Capítulo 28: Hard sometimes

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Sugestão de música para a leitura do capítulo: Better man - Taylor Swift.


Castiel

Havia uma mulher parada na porta do bunker, Dean parecia conhecê-la e a sua expressão durante a conversa entre eles, era semelhante ao pavor. Por um momento, Dean desviou o seu olhar em minha direção e eu pude ver em seus olhos o medo que estava sentindo, não pude me conter e me aproximei deles.

— Cas, espera... — Disse Sam com um tom de preocupação em sua voz.

— Dean, está tudo bem? — Eu perguntei parando ao lado dele e encarando a mulher à nossa frente.

— Eu...eu...Cas, eu sinto muito. — disse Dean encarando o chão, sem conseguir encarar Castiel.

— Alguém pode contar o que está acontecendo? Estou ficando assustada aqui. — Disse Nina ao se aproximar de nós.

— Essa é Katherine, nós dormimos juntos uma noite e ela...ela está grávida. — Disse Dean levantando os olhos com uma expressão tensa em seu rosto.

Eu não pude esconder a minha surpresa, Dean iria ser pai. Desviei meu olhar para Nina que parecia tão chocada quanto eu, Dean mal conseguia encontrar as palavras, aquilo foi demais para todos nós.

— Nós vamos dar um espaço para vocês conversarem. Vamos, Nina. — Disse Sam ao segurar a mão de Nina e começar a se retirar. Antes de sair, Nina susurrou no meu ouvido:

— Se precisar de mim, é só falar Cas. Eu sinto muito.

Eu não sabia o que pensar, não sabia quando isso havia acontecido e nem se estava acontecendo entre esse tempo que passamos juntos, mas eu desconfiava que isto era resultado daquela noite em que Dean dormiu com uma garota, ele havia me confessado isso. Eu sabia que Dean precisava de mim, conseguia sentir a sua angústia, mas eu apenas não sabia se deveria mesmo estar ali.

— Eu acho que vou embora também. — eu disse e para minha surpresa Dean me encarou e o seu olhar parecia uma súplica, ele não queria que eu saísse.

— Não. Desculpa interromper, você é Castiel, não é? — perguntou a moça, ela era bastante bonita e possuía um olhar intenso, porém doce.

— Sim.

— Olha, eu sinto muito por vir aqui e soltar uma notícia dessas em vocês mas eu quero que saibam que eu não tenho a intenção de atrapalhar nada. O que aconteceu entre mim e Dean foi apenas um momento e essa criança é uma consequência disso, eu não vim aqui esperando que houvesse algum tipo de envolvimento entre Dean e eu, estou aqui pois não tenho ninguém com quem contar e preciso de ajuda para cuidar desse bebê, não estaria aqui se não precisasse, podem acreditar.

Eu conseguia sentir verdade naquelas palavras, essa mulher estava aqui porque já amava essa criança independente da forma com a qual ela foi concebida, ela estava aqui pois precisava de auxílio e não hesitaria em colocar a vida do filho em primeiro lugar. Eu me virei para Dean, esperando a sua resposta.

— Eu... Você pode entrar Katherine, pode ficar se quiser... eu só... Eu preciso de um tempo para processar tudo isso. Mas, eu prometo que vou arcar com as minhas responsabilidades. — Disse Dean ao se aproximar dela e beijar a sua testa, ele saiu logo após e foi para o seu quarto.

Eu e Katherine nos entreolhamos e antes que eu pudesse falar qualquer coisa, ela se adiantou:

— Castiel, eu sinto muito por tudo isso.— ela falou com sinceridade e um pouco de tristeza na voz.

— Não é culpa sua. Vou te levar até um dos quartos, assim você pode descansar. É importante descansar quando se está esperando um bebê.

Nina ajudou Katherine a se acomodar e se dispôs a ficar com ela essa noite. Quando eu disse que ia tentar falar com Dean, ela me desejou boa sorte e ao entrar no quarto e perceber o estado em que ele se encontrava, percebi que ia precisar mesmo. Tudo estava uma bagunça, algumas coisas estavam quebradas e no meio de tudo isso, estava Dean Winchester.

— Dean.

— Vai embora, Cas.

— Precisamos conversar, você não parece bem e eu...

— É claro que eu não estou bem, Cas! Eu vou ser pai e eu não sei ser isso, não é como se eu tivesse tido o melhor dos exemplos, apesar de saber que tudo o que o meu pai fez por mim e pelo Sammy foi o melhor que ele podia, eu não sei como vou conseguir criar uma criança. Droga, eu... logo agora, quando as coisas pareciam estar indo bem.

Me aproximei de Dean e sentei ao seu lado no chão, antes de começar a falar, coloquei minha mão em seu ombro, na esperança de que esse gesto o trouxesse conforto.

— Dean, você não precisa passar por isso sozinho. Eu estou com você e eu não vou sair do seu lado. Você nunca consegue ver o melhor em si mesmo, mas eu consigo ver que você criou o Sam praticamente sozinho e isso não é pouca coisa, você pode não perceber isso ainda mas eu sei que vai ser um belo exemplo para essa criança. — eu disse enquanto colocava minha mão por cima da sua, quase implorando para que ele me olhasse.

— Que exemplo eu vou ser para essa criança se estiver com...

— Com o que, Dean?

— Você. — ele disse puxando a sua mão e finalmente me encarando, seus olhos cheios de lágrimas.

Essa foi uma das coisas que Dean disse que mais me machucou. Ele me encarou e eu podia ver que se ele arrependia, que não era isso o que ele realmente queria dizer, mas era orgulhoso demais para admitir. Então, preferiu se fechar e me afastar.

— Eu preciso ficar sozinho, Cas. Vai embora, por favor! — Disse Dean com aspereza na voz.

— E pensar que nós estávamos tão perto, hoje teria sido o dia em que finalmente...

— Não existe...não pode existir um nós. Acho que é melhor nos afastarmos... eu preciso resolver essa situação... preciso assumir a responsabilidade.

— É isso mesmo que você quer, Dean?

— É o que eu preciso. — ele respondeu com a voz falhando e sem me encarar.

— Engraçado, eu achei que era de mim que você precisava, vejo que me enganei outra vez. Tudo bem, Dean. Eu  respeitarei sua vontade e irei me afastar. — eu respondi me esforçando ao máximo para não deixar as lágrimas caírem.

Dean já havia partido meu coração outras vezes, eu não entendia o motivo de esta estar doendo tanto. Quando ele me expulsou do bunker quando eu era humano, quando ele estava magoado comigo por causa da Mary, quando quase me matou enquanto era um demônio e é claro, quando eu tinha a certeza de que iria morrer sem escutar um eu te amo vindo dele. Eu saí de seu quarto sem olhar para trás, eu teria voltado em um minuto se ele me pedisse, mas ele não pediu. E isso acabou comigo.

Fanmade - DestielOnde histórias criam vida. Descubra agora