Fanmade - Destiel

Capítulo 17: Start of something

Nina

Sam e eu estávamos no bunker pesquisando tudo que podíamos no livro de feitiços de Rowena. Realmente, o feitiço de memória era poderoso, algo que podia destruir a vida de uma pessoa em pouco tempo. Sam me contou que ficou bastante assustado em ver Dean naquele estado e que sempre seria grato a Rowena por ter ajudado a salvar a vida do irmão. Eu me lembrava de ter assistido aquele episódio e sentir o peso daquilo, é estranho pensar que hoje estou falando sobre isso com o próprio Sam Winchester.

— Pronto, enviei para Dean tudo que pode ajudar a quebrar o feitiço. Espero que eles consigam ajudar as meninas.

— Eu sei que eles vão. Vocês são ótimos no que fazem, Sam.

— Valeu, Nina. Você também está ficando boa nisso.

Eu apenas sorri para ele, tinha vontade de ir em uma caçada de verdade pois sabia que não tinha muito tempo aqui. Meu tempo aqui estava atrelado ao momento em que a história de amor de Dean e Castiel se tornasse oficial, nada além disso e no fundo eu sabia. Eu não queria me apegar demais a tudo aqui, o que eu sabia que seria difícil, já que eu estava realmente começando a ficar feliz nesse lugar, com esses personagens que agora são como pessoas para mim e que significaram tanto para a minha história com Daniel.

— Nina? Você tá aí?

— Ah, me desculpe Sam. Eu só tava pensando demais.

— Sem problemas, eu só queria saber se você, sei lá, quer assistir alguma coisa agora que a gente tem um tempinho livre. — ele disse e levantou sua cabeça para olhar para mim.

— O filme pode ser de terror? — eu perguntei com um sorriso irônico no rosto.

Sam apenas de um sorriso sincero  com a minha pergunta.

— Achei que nossa vida já era um bom filme de terror. — ele me respondeu e manteve o sorriso.

— Ela não tem tantos sustos assim.— eu retribuí o sorriso.

Nós fizemos pipoca por insistência minha e colocamos um filme de terror da coleção de Dean para assistir. Não dá para esquecer o episódio em que esse filme apareceu, a icônica frase: "hora de fatiar e picar". Eu lembro que Daniel ficou repetindo essa frase por dias, ele amaria estar aqui, vivendo esse momento agora, tento afastar esse pensamento para não começar a chorar ao lado de Sam.

— Eu realmente não sei como o Dean gosta desses filmes.

— É tão ruim que chega a ser bom. Sam, será que eles vão conseguir quebrar o feitiço mesmo sem Rowena?

— Você mesma disse, claro que eles vão. Rowena pode não...estar mais aqui com a gente mas deixou muito conhecimento antes de...partir.

— Eu sempre torci por você e Rowena, sabia?

Sam me encarou com uma expressão que eu não consegui decifrar muito bem, ele não disse nada mas seu olhar parecia dizer tudo, era um misto de tristeza, culpa e saudade. Eu resolvi terminar o que eu queria dizer:

— E o que aconteceu com ela, não foi sua culpa. Espero que um dia você consiga se perdoar por isso. Acho que nós dois temos isso em comum, não conseguimos superar a perda de alguém que amamos tão rápido assim.

— Parece que temos muitas coisas em comum.

Sam e eu nos encaramos e ficamos assim por um bom tempo, nos comunicando apenas com os olhares, tinha muita coisa que não precisava ser dita e que estava bem ali. Quando eu percebi, estávamos cada vez mais perto e antes que algo mais pudesse  acontecer, eu soube o que precisava fazer.

— Sam, espera. Tem algo que você precisa saber.

— O que foi? — perguntou Sam um pouco intrigado.

— O seu final. Digo, o final que você teve na série...foi a vida que você sempre quis. Você teve um filho e se casou com uma mulher, só que...não dava para ver quem ela era, ela apareceu apenas no fundo e eu acho que pode ser a Eileen, eu sempre pensei que fosse ela. E se há uma chance de ser ela, você precisava saber disso. — eu disse ao encarar o chão, tentando parecer normal ao dizer tudo aquilo para ele.

— Nossa, isso nunca vai deixar de ser assustador. Nina, eu não contei isso a ninguém, nem mesmo ao Dean. Mas, eu procurei por ela logo depois que Jack trouxe as pessoas de volta para a terra, eu realmente procurei por ela...e eu não achei nada.  — diz Sam ao me encarar com uma expressão tão triste que quase fez com que meu coração se partisse.

— Eu sinto muito, Sam. Eu não queria te dar falsas esperanças, eu só achei certo que você soubesse. — eu disse tentando mostrar que aquela não era minha intenção.

— Agora eu sei, e sabe o que importa para mim agora? Esse momento aqui, o único que eu posso ter certeza que é real. — ele disse me encarando com carinho  no olhar.

E quando Sam Winchester se aproximou para me beijar, eu não recuei e foi maravilhoso. Tão maravilhoso que eu sabia que iria doer da mesma forma que doeu quando eu perdi Daniel, já que isso aqui não poderia durar por mais que eu estivesse me sentindo entusiasmada com alguém pela primeira vez em muito tempo.

Sam e eu ficamos ali até o filme terminar. Já era tarde e a companhia dele era tão agradável que quando percebi estava pegando no sono com a cabeça em seu colo. A última coisa que eu vi antes de fechar os olhos foi o sorriso de Sam.

— Seu tempo não é ilimitado, Nina. Quando Castiel e Dean finamente ficarem juntos de verdade, você irá voltar para onde pertence. 

— Eu entendo, e quem é você? Sei que usa a imagem do meu falecido marido mas não é ele. — eu perguntei encarando aquela coisa ou pessoa que tinha o rosto de Daniel mas não era ele.

— Na hora certa, você irá saber. Até lá, tome cuidado. Sabe que seu lugar não é aqui, você está só de passagem.

— Eu tenho consciência disso. — eu respondi sentindo uma pontada de medo.

— Quando o momento chegar, tudo será esclarecido. Eu ainda cobrarei aquela pequena coisa em troca, espero que não tenha se esquecido.  

— Não esqueci, mas eu...

— Até breve, Nina.

Eu acordei assustada ao mesmo tempo em que ouvi os latidos agitados de Miracles, ele estava latindo em nossa direção e eu pude ver o medo em seus olhos. Sam também acordou e pareceu não entender o que estava acontecendo.

— Ei garoto, calma está tudo bem. Tudo bem, garoto. — disse Sam ao abraçar o cachorro e acariciar sua cabeça.

— Sam, acredita que os cachorros podem ver mais do que nós podemos, não é?

— É, isso meio que já foi confirmado cientificamente.

Acho que não consegui esconder o medo em meus olhos, já que sam se aproximou de mim deixando Miracles que agora respirava normalmente mas ainda com os olhos atentos.

— Ei, estamos seguros aqui. Esse lugar é protegido. Provavelmente ele só se assustou com alguma coisa. Não precisa se preocupar, você tá segura aqui, tá segura comigo. — Sam disse com carinho  ao me abraçar.

Eu acho que o abracei de volta forte demais e não queria soltar. Eu estava com medo, não me sentia totalmente segura e estava começando a desconfiar que havia me metido em alguma coisa perigosa.

Será que ter vindo parar aqui vale o preço que eu possa ter que pagar?