A Proposta do Homem-Fênix

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A Proposta do Homem-Fênix

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A Proposta do Homem-Fênix

As luzes vermelhas, combinando com suas penas e cabelos, e os objetos dourados, semelhantes aos seus olhos, ajudavam a mascarar Póivle em meio a tantas figuras distintas de si. Era difícil passar despercebido quando se trata de um lidaguw: um homem-fênix. Por sorte ou talvez destino, seu trabalho da noite era no Cassino Tosuhosue, o lugar onde ninguém se importava se havia um homem-fênix-do-reino-inimigo tomando drinks ou jogando cartas consigo. Em meio a tantos bêbados e viciados, Póivle era tratado como um igual e, mais do que nunca, era exatamente o que ele precisava.

Diferentemente de Póivle, sua vítima tinha a infelicidade de se destacar em qualquer ambiente que frequentasse. Portanto, no Cassino, não seria diferente: o lidaguw logo avistou os olhos verdes que procurava. O príncipe já ria com as bochechas coradas, os cabelos loiro-escuros caindo sobre o rosto, observando as cartas em suas mãos com confiança. Uma multidão de desconhecidos se juntava ao redor, com os rostos cobertos pela fumaça que ali circulava, e Póivle cortou-os para se aproximar do feérico.

Pegou uma bebida da bandeja de uma garçonete que passava por ali, degustando-a aos poucos enquanto observava o jogo e o tesouro ao redor do pescoço do príncipe: o tesouro que viajara reinos para buscar.

Fechado, foi o que Eldrey Mesjufi gritou após largar um punhado de cartas sobre a mesa e começar a arrastar um tanto de moedas, notas e jóias para perto de si. Murmúrios de raiva: ele havia ganhado e, aparentemente, aquela não era a primeira vez.

O perdedor – um ogro grande, barbudo e rechonchudo, com pele esverdeada e duas mulheres ao seu redor – levantou espumando tanto quanto sua bebida. Fadinha de merda, era o que ele dizia enquanto as garotas acariciavam-no, impedindo-o de enfiar sua mão gigantesca no rosto delicado da majestade. Assim que se afastou, Póivle viu o príncipe levantar-se – com um sorriso metido ainda em seus lábios –, ajustando seu casaco-capa preto e começando a guardar os prêmios em sua bolsa. E isso o lidaguw não poderia deixar.

— Já vai embora, príncipe? — lançou em alto tom, tentando disfarçar o sotaque, enfrentando dificuldades para não puxar a letra "r", enquanto sentava no lugar desocupado pelo antigo rival. O feérico fitou-o. — Uma pena... — Começou a revirar sua mochila. — Pretendia apostar algo de seu interesse.

Foi aí que Póivle sabia que o conquistaria. Uma coroa agora girava em seu dedo indicador: dourada, com três pedras vermelhas logo ao centro, reluzindo como chamas. Aqueles à volta soltaram suspiros impressionados, enquanto o príncipe ajustava sua bolsa, soltando as moedas que antes segurava, boquiaberto.

Respirou fundo. Póivle lançou-lhe um sorriso provocador, o único tipo de sorriso por ele oferecido, encarando-o com os olhos dourados dignos de uma fênix. Viu o feérico voltar a sentar-se e comemorou mentalmente: achou fácil.

— Sendo assim... — O príncipe começou a virar a bolsa sobre a mesa. Ingênuo.

— Não. — Póivle interrompeu seu ato, lançando sua mão para frente, para próximo àquilo que o outro estava prestes a despejar. Soltou um sorriso amarelo, afastando-se no momento em que o príncipe paralisou. — Não quero... — fitou no punhado de jóias, moedas e cédulas ainda restantes — isso.

A expressão do príncipe fechou, ajustando a bolsa por debaixo da mesa e empurrando a pilha de prêmios para ali.

— E então o que quer? — Cruzou os braços, escorando-se na cadeira com confiança. Suas bochechas ainda vermelhas pelo nível elevado de álcool, sua voz ainda turva.

Cheguei no momento certo, Póivle pensou. Apontou o queixo em direção ao objeto que o feérico usava em volta de seu pescoço.

— O amuleto. 

O Cassino Tosuhosue Onde histórias criam vida. Descubra agora