Capítulo 44

1.2K 98 39
                                    

     Lucien acordou abruptamente arregalando o olho normal e o de metal girou procurando por Elain. Não poderia aquilo tudo ter sido um sonho.

Tinha plena certeza que não esteve sonhando. Suas narinas se dilataram sentindo o cheiro de Elain por toda parte. Seu pau latejou com as lembranças da boceta apertada em volta dele.

Ainda sonolento levantou da cama em um pulo e quase pisou em um caco de vidro. Saiu do quarto em passos lentos; andou pelado pela sala até chegar na cozinha onde Elain estava sentada em uma cadeira tomando um copo de água e comendo uns biscoitos que ele havia deixado na última vez que levou mantimentos para a cabana.

Ela abriu um sorriso tímido em sua direção, mas ele percebeu que os olhos dela estavam inchados. Como se tivesse chorado por horas.

Lucien se aproximou e deu um beijo nos lábios carnudos dela.

— Está tudo bem? — perguntou, passando as mãos pelo cabelo da fêmea.

Estavam soltos como ele gostava. Os cachos castanho-dourados caiam pelas costas pesadamente de forma desgrenhada. Absolutamente linda.

— Sim, só um pouco dolorida — ela riu, observando o corpo dele, mas não o encarando nos olhos.

Lucien estranhou aquilo, mas não disse nada. Se ela não tivesse gostado já teria dito algo...

— Temos que avisar alguém que estamos seguros. Senão irão mandar sentinelas atrás de nós — falou, olhando para a janela e vendo a entrada da cabana.

— Tamlin estava por perto... deve ter seguido seu cheiro ou o nosso. Então eles sabem que estamos bem.

As bochechas dela coraram. Lucien sorriu.

Vem! — disse, esticando a mão para ela. — Vamos tomar um banho.

Eles realmente precisavam de um bom banho depois da noite que tiveram. Elain aceitou a mão oferecida, apertando-a. Ela pegou uma garrafa de água gelada quando Lucien a abraçou por trás.

— O meu cheiro está por toda você — ele exclamou, beijando-lhe no pescoço, sentindo o aroma deles e o cheiro de sexo.

Elain riu, inclinando a cabeça para o lado dando mais acesso para ele, Lucien a soltou quando entraram no banheiro.

Ele pegou a garrafa da mão dela e bebeu a água gelada, logo soltando a garrafa em um dos armários. Ele encheu a banheira de porcelana de água fumegante e de óleo de mel e especiarias.

Lucien entrou na banheira esperando por Elain. Ela tirou a camisa dele que estava vestindo e entrou na banheira espaçosa, praticamente mergulhando e voltando com os cabelos molhados e grudados pelo rosto corado.

Ela tinha o corpo perfeito que encaixava perfeitamente em seus braços. Elain era magnífica em todos os sentidos. Seu coração apertou com a ideia de ela não querer ficar com ele, além da amizade.

O sol do dia entrava pela janela do banheiro de porcelanato branco, quando Lucien também mergulhou e sentou encostando as costas na parede da banheira.

— O que está acontecendo, Elain? — perguntou, observando-a. — Eu fiz algo que você não gostou?

Ela estava quieta com os olhos focados no sabonete de lavanda que passava nos braços. O cabelo escondia parcialmente o rosto dela, enquanto alguns filetes de luz do sol daquele dia a iluminavam.

— Eu só não gosto de lembrar dos meus poderes — ela respondeu, erguendo o olhar para Lucien. — Sempre me recordo do meu pai.

Os olhos de corça tinham lágrimas não derramadas. Seu coração pulsou de forma dolorida por ela, mesmo não entendendo a conexão entre os poderes com as lembranças do pai.

Corte de Sonhos e Luz | elucien (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora