo?

— Isso não é real, sei que só está acontecendo na minha cabeça.

—  Pode chamar como quiser, sonho, visão. A questão aqui é que nós temos um acordo, anjo. E, você não vai me passar para trás.

Mesmo tendo consciência de que isso não está acontecendo de verdade, não consigo deixar de sentir medo. O vazio ainda me assombrava e eu não sabia se em algum momento ele iria me deixar em paz.

— Aquela garota ter aparecido não muda nada, ela não te salvou Castiel, ela só te deu mais tempo. Se permita ser feliz e eu vou voltar para buscar você. Você é meu e eu não costumo desistir do que eu quero. Então, considere isso um recado. Até logo, anjo.

Ao abrir os olhos percebi que estava no mesmo lugar mas meu coração estava acelarado e minha respiração irregular. Eu estava com medo, não estava realmente livre e não podia me permitir ser feliz, o que era um problema pois a minha felicidade estava bem aqui do meu lado. Dean era o que me fazia feliz, eu sabia que estar ao lado dele era mais especial do que qualquer coisa que o mundo me podia oferecer.

Então, eu sabia que a melhor coisa que eu poderia fazer nesse momento era ir embora. Eu precisava pensar em alguma solução e enquanto isso, tinha que me proteger. Eu encarei Dean enquanto ele dormia e me despedi silenciosamente, o que eu mais queria era ficar aqui com ele e justamente por isso, eu precisava ir embora.

Eu me dirigi ao céu e vi que Jack continuou com a reforma, esse lugar agora parecia realmente um paraíso. Alguns de meus irmãos pareciam nervosos e eu me aproximei deles para saber se alguma coisa havia acontecido.

— Olá irmãos, está tudo bem?

— Castiel, é bom ver você. — Disse Eremiel, ele era um anjo importante, o único que foi capaz de prender todas as almas desde o fim do dilúvio, até os dias de hoje. Eu o admirava.

—  As coisas não estão indo muito bem, ficamos sabendo que algumas almas não estão conseguindo realizar a passagem para o céu ou para o inferno. — me respondeu meu outro irmão Haziel.

—  Por qual motivo, irmão? —  eu perguntei genuinamente confuso.

— Algum problema com os ceifeiros, acreditamos que a nova morte está dificultando o processo mas ainda não sabemos o motivo. — Me respondeu Haziel.

— Estávamos nos reunindo para começar uma investigação. — Disse Eremiel e se virou em minha direção.

— Eu gostaria de ajudar, sei que as coisas estão complicadas em relação a morte desde o ocorrido com Billy. — eu disse encarando Eremiel e depois desviando o olhar para meus outros irmãos.

—  Sim, pode ser uma retaliação pelo que aconteceu com ela. — afirmou Haziel.

— Mas as almas humanas não tem culpa.  — eu disse e encarei meus irmãos preocupado.

— Sempre preocupado com os humanos, Castiel. Sempre o mesmo. —  disse Muriel e me encarou com um sorriso irônico.

— Toda ajuda é necessária, ainda não sabemos os planos da nova morte e isso pode ser perigoso. Castiel, pode investigar alguns ceifeiros? Nós iremos tentar falar com morte. —  Me pediu Eremiel.

— É claro, irmão. Irei agora mesmo. Até mais.

Ceifeiros não são tão fáceis de encontrar, precisei averiguar as mortes recentes da região e me dirigi ao hospital local. Se tem um lugar em que pessoas costumam morrer, esse lugar é um hospital. Consegui me passar por agente do FBI com os truques que aprendi com Sam e Dean, tive que me atentar para que meu distintivo estivesse do lado certo.

Descobri olhando alguns prontuários que os aparelhos que garantem a vida de um paciente em estado grave, seriam desligados agora de noite, me dirigi ao quarto e esperei.

— O que um anjo está fazendo aqui?— perguntou a ceifeira que veio levar a alma do paciente ou melhor, a deixar vagando por aí.

— Sabemos que as almas não estão indo para o céu e nem para o inferno. Eu vim para descobrir o motivo disso.

— É simples, anjo. Morte está cansada de correr riscos, depois do que houve com Billy, ela quer uma garantia de que vocês não irão mais interferir nos negócios dela.

—  Só interferimos pois Billy tinha planos que não cabiam a ela. Ela ficou ambiciosa demais.

— Que seja, eu só estou fazendo o meu trabalho que é dar o aviso. Nenhuma alma irá subir ou descer se morte não tiver a certeza de que não há ameaças contra ela. Afinal, quem é capaz de desafiar a morte, né?

Após dizer isso, ela sumiu e eu pude perceber que a alma daquele pobre paciente não foi a lugar algum. Aquilo me incomodava, eu imaginava que ficar vagando por aí até enlouquecer era tão ruim quanto ir parar no vazio. Tudo o que eu queria agora era estar com Dean. Eu sabia que ele ia notar que fui embora, talvez até rezasse para mim. Seria difícil resistir ao desejo de ir até ele, mas eu precisava. Pelo menos por enquanto. Felicidade não era algo que podia ter agora e isso me deixava triste. Os humanos buscam tanto a felicidade que eu nem consigo imaginar o que significa não se permitir ser feliz para eles, mas provavelmente descobriei em breve.

Retornei ao céu e esperei para me reunir novamente com meus irmãos, esperava que eles tivessem tido mais sucesso do que eu.

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