O Reino de Fogo

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O Reino de Fogo

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O Reino de Fogo

Chegamos! — Foi a primeira palavra, proferida por Ander a partir de um berro, que Eldrey ouviu ao acordar em um sobressalto, batendo a cabeça no teto do pequeno jato.

Coçou a nuca, semicerrou os olhos e juntou as sobrancelhas, ouvindo seu estômago roncar antes de emitir qualquer gemido de dor. Seus joelhos ardiam por ficarem tanto tempo em mesma posição, clamavam por uma caminhada, e suas costas estralaram ao esticar-se.

Juntou as escápulas e espreguiçou-se como pôde, voltando o olhar para frente, piscando diversas vezes na tentativa de se acostumar com a claridade do forte sol da manhã do deserto de Tauli Ja Bici. Ali, encontrou uma Puri que despertara ao mesmo tempo, coçando os olhos e tomando coragem para espiar pela janela. Estarem tão afastados do chão parecia incomodá-la. Eldrey se inclinou, tentando enxergar algo a partir do vidro central.

Algumas nuvens atrapalhavam a vista, mas, mesmo que distante, conseguiu enxergar diversos pontinhos brancos, laranjas e vermelhos sobre vastos morros de cinzas, decorando a paisagem, além de vulcões e casinhas pretas, que desapareciam perante a distância e coloração semelhante. Nada de diferente de qualquer cidade de Vihle, tirando que essa parecia ter o dobro de extensão.

As orelhas pontudas de Eldrey saltaram para cima ao escutar um som de plástico. Como cães famintos, ele e Puri lançaram olhares para todos os lados, buscando a fonte do barulho, enquanto Ander, sem modificar o foco de sua visão, levava uma bolachinha folhada para a boca.

Vucês durmiram a viage inteira — disse ao mastigar, deixando o saquinho para o lado e levando uma garrafa d'água para os lábios, dando um gole. Assim que o viu, o príncipe notou a pele parda se virar para ele, estava pálida, preenchida com duas olheiras ao redor das pálpebras. No mesmo instante, um mapa foi arremessado para seu colo. — Veja se estamos perto da casa de seu padrinho, Eldrey.

Em um salto, Puri passou a língua pelos lábios e agarrou o saquinho, virando as bolachas para dentro da boca e mastigando todas de uma vez, sem poupar nem ao menos um farelo. O feérico bufou junto do reclamar de seu estômago e ajustou o mapa perante dos olhos.

Ali, estendido sob sua visão, estava o mapa da capital de Vihle, Tauli Ja Bici, o qual Ander havia desenhado a partir de um livro da casa de Mia, com o auxílio da memória de Eldrey, que havia decorado cada ponto daquela imagem. O mapa de Tauli Ja Bici, junto do de Hebey, capital de Ecsuji, Hebey, estava empreguinado em seu cérebro, de tantas vezes que teve de vê-los em reuniões junto de sua mãe e de membros do parlamento.

Alguns dias atrás, quando ainda estavam na Boutique da Mia e não haviam sido sequestrados no caminho para Tuhhi, ou pegos em um circo macabro; no momento em que ainda estavam enrolados em cobertores na sala aconchegante da idosa, os três haviam planejado onde ficariam na capital: Eldrey, quando a dúvida lhe foi lançada, disse que seu padrinho trabalhava como espião para a rainha e morava em Tauli Ja Bici, e que ele sabia, de cor, onde a casa dele ficava, mesmo que em um mapa. Havia retirado o papel das mãos de Ander e apontado para um bairro em específico, o mesmo ponto que, agora, analisava junto de uma bússola.

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