6. assassinato da própria alma.

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- Bom dia repolho roxo!- o loiro diz entrando no quarto e já preparando os remédios de Minho.

-Humm.- Minho estava sonolento, talvez por não ter dormido quase nada na noite passada, e mesmo depois de ter se deitado não conseguia parar de pensar em quem poderia estar lá, apenas ele poderia estar lá.

- O fujão tá com sono né?- uma risadinha poderia ser ouvida vinda do outro

- Como você sabe disso?- o sono simplesmente sumiu de Minho.

- Esse hospital rola muita fofoca querido, mas relaxa você não foi o único que fugiu do seu quarto.

- Ahn?Como assim, mais alguém fugiu?

- Sim, quando eu tava vindo pra cá um dos pacientes tava fora do quarto, o pior e que ele é proibido de sair então poderia dar muito problema. Como sou incrível salvei a vida dele.

- Como assim? Proibido?

- É só uns rumores que escutei das outras enfermeiras, que tem um passado estranho. Por isso ele não pode sair do quarto. Mas ninguém sabe o que realmente aconteceu de verdade, então eu não vô julgar o coitado, afinal ele é muito bonito.

- Que rumores você ouviu?-minho tava bem interessado em tudo oque seu amigo estava falando.

- Ele é meio que um assassino, que matou o próprio pai e a mãe dele prendeu ele aqui pra não ter que ir pra um reformatório, ele ainda não tem idade pra ser preso. São só rumores Minho, mas fora isso, ele tem um sorriso tão lindo.

- Um sorriso?- Minho estava chocado com tudo o que escutou a partir do momento em que Felix disse que esse garoto também estava fora do quarto, ele pensou que poderia ser o tal garoto que tinha se escondido e derrubado aqueles vasos, mas quando o amigo falou do sorriso mais certezas surgiram.

- É, sabe não e por nada mas ele tinha um sorriso muito bonito, pena que ele parece ser sério demais.

- Um sorriso muito bonito e viciante.- o de cabelos roxos sem nem parceber souto essas palavras.

- Minho? Como assim, você conhece o jisung? Foi por isso que você tambem tava fora do quarto hoje cedo?

- O que? Não você escuto errado, você falo que era muito bonito o sorriso dele, não paro de falar disso, então você deve tá viciado. E isso.-

- Tá ne, fico meio nervosinho, vou fingir que acredito.

- Jisung e o nome dele?

- Han Jisung. Você parece interessado, já viu ele por aí?

- Não, mas se ele for um assassino né, você tem que tomar cuidado.

- Ele e meu paciente principal, os outros enfermeiros não gostam de cuidar dele, mas não acho que ele faça alguma coisa, não deve ser verdade. Não vou julgar precipitadamente, ele deve ser apenas bipolar.

- Qualquer coisa você me conta, parece ser interessante e eu estou preocupado com você.

Felix da os remédios orais para Minho e injeta soro no acesso do mesmo.

A cada dia que se passava Minho sentia se mais e mais cansado, havia internado pra que no futuro não tivesse que dobrar a quantidade de remédios e que pudesse em fim estar curado, mas sua situação estava decaíndo e o medo de passar por tudo que já passou um dia, aumentava cada vez mais.

Minho tinha sonhos que foram desfeitos, metas que nunca foram batidas, amores que nunca pode amar como um adolescente comum, viagens que nunca fez, festas que nunca foi.

De todas essas coisas e muitas outras sempre se arrependeu de nunca ter amado de verdade, nunca ter corrido atraz do seu amor, afinal seu primeiro se foi tão de uma hora pra outra como veio. Cicatrizes foram deixadas mas que já cicatrizaram, claro medos reinam mas você deve se priorizar, o " se ame antes que amar alguém" nunca foi tão verdadeiro para Minho.

Aquilo pode ter deixado o garoto com tantos traumas que nunca passou de selinhos. Nunca beijou verdadeiramente ninguém.

A primeira pessoa quem o fez sentir o que era amor o deixou tão encurralado contras paredes, era tantas coisas para pensar agir e o medo de decepcionar  que sentia era forte, que no final acabou perdendo tudo.

 ...

A semana acabou, os dias passaram lentos e frios, estava começando o tempo onde você usa moletons quentinhos e vê filmes fofos da Disney com um grande copo de leite quente com chocolate.

Fazia umas duas semanas do ocorrido com os vasos, Minho continuava indo pra lá todos os dias, mas estava começando a ficar menos tempo. Isso preocupava Jisung.

O garoto tinha lido tudo que havia sobre o Minho na ficha, não era muito, apenas a idade, os dias em que estava internado, os remédios que tomava e que estava doente. Minho tinha uma doença, que Jisung não entendia direito.

Talvez o fato de ter perdido a memória ou que ficou muito tempo dentro de um quarto, Jisung não fazia muito ideia do que ele tinha então apenas ignorou.

O garoto sentia que aquele sentimento bom estava te enforcando aos poucos, estava com uma dor na barriga, e um medo de nunca mais o velo.

Ficariam nessa até quando, Jisung ficaria nessa até quando? Esperaria ele ir em bora pra correr atrás, começaria a dar valor aquele estranho só depois de perder todas as chances de começar algo?

Aquele dia pra jisung estava tão estranho, tinha um ar árido e pesado, seu peito doía.

Seus olhos começaram a embaçar, e uma grande falta de ar surgiu.

O garoto estava no quarto, por conta da fraqueza repentina suas pernas perderam a força e Jisung acabou caindo no chão.

Levou suas mãos à garganta como se assim o fizesse respirar normalmente de novo, mas nada funcionava.

- So..socorro.- tentava falar, mas na autura que suas palavras saiam era difícil de se ouvir.

"Pare de drama"

Uma voz estranha mas família foi ouvida.

- Mãe?- mesmo com fadiga e fraqueza o garoto exclama tentando procurar a voz, seus ombros ficaram tensos.

" Você é um verme, não merece a vida, você matou seu próprio pai!"

- Mãee, mãe eu não me lembro, me perdoa- uma grande vontade de chorar surgiu na garganta, sacudia a cabeça em negação. Se ajoelhou no chão mesmo com dificuldade e levou suas mãos acima da cabeça, pedindo perdão.

- Não me lembro, não era eu!

" Você matou seu pai, assassino, vai me matar também! Vai matar a sua própria mãe"

- N.. não, me ajuda! Preciso respirar- ele esfregava as mãos com força como se aquilo fosse ajudar.

" você merece a morte, merece ir pro inferno, ser torturado até a morte."

Jisung cambaleava e tropeçava nos próprios pés, se levantou depois de alguns tombos que deu e saiu do quarto, sua visão era muito embaçada pelas lágrimas que acabaram caindo

" Você merece pagar por tudo."

A voz ficava fraca, jisung a procura de ar e de fugir da mulher acabou correndo para o último andar do hospital.

Não sabia como a fazer parar, ela por mais que estava fraca era muito bem audível.

E para jisung só tinha uma forma de acabar com aquilo.


Take me out of here | Me Tire Daqui- MinSungOnde histórias criam vida. Descubra agora