lauren

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Meus olhos estavam fixos na tela do jogo de luta enquanto minhas mãos apertavam os botões do joystick com habilidade, mesmo assim eu estava perdendo miseravelmente para a cupido do meu lado no Mortal Kombat.

— Não é possível. – comentei e ela riu comemorando em uma dancinha estranha após vencer a 15° luta.

— É isso aí! Chora mais S/n! – disse vitoriosa ainda dançando e franzi o cenho. — Ah é, aham... – cantarolou e eu revirei os olhos.

— Não fica animadinha ok? – eu disse arqueando as sobrancelhas rindo de sua dança estranha. — É sorte de principiante.

— Não é não! – jogou uma almofada em mim e eu continuei rindo. — Aceite que eu sou melhor que você na máquina mágica.

— Se chama playstation, Camila. – ela bufou e cruzou os braços.

Que seja, eu ainda sou melhor que você.

— Aposto que não me vence no- – minha fala foi cortada pelo interfone e eu fui atendê-lo deixando a cupido se divertir com o videogame.  — Lauren? – falei ao abrir a porta e me deparar com a mulher dos olhos verdes me olhando de cima abaixo.

— Vai me convidar para entrar ou vai me deixar esperando aqui mesmo? – brincou e eu dei passagem para que a mesma entrasse, ela se sentou no sofá e suspirou. — Estava com alguém? – disse ao perceber as duas manetes sobre a mesa de centro.

— Não... – eu disse nervosa. — Só estava testando os controles. Enfim, precisa de algo?

— Na real, eu ia te chamar pra ver um filme no meu apê e quem sabe... – umedeceu os lábios, fitou suas mãos e logo depois virou sua atenção para os meus olhos. — Fazer aquilo que estamos querendo há tempos. – falou de maneira sensual e minhas mãos gelaram, eu me encontrava nervosa e formulando frases na minha cabeça mas simplesmente não conseguia dizer claramente.

— É qu-que... – engoli em seco antes de apertar os olhos para dizer mas ela foi mais rápida e selou meus lábios nos seus. No primeiro momento me vi em choque mas logo percebi o que estava de fato acontecendo.

Porra.

— Você é lenta demais! – reclamou em meio beijo e eu tentei empurra-la mas a mulher era mais forte.

— Lauren- – ela parecia não me escutar então empurrei seu torso com mais força finalmente me afastando de seus lábios. — LAUREN! NÃO! – gritei e ela pareceu me dar atenção, seus olhos que antes tinham excitação tomaram uma expressão preocupada.

— Me desculpa... – sussurrou. — Me desculpa mesmo, eu achei que você quisesse. Você não quer? – perguntou e eu neguei com a cabeça.

— É, eu queria antes mas. – suspirei passando as mãos pelas mechas castanhas. — Aconteceram algumas coisas. – me justifiquei tentando evitar de olhá-la nos olhos.

— Quer compartilhar comigo? – perguntou e eu dei ombros, eu realmente estava cansada mas a única pessoa que eu queria nesse momento sumiu.

Literalmente.

— Não, tá tudo bem. – sorri casto e ela me abraçou até escutarmos barulhos de algo se abrindo e fechando com brutalidade.

— O que foi isso? – a mulher perguntou e fomos até a cozinha conferir, Lauren ficou estática por alguns segundos tentando assimilar a cena até soltar um grito agudo. — ESSA MERDA TÁ FAZENDO ISSO SOZINHA! S/N! A JANELA! – apontou e se escondeu atrás de mim amendrontada. Dei um sorriso ladino e neguei rindo com a cabeça.

Camila.

Tinha que ser você.

— Às vezes o fantasma que mora comigo não gosta muito de visitas, aí ele faz isso. – dei ombros entrando na brincadeira da cupido e a mulher foi em passos rápidos a porta. — Lauren?

— A gen-gente se fa-fala depois! – se limitou em dizer e saiu rapidamente do local, logo depois de fechar a porta não conti a crise de risos. Uma Camila nada feliz apareceu em meu lado, mas logo se pôs a rir também.

— Você é terrível. – comentei me jogando no sofá.

— Ela te beijou a força! – disse com raiva após rir. — Ainda estou com raiva apesar de ter sido satisfatório vê-la quase se borrando de medo. – se sentou no sofá cruzando os braços. — Foi merecido.

— Talvez, um pouquinho. – eu disse a olhando de lado e sorrindo com sua feição emburrada. — Não acha que foi longe demais?

— Não. – disse convicta. — Por que? Quer ir atrás dela? – insinuou e eu revirei os olhos.

— Céus, não! – respondi e pincelei seu nariz com meu dedo indicador. — Prefiro uma certa cupido ciumenta. – sussurrei.

Eu não estava com ciúmes. – disse na mesma altura, ri de sua resposta e de toda aquela situação cômica.

— Ah não? – ela negou com a cabeça. — Entendi. – disse irônica e ela me jogou uma almofada, senti o impacto em meu rosto seguido de um grunhido de frustração de Camila.

Claro que ela estava com ciúmes.

E isso era engraçado.

Eu não sei porque está assim. – falei olhando em seus castanhos encantadores. — Eu já disse que prefiro você. – ela suspirou vencida dando um sorriso tímido.

Nossos lábios se aproximaram e quando ia beija-lá, meu celular tocou anunciando uma mensagem, grunhi em desaprovação e o peguei checando o que era.

Elise Bauman (mom #1):

S/n S/s, você não está se esquecendo do baile beneficente está?

Irei te matar se estiver!

Lembre-se, esse ano é fantasia e máscaras

Beijo, mamãe te ama <3

Suspirei em cansaço, eu havia esquecido (de novo) dessa droga de baile. Até ter uma ideia, talvez não seja tão ruim...

— Camila. – a chamei e a celestial deu sua atenção para mim. — Já esteve em um baile antes?




[n/a: oii amorzinhos! como estão?]

love is not real | cc + youOnde histórias criam vida. Descubra agora