1. Aquele sorriso

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"Entre sorrisos que escondem, palavras que silenciam e corredores que ecoam, vidas que se trombam buscam encontrar-se no caos de seus próprios labirintos."

- Ei, acorde! Está na hora do remédio. Não finja que está dormindo, eu conheço todas as suas artimanhas, Han.- Era consideravelmente cedo, e a enfermeira entrava no quarto com o remédio em mãos.

Ela tinha cabelos loiros e cumpridos, podia se ver que eram maus cuidados pelo ressecamento nas pontas.

- Mas... Lin...

- Sem mais. É para o seu bem, para você sair logo daqui. Seus exames de sangue não deram uma resposta muito boa outra vez, então coma bem. - A mulher, com um rosto triste, dá um pequeno sorriso enquanto entrega o remédio ao moreno e sai às pressas do local. Han engole rapidamente o comprimido vermelho, fazendo uma careta logo em seguida. Sempre sentia uma sensação estranha aos ingerir, como se ficassem garrados em sua garganta.

- É sempre assim: "coma bem, Han", "é para você melhorar, Han"...um monte de merda, como se mudasse a minha condição - O garoto, que estava deitado na cama do quarto praticamente vazio, exceto pelos soros e remédios, se levanta-vá com dificuldade, resolvendo sair o mais rápido possível daquele quarto

Han, com o rosto bochechudo, parecia se esconder enquanto adentrava os corredores que o levavam para a "cantina" do hospital, andando com os olhos grudados nos pés.

Era rápido e ágil por ser pequeno, e como já fizera isso tantas vezes era esperto.

- Han, o que está fazendo fora do quarto? - Quando o menor ouviu uma voz familiar o chamando, não percebeu o que estava à sua frente e acabou trombando com um garoto um pouco maior que ele, fazendo os dois caírem no chão.
Tudo aconteceu tão rápido que nem se deram conta do ocorrido.

- Meu Deus... ah, oi Lin.- não sabia a que se direcionar suas palavras, ao homem a sua frente ou a sua enfermeira- Então, eu... - Antes que o menor tivesse a chance de terminar sua fala, sem olhar direito para o garoto caído com ele, estranhou a expressão da mulher. Ela estava mais séria que o normal, com um rosto estressado e preocupado.

Isso o assustava de uma forma que ele não compreendia.

Se levantou rapidamente e começou a correr sem rumo pelos corredores, tronando com outros pacientes, tomado pelo medo, deixando o outro garoto sem reação, parado no chão do corredor do hospital, enquanto murmúrios começavam a surgir entre as pessoas presentes no local.

(...)

- HAN! Você não pode sair por aí nesse estado, entende o que você fez?- sua voz era rígida e firme.- Isso poderia agravar sua situação. Houve o maior escândalo nos corredores depois que você derrubou aquele garoto! Eu posso ser demitida por deixar um dos meus pacientes se machucar ou piorar, e você pode ser expulso!- já se encontravam no quarto do mesmo, a mulher não não parecia ser quem ele convivia diariamente, andava de uma lado ao outro com as mãos segurando fortemente os próprios fios de cabelo.

- Mas oque eu fiz de tão errado?- falava em um tom mais auto que seu habitual. -Eu só saí um pouco e você veio me assustando, por isso corri de você.

- Han, você não pode sair. Eles vão te tirar daqui se você causar alvoroço. Tenta me compreender!

- Como vou causar alvoroço se eu só saí um pouquinho?- porque eu não posso andar por aí igual qualquer outro?

- Você derrubou aquele garoto no chão, e não sabe o que pode acontecer se isso virar fofoca e chegar até o diretor.

- Mas foi sem querer! O que há de errado em trombar com alguém?

Take me out of here | Me Tire Daqui- MinSungOnde histórias criam vida. Descubra agora