O Primeiro Passo

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O Primeiro Passo

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O Primeiro Passo

— O primeiro pazo... — Enquanto a língua de cobra se enrolava ao pronunciar cada r, Siqui caminhava sobre um murinho de pedras. Sua capa desértica flutuava contra o vento gélido, sacudindo seus cabelos e dificultando seu equilíbrio. — É falar com o prezidente de Kanácion. E, adivinha?

Conforme a seguia, Ander se encolhia mais, batendo os dentes ao se abraçar. Ali, refletia se havia sido uma boa ideia sair com Siqui sob a madrugada de Tauli Ja Bici; estavam há poucos minutos na noite gélida do deserto e já sentia o nariz entupido.

No fim, para onde ela o levava? Nem isso ele sabia; ao ver que fora Atho que sugerira a ideia, com seus pensamentos girando em torno da discussão com Puri – arrepiou-se – e a oportunidade sendo perfeita para distrair-se, aceitara de imediato, seguindo-a sem contestar. Porque sabia que, se continuasse naquela casa minúscula com Puri falando sem parar e Eldrey respondendo desgostoso, não conseguiria segurar o choro.

Você nunca presta atenção, Ander!

A brisa o atingiu; tremeu, tendo de respirar fundo e sacudir a cabeça. Foco, Ander, foco. O que Siqui disse mesmo? Adivinhar?

Sim, deveria adivinhar algo. Então, esse passeio tinha a ver com o plano? Suas sobrancelhas juntaram-se ainda mais e um dar de ombros foi dado ao jogar o nariz curvado para ela. O vendo de cima, Siqui respondeu com um sorriso, exibindo seus dentes pontudos e cessando o andar.

Ela olhou para a frente, lançando o queixo repleto de escamas. E, tremendo ao seguir o olhar de cobra, o mais baixo parou de imediato, deixando a cabeça ir para próximo do ombro junto de uma careta.

Estavam em frente a uma grade de ferro, preenchida por graxa e com uma placa com símbolos os quais Ander não conseguia decifrar, mas sabia pertencerem ao alfabeto vihlâz. Assim que Siqui saltou do murinho de pedras, girando uma chave no indicador e já puxando a divisão, o pequeno se aproximou, ajustando a postura ao esticar-se para enxergar melhor.

Aí, entendeu para onde havia sido levado e o porquê. Seu queixo caiu e seus olhos arregalaram; as pontas de seus lábios foram para cima, e suas bochechas apertaram a visão.

— Siqui! — Segurou-se para não gritar, mordendo a boca ao dar saltinhos. O frio pareceu deixá-lo; um calor eufórico invadiu seu coração acelerado.

O primeiro passo, certamente, era buscar o presidente de Kanácion no aeroporto de Ja Bici. E, naquele momento, era justamente o local que estava atrás de uma Siqui radiante. Como não havia imaginado? Estavam diante de um ambiente quase deserto. Era o fundo do lugar, preenchido apenas por máquinas e pelas cinzas que o vento trazia. Tinha jatos aqui e ali, de cores que variavam entre vermelho, laranja e dourado, de tamanhos que iam de minúsculos a gigantes. Ander nunca havia pisado em um local como aquele – ao menos, não fora de seus sonhos –, e teve de coçar os olhos para acreditar no que via.

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