Capítulo 16

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Bryan Vicente/ Portuga

Nunca fiz uma parada dessa, trazer alguma mina pro meu barraco, só quem entrou aqui e entra é Pedro e a cunhada chata lá. Sem caô to nervoso mermo, não gosto de ninguém na minha casa e mesmo assim estou estacionado na garagem com maressa sentada ao meu lado.

Bateu uma vontade de trazer ela pra cá, ver a vista da minha laje que não é me gabando não tá ligado. A vista é de se fuder. E ela pareceu gostar muito lá na laje de cabeça, seus olhos brilharam e foi a primeira vez que não vi eles tristes e sem vida.

Isso me fez trazer ela pra cá. Quem eu quero enganar essa garota meche comigo só com um olhar, to fudido.

Saio do carro e ela faz o mesmo, sem falar nada entro em casa e vou subindo as escadas até o 3 andar onde fica a laje. A vista da varanda do meu quarto também é boa mas, meu quarto ninguém além de mim entra.

E como eu sabia os seus olhos brilharam muito mais quando viu a vista, a praia, a lua e o morro. Mas nada era mais lindo que o sorriso que ela me deu. Não me olha assim feiticeira.

Maressa: De fato a muito melhor que a outra, olha a praia da para ver tudo. Imagina isso de dia?- Falou indo mais pra frente olhando tudo admirada.

Bato para tira a poeira do sofá que fica aqui em cima. Me sento e pego um baseado do bolso e vou acendendo. Maressa fica mais alguns minutos admirado a vista até vim senta do meu lado.

Maressa: Eu gosto de olhar o céu, a lua principalmente, acho perfeito demais sabe? . - Fala e eu passo o beck pra ela que pega na hora. - Enfim obrigada por me trazer aqui, amei de verdade.

Portuga: Você não precisa agradecer linda. - Porra, linda? Sério? Que porra ta acontecendo comigo, nunca chamei ninguém assim, sério o que essa mulher tem?

Ela está me olhando com o esse olhar penetrante que me deixa perdido. Nunca vir uns olhos tão lindo. Ela desvia o olhar e fuma o beck.

Ela fechou os olhos e se acomodou no sofá, ela parece esta perdida em pensamentos. Ela da outro trago no baseado e devolver pra mim.

Maressa: Nem parece que a semanas atrás eu vivia em um inferno e agora eu to aqui vendo essa vista incrível, agora caiu a ficha que estou livre mesmo. - Falou ainda de olhos fechados e eu estava gostando de escutar sua voz e queria saber mais sobre a vida dela, mas quero que ela mesma me conte sem eu ter que perguntar.

Portuga: Você está livre e segura, nada vai acontecer com você e seu filho no meu morro. - Ela sorri, não é do mesmo jeito de quando viu a vista mas é tão lindo quanto.

Maressa: Estou segura? - Ela pergunta e eu confirmo com a cabeça e jogo a ponta do baseado fora. - Não me sinto assim a anos e Lais falou que preciso ir para um psicólogo e levar Vinícius também, meu filho disse que por ele tudo bem, mas eu não sei se consigo sabe? É difícil falar sobre tudo que passei.

Portuga: Eu entendo, falar das suas dores é como se estivesse revivendo tudo de novo. - Falo me lembrando da minha infância. - Mas essa parada de psicólogo ajuda mermo, Pedro fez e melhorou muito com o tempo, você não precisa chegar e conta tudo, é aos poucos.

Ela acena com a cabeça em concordância e fecha os olhos respirando fundo.

Maressa: Por que me sinto tão confortável perto de você?- Aquela pergunta não parecia pra mim, foi como se tivesse pensando alto.

Portuga: Você se sente confortável comigo?- Pergunto e ela abre os olhos e me encara.

Maressa: Sim! O que é estranho demais, não consigo conversar ou está perto de outro homem sem me sentir vulnerável, as vezes tenho até ataques de pânico. - Seu olhar fica triste e eu sinto vontade de lhe abraçar, mas não faço.

Ligados pela dor Onde histórias criam vida. Descubra agora