Capítulo 03

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Bryan Vicente/ Portuga 📍 Rocinha Rj

A semana foi só correria atrás de correria. Hoje é sexta o morro tá a mil. Deu tudo certo na missão, o Lk me pediu para torturar o Gordão e a Geovana e papo reto eu deixei, tava cansado demais. Dei a ele um mês longe dos corre para pensar nas merda que fez em vez de confiar no chefe.

Chego na boca vendo os vapor e os soldados trocando de turno.

Juninho: Bom dia chefe. - Falou todo cheio de sorriso, quem rir as 6h da manhã?.

Portuga: Bom dia. - Falei sério.

Juninho: Hoje é aniversário da coroa tá ligado chefe, vou na padaria pegar uma cesta de café da manhã pra ela. Comprei as coisas que faltava lá em casa de presente para ela, mas é sempre bom fazer mais tá ligado, mãe é rainha. É nós chefe vou indo. - Chegou batendo comigo e eu fiquei olhando ele vira no beco e sumir da minha visão.

Ser amado por uma mãe deve se foda, papo reto queria ter tido isso. Me deixaram numa bolsa de frente de um orfanato que nele morei até os 10. Tinha uma senhora do cão que batia nas crianças aí um dia ela começou a fica no meu pé, me levando pro porão toda noite, ela tinha um chicote que usava para bater nas nossas costas. Até hoje tenho algumas cicatrizes nas costas, não aguentei muito tempo fica lá apanhando então na primeira oportunidade fugir.

Nos primeiros meses eu nem consigo me lembrar de tão foda que foi. Fazia o que podia para ficar vivo. Os dias era bem mais fáceis que as noites, que era quando eu ficava em casas abandonadas, sempre escondido e sozinho. As noites mais dolorosas era quando não conseguia comida e nem água.

Hoje eu vivo pelo meu morro e vou morrer por ele. Posso dizer que Pedro é única pessoa que eu ainda sinto um carinho, acho que isso é o mais perto que eu vou chegar de uma família, meu morro e meu irmão Pedro.

Pego meu celular e vejo já são 11h da manhã, porra tempo passou a milhão nem percebi, o cara fica nessa sala cheio de trabalho e nem ver a hora passar o bagui é doido. Escuto meu radinho apitando e pego ele

Cabeça: Ai chefe to aqui na entrada do morro e a mulher do perigo chegou aqui com uma mina e um guri cheio de bolsa e mala pode deixa subir?.

Portuga: Pode deixa subir... Não cabeça faz melhor pega o carro aí e trás eles aqui no meu escritório.- Quero resolver logo isso que ainda hoje tenho uma reunião com o comando.

Cabeça: Beleza chefe to indo. - Desligo o radinho vendo Pedro entrar no meu escritório.

Portuga: Sabe bater não porra?- Falo sério e ele rir, ver só que comédia.

Piloto: E o baile vai ter esse sábado? To afim de curtir com a minha mulher, ficar muito louco e fuder muito quando chegar em casa. - Fala com uma cara de zé buceta apaixonado.

Portuga: Tava vendo isso agora de manhã. Ainda tenho uma reunião para ir hoje, você vai resolver as coisas do baile pra amanhã. Já fui atrás dos cantor brabo pra começar no estilo e... - Parei de fala quando ouvir cabeça batendo na porta perguntando se podia entrar - Pode Cabeça.

Pedro se levanta assim que ver Laís e abre logo um sorriso, eu nunca vir esse muleque rir tanto até conhecer essa doida.

Perigo: Tá fazendo o que aqui meu amor. - Fala beijando ela e quando olho pro lado vejo um muleque grande deve ter uns 15 anos entrando ao lado de uma mina que não dá pra ver muito o rosto pós está de cabeça baixa. E não sei por que isso me chama atenção.

Laís: Vim trazer minha amiga para o ogro do seu irmão entrevistar. - Cheia de gracinha não sei quando dei essa liberdade. - Vem Maressa senta aqui ele é feio mais não morde. - Fala e Pedro começa a rir e eu olho pros dois de cara fechada.

Ligados pela dor Onde histórias criam vida. Descubra agora