Eu estava terminando de me arrumar quando escutei o som da campainha atraindo minha atenção.
— Ele chegou! – Camila disse animada. — Facilita meu trabalho. – suplicou.
— Jamais. – respondi e ela me deu um olhar repreensivo. — Eu nunca vou me apaixonar, você está perdendo seu tempo comigo, poderia estar ajudando virgens que jogam RPG, acredite tem muito deles por aí.
— S/n? – disse suave e nossos olhares se conectaram, seu olhar castanho vivo eram tão singular e tão puro que por pouco não me perdi em meus pensamentos. — Espero que se divirtam.
– Ah, eu com certeza vou me divertir com aquele corpo. – pisquei antes caminhar até a porta e abri-la.
Harry tinha um sorriso casto nos lábios e estava encostado no batente da porta, passou a mão pelos cabelos e me fitou de cima a baixo.
— Você está linda. – disse com sua voz naturalmente rouca.
— Obrigada, Harry. – eu disse e ele arqueou as sobrancelhas.
— Vamos? – me ofereceu o braço e eu dei tapinhas no local negando com a cabeça deixando o homem completamente confuso. — Não gosta de romantismo?
— Não. – respondi curta e então ele deu ombros.
— Certo, anotado então. – deu um sorriso e caminhamos em direção ao seu carro.
(...)
Nós estávamos num silêncio constrangedor durante a viagem, eu fitava o visor do celular mas as horas não pareciam passar.
Eu preciso de ajuda!
— Hum, você gosta de patinar né? – perguntou cortando o clima. — Eu não sabia onde te levar então...
— Gosto sim.
Na verdade, eu odeio
— Ah, ótimo. – suspirou aliviado e sorriu fazendo com que suas covinhas aparecessem, ele era de fato muito bonito e encantador entretanto eu não tinha paciência para essas bobagens de primeiro encontro.
Por que não pulamos para a parte em que ele esta na minha cama?
— Chegamos. – disse e saímos do carro, ele ia segurar minha mão mas hesitou e a colocou no bolso da calça, parece que ele aprendeu a lição. — Eu vou pegar nossos ingressos. – assenti e o fitei se afastando indo em direção ao local das vendas.
— Ele está se esforçando S/n. – a voz da cupido soou e eu praguejei fechando os olhos.
— Que pena, não tá funcionando. – eu disse ríspida e ela suspirou. — Eu podia ter ficado em casa, eu sequer sei porque estou seguindo os seus conselhos. – bufei e ela revirou os olhos.
— Seja menos chata, tudo bem? – disse antes de desaparecer quando Harry se aproximou de mim, fomos até lugar de se equipar para patinar no gelo e ele fez questão de colocar meus patins.
Entramos na pista e eu mal sabia como me equilibrar naquela coisa o que tirou algumas risadas do homem, me segurei em seu braço procurando suporte.
— Eu te ajudo, vamos juntos. – ele disse segurando minha mão. — Certo? – concordei apreensiva, eu tinha certeza que uma hora ou outra iria acabar caindo e sendo motivo de piada no lugar, mas a insegurança aos poucos foi tomada por uma sensação boa.
Agora eu estava mais solta e tinha pegado o ritmo dos movimentos, ríamos enquanto estávamos numa brincadeira boba de pegarmos um ao outro. Por muito tempo eu não me divertia assim, porém eu quase caí se não fosse por Harry que segurou minha cintura dando um sorriso e seus olhos verdes que faziam questão de fitar os meus, "levantamos" lentamente e estávamos próximos e eu sentia sua respiração quente, alternei meu olhar entre seus olhos e lábios e enfim selei nossos lábios deixando com que minhas mãos fossem até sua nuca, as mãos grossas apertaram com mais firmeza minha cintura e nossas línguas se encontraram numa sincronia gostosa.
(...)
Acordei com a claridade e então me levantei, o moreno ainda dormia tranquilamente então peguei minhas roupas espalhadas pelo seu quarto saindo na ponta dos pés, quando fechei a porta, comecei a me vestir e a tentar "domar" meu cabelo que estava uma completa bagunça após a noite coberta de sexo selvagem.
— Muito bom dia. – a voz masculina disse e eu me assustei me virando em direção a o homem baixo e de olhos azuis que tomava seu café numa caneca e lia algo. — Você quer café?
— Hum, você tava me observan-
— Eu sou gay. – disse levantando as mãos em rendição. — Louis, melhor amigo do Hazza, nós dividimos a casa. – se apresentou e me ofereceu a mão que logo apertei o cumprimentando.
— S/n.
— Então, quer café? – levantou a caneca e eu suspirei negando com a cabeça.
— Muito obrigada, mas eu preciso ir. – eu disse antes de sair da casa do homem, peguei meu celular logo pedindo um uber.
Felizmente não demorou muito para eu chegar em casa, tomei um banho demorado e quando saí uma Camila estava a minha espera.
— Pelo visto a noite foi boa. – comentou e eu revirei os olhos me trocando na frente da anjo, se ela se incomodasse que fosse embora, eu não estava com paciência. — Uh. – disse antes de colocar as mãos sobre os olhos.
— Não é problema seu. – falei de maneira grossa.
— Tecnicamente, é sim. – respondeu e eu suspirei vestindo um roupão de seda cinza, ela tirou as mãos do rosto agora tendo sua atenção em mim.
Eu já disse que odeio isso?
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love is not real | cc + you
Fanfictionna qual s/n é uma cética que não acredita em amor verdadeiro então o destino envia camila, sua cupido, para fazê-la crer no amor e orienta-la na busca de sua alma gêmea. mas, o que acontece quando sua própria cupido se apaixona por você?