Capítulo 37

1.2K 104 57
                                    

     Na noite do mesmo dia, Elain entrou no escritório que Lucien ficava até tarde quando não estava patrulhando. Ele estava sentado em uma poltrona perto da janela olhando para o lado de fora.

Depois da conversa com Tamlin, Elain foi para a cozinha conversar com Many deixando os machos a sós. Lucien queria falar mais a vontade com Tamlin, visto que o Grão-Senhor parecia acuado como uma fera pronta para atacar.

Elain tomou um banho e vestiu uma camisola de seda rosa colocando por cima um robe cinza-claro. Desceu a longa escada que agora estava consertada e foi até o escritório. A porta estava entreaberta quando ela colocou a cabeça para dentro.

Lucien estava segurando um copo com um líquido em tom de âmbar entre os dedos. O rosto estava virado para a janela, a meia luz criando feixes na parte marcada pelas cicatrizes.

Ele ainda estava com a roupa do dia, mas com os primeiros botões da camisa estav aberta e as mangas iam até os cotovelos expondo a pele marrom-dourada.

Lucien desviou os olhos na direção dela quando ela suspirou. Não podia negar a energia crepitante dentro dela quando estava perto do macho.

Ele a chamou com o dedo, soltando o copo na mesa ao lado dele. Elain riu ao notar o brilho malicioso em seu olhar. Fechou a porta se aproximando dele.

O cabelo longo de Lucien estava solto caindo pelos ombros largos. A luz feérica fazia aquele tom rubi brilhar em meia-noite.

— Pensei que já havia ido dormir — ele disse quando Elain sentou em seu colo.

Lucien passou o braço por baixo das pernas dela, puxando-a contra o peito. Ele cheirou os cabelos cacheados e soltos de Elain e a beijou na bochecha.

— Não consigo dormir — contou, se aconchegando nos braços fortes.

Elain estremeceu sentindo o corpo quente contra o seu. Deitou a cabeça no ombro dele e espalmou a mão na pele exposta do peito musculoso.

— O que está te afligindo? — ele indagou, encostando a bochecha contra a cabeça dela.

— Algumas coisas só, nada para você se preocupar — estava mentindo, não tanto, mas ainda era uma mentira.

Lucien afastou o rosto do dela para vê-la melhor. Pelo olhar avaliador dele, sabia que o macho estava ciente dela estar mentindo, mas não pediu explicações.

— Quando quiser conversar, estarei sempre a disposição. Para você, sempre. — murmurou praticamente uma promessa.

O olhar dele era acolhedor e sincero.

— E você? Por que ainda não foi deitar?

Elain não perguntou sobre a conversa que ele teve com Tamlin.

— Sem sono também e recebi uma carta do meu irmão. Ele quer me encontrar daqui a uns dias na fronteira das cortes.

Elain ergueu uma sobrancelha questionadora.

— Ele não disse o que queria, mas levarei Bron ou Hart comigo — deu de ombros. As mãos grandes de Lucien acariciavam seu corpo esquentando a pele em diversos lugares.

Elain olhava para o rosto de Lucien surpresa por já saber interpretar as reações dele. Ela memorizou aquele rosto há muito tempo, e não cansava de observá-lo e descobrir coisas novas. Como aquela sarda perto do nariz.

As cicatrizes no lado esquerdo eram finas e profundas. Pela primeira vez, tocou nelas de verdade, sem ser apenas toques ocasionais. Lucien suspirou e segurou a respiração como se ela tivesse fazendo algo totalmente novo.

Corte de Sonhos e Luz | elucien (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora