love is not real | cc + you

i made a mistake

Passei o resto do meu plantão com as palavras de Camila rodando meus pensamentos, por vezes eu tinha meu olhar distante e sentia raiva: sentia raiva de Elise por tentar me vilanizar, raiva da cupido por ter aparecido na minha vida e raiva do meu próprio eu.

Eu não quero ser a vilã dessa história

Grunhi e apertei os olhos, vi Natasha passar no corredor mas a mulher sequer dirigiu seu olhar a mim.

— Nath! – chamei e ela me fitou porém suspirou e abaixou a cabeça voltando a seus afazeres. — Ah, qual é? – sussurrei e fui até ela. — Vai me ignorar? Quantos anos você tem?

— Foi mal você ta falando comigo? Pensei que você fosse a "dona da razão e boa demais" pra ter a minha amizade e a da Eli também. – cerrei os olhos, mas o que?

— Eu não acredito que vocês estão fazendo isso só por causa de uma transa qualquer. – cruzei os braços.

— Uma transa qualquer?! Porra, vai se foder S/n. – ela disse nervosa. — Eu sei que você sempre foi assim mas pensei que teria o mínimo de respeito pela Hailee, que ela seria diferente por tudo o que vocês já viveram juntas. – ela dizia decepcionada. — Quando conseguir ter o mínimo de empatia, me avisa ok?

Ela saiu e eu apenas fiquei lá, estática, depois daquele balde de água frio e pensando nas palavras de minha amiga. Eu nunca havia brigado com elas daquele jeito, elas sempre estiveram a par do que acontecia na minha vida "amorosa" mas parece que agora algo mudou, em certa parte eu concordo com o fato de que um sexo sem compromisso consciente de ambas as partes é o correto, porém o que eu posso fazer se eu sei que vou magoar a Hailee? Mas eu fiz ela prometer que não ia se envolver...

— Você vai fazer isso mesmo? – a voz do cupido sussurrou em meu ouvido, senti a cabeça se apoiar no meu ombro e o hálito quente provocar um arrepio em meu corpo.

— Merda Camila! – xinguei assustada com o ato e ela riu. — Fazer o que?

— Colocar seu ego acima de todos? Isso é tão importante assim? – puxei a criatura celestial para uma cabine onde os médicos geralmente dormiam e "entre outros".

— Pronto, agora podemos conversar sem eu parecer uma louca. – eu disse e ela cruzou ós braços. — Você não entende.

— O que? – ela perguntou quase num sussurro com certa proximidade devido ao espaço apertado. Minha atenção migrava para sua boca e para seus olhos, ela era tão linda mas tão irritante.

A beleza de Camila me causava náuseas

— S/n? – ela chamou minha atenção me tirando de meu pequeno devaneio. — Você ainda não me respondeu.

— Uh, eu não posso simplesmente recusar Hailee assim e também me deixa mal estar assim com as minhas amigas. – massageei as temporas. — Porra, que drama. O que eu faço? Vai me da um conselho, faz alguma coisa além de me irritar. – ela levantou as sobrancelhas e lançou um sorriso divertido.

— Seja sincera com Hailee e peça desculpas a Elise, não foi legal o que você fez com ela. – disse tranquilamente.

— Só isso? – ela acenou com a cabeça. — Ainda acho que não estou errada mas- – a cupido tapou minha boca e segurou meu rosto com certa agressividade.

— Por que você é tão babaca? – eu franzi o cenho. — Te dói tanto assumir que está errada? Hailee está APAIXONADA e você continuando a encontrá-la nessa relação vai fazê-la ter ESPERANÇAS de algo que é inconcebível pra você! A menos que você queira ter um relacionamento sério e normal com ela, então continue mas caso contrário, seja sincera. Ao menos uma vez, assuma suas responsabilidades.

Fiquei em silêncio, parte de mim relutava mas a outra parte sabia, Camila estava completamente certa. Era desproporcional eu ser alguém tão prestigiada e ter essa atitude tão irresponsável. Virei o rosto e segurei seu pulso a prendendo na parede, ela estava certa sim mas era algo que ela nunca escutaria saindo da minha boca.

— Nunca mais encoste no meu rosto assim.

Afastei seu antebraço com brutalidade e ela gemeu em dor, sai daquela sala com a cabeça virada de ponta cabeça. Fui até o refeitório aonde Elise e Natasha comiam alguma refeição e me sentei naquela mesa sentindo um silêncio constrangedor se instalar e os olhos me fitarem com curiosidade.

— Eu errei.