na qual s/n é uma cética que não acredita em amor verdadeiro então o destino envia camila, sua cupido, para fazê-la crer no amor e orienta-la na busca de sua alma gêmea. mas, o que acontece quando sua própria cupido se apaixona por você?
Abri os olhos sentindo a claridade me cegar, minha cabeça latejava em dor e as memórias da noite passada voltavam aos poucos, o cheiro tão conhecido por mim se mesclava com o meu pelo ar do meu quarto, fitei o corpo feminino ao meu lado que ressonava tranquilo agarrado ao meu travesseiro. Me assentei na cama ainda nua analisando as roupas espalhadas pelo chão do quarto, cocei a nuca e bocejei antes de ir em direção ao banheiro.
Após um banho, fui até o closet vestindo uma roupa social e terminei de me arrumar, observei o horário no visor do meu celular que indicavam que eu tinha tempo até chegar em meu trabalho. Então fui até a cozinha onde Hailee se encontrava apenas com uma de minhas camisas brancas sociais fazendo o café da manhã.
— Ah, você já está pronta. – deu um sorriso assim que me viu e eu franzi o cenho com a cena. — O que foi?
— Você e minha camisa. – eu disse séria e sua expressão morreu ali. — O que nós temos é apenas-
— Apenas carnal. – completou. — Eu sei, S/n.
— Ótimo. – falei ríspida e desviei o olhar dos castanhos. — Hailee- – tentei amenizar o clima do ambiente.
— Esquece ok? Eu, sei lá... – deu ombros e suspirou. — Fiz panquecas! – mudou o rumo da conversa e segurou o prato com a delícia doce.
Eu e a morena temos essa relação desde a faculdade, uma amizade com benefícios, eu posso dizer que o nosso sexo é muito bom e temos nossas regras como "nada de flores" ou "sem conchinha pós transa", tudo que evitasse o transtorno dos sentimentos. Hailee já tentou sair com outras pessoas e sabe que está livre pra fazer isso assim como eu, mas segundo ela todas as pessoas com quem já saiu são "sem graça", de qualquer modo eu não sou um monstro horrível como vocês devem estar pensando, eu na verdade me importo muito com ela.
Como uma grande amiga, é claro
Após o café da manhã agradável com Hailee, fui em direção a minha Mercedes-Benz, ser neurocirurgiã tem seus privilégios.
(...)
Era horário de almoço então tirei o jaleco e o coloquei em meu armário, logo Elise e Natasha se aproximaram, elas eram um casal de amigas e posso dizer que esse meu senso crítico os incomoda bastante já que eu me declarei uma incrédula do amor, segundo elas eu apenas não me permiti me apaixonar e sentir aquilo que eles chamam pateticamente de "borboletas no estômago".
— Já podemos ir? Eu to com fome. – Elise resmungou e saímos do prédio indo em direção ao nosso restaurante favorito que ficava metros dali, após entrarmos e nós assentarmos, começamos a conversar sobre assuntos aleatórios até meu celular vibrar.
haizstenfield lhe enviou um snap!
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
você
uau olá
haizstenfield
estou tentando te causar inveja, hoje é meu dia de folga
você
maldade stenfield
— Com quem está conversando? — Natasha tentou bisbilhotar minha conversa com a morena mas eu fui mais rápida bloqueando o aparelho.
— Eu aposto que é a Hailee. – a loira disse tomando de seu refrigerante com um olhar de superioridade passando o braço pelo pescoço de sua noiva. — Não é? – perguntou e eu grunhi fazendo com que as duas comemorassem.
— Não fiquem animadinhas. – resmunguei. — Não era nada demais e vocês sabem que o que existe entre mim e ela não passa de sexo.
— Vocês estão nessa há mais de um ano. – a morena disse dando uma risada sarcástica. — E além disso vocês não ficam com outras pessoas.
— Isso dá muito trabalho. – dei ombros. — E a Haiz não está interessada em nada além de físico comigo. – elas então caíram numa gargalhada.
— Você é lerda ou se faz? – Elise disse rindo. — Merda S/n.
— O que foi? – elas continuaram a rir me deixando com um ponto de interrogação na cabeça, desisti de entender e acabei por rir de mim mesma.
(...)
Saí do trabalho e fui até meu carro, dirigi em silêncio ao som baixo do rádio, o clima estava totalmente fechado e alguns trovões e raios podiam ser ouvidos acompanhados da chuva forte, dei ombros pensando no clima louco de Seattle.
Alguns minutos e eu estava em meu apartamento, joguei as chaves no sofá e fui até a cozinha, tirei os sapatos e o desfiz o coque malfeito dos meus cabelos que cairam pelas minhas costas, abri a geladeira tirando uma garrafa de cerveja abrindo a mesma e tomando um gole, caminhando até a sala novamente. Me sentei no sofá sentindo o silêncio me engolir, eu tinha o olhar num ponto fixo e o pensamento em algum lugar que não me dei o trabalho de lembrar.
Eu estava exausta
Muito mais exausta do que o normal, tirei o celular do bolso e ignorei todas as mensagens de Hailee. Deixei a cerveja pela metade na bancada da cozinha e tirei a camisa indo até meu quarto, tinha um bilhete na minha escrivaninha.
"toda vez que seu nome deixa meus lábios correndo imóvel, como palavras não ditas o fogo em minhas veias sonha profundamente com amor lembrando-me que eu estou viva.
(p.s: você me faz sentir viva)"
Suspirei, era de fato um verso lindo, afinal Hailee escrevia como ninguém e era colunista de uma revista de moda de alto escalão, soltei uma risada pensando em uma de suas piadas. Ela sempre fazia esses trocadilhos tendo em vista a nossa relação não convencional, guardei o pedaço de papel em lugar qualquer e me deitei apagando completamente.
(...)
Acordei no meio da madrugada com a garganta seca, me levantei e fui até a cozinha na intenção de beber um copo cheio de água e o fiz até que eu a vi deixando com que o recipiente de vidro em minha mão caísse e colidisse com o chão fazendo com que seus pedaços se espalhassem. Eu estava petrificada e meus olhos se recusavam a assimilar o que estava acontecendo ali, uma mulher extremamente linda, uma beleza que nunca havia vira em toda minha existência, ela estava sentada na bancada de mármore me analisando atentamente e ela tinha asas, asas como as de anjo.
Mas o que-
Os pés balançavam nos ar e as mãos apertavam a superfície como quem estivesse ansiosa pela minha presença, nossos olhares se encontraram e então eu senti um arrepio intenso pelo meu corpo, engoli em seco sentindo a sensação de medo consumir meu corpo.
— Quem é você? – silabei ainda com os olhos naquele ser angelical, então ela desceu de onde estava e veio até mim.
