Capítulo 17

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      No fim do dia, Lucien estava tirando Sun do estábulo para levar até a entrada da mansão. Ele iria começar a ensinar a Elain a montar. Não pode ignorar o leve puxão no canto da boca que aquela palavra lhe trouxe.

Parecia um adolescente se divertindo as custas das outras pessoas, onde cada palavra tinha um duplo sentindo. A égua andava tranquilamente ao seu lado enquanto caminhavam até a mansão.

— Seja uma boa menina — disse ele olhando nos olhos castanhos da égua.

Ela sacudiu a cabeça balançando as crinas como se tivesse entendido. Sorrindo, Lucien olhou para o hall de entrada da mansão vendo Elain parada com as roupas de montaria.

Se não fosse Sun dar um puxão nas rédeas ele teria ficado paralisado no lugar. No alto do degrau estava ela com o cabelo castanho-dourado trançado sob o ombro, colocando as luvas de couro pretas, distraída, não percebendo os lábios de Lucien entreabertos.

Ela era linda. A fêmea mais bela que vira. Nunca havia visto nela nada além de vestidos ou camisolas. Elain estava com calças de montaria marrom, botas pretas até os joelhos, uma camiseta de linho branca e uma jaqueta também da cor marrom.

Percebendo talvez o cheiro dele, ela olhou em sua direção. Ele sentiu ser puxado por aquele olhar. Elain abriu um sorriso tímido e Lucien retribuiu também.

Eu realmente estou virando um adolescente, pensou ele.

— Está pronta? — perguntou, parando na frente dela.

Elain desceu os degraus e se aproximou dele. O cheiro de jasmim e mel preencheu seus pulmões e Lucien ignorou a faísca que acendeu no peito.

— Sim — ela disse olhando dele para a égua.

— As gêmeas não vão conosco? — perguntou girando o olho de metal para o arco do hall de entrada vendo as gêmeas atrás da porta escutando eles.

Elain olhou para trás, sorrindo. Lucien conseguia enxergar coisas que ninguém mais podia, graças ao olho fabricado para ele na Corte Crepuscular.

— Ah! Não... elas querem passar um tempo com os gêmeos — ela respondeu dando um beijo no meio da testa de Sun.

Lucien ergueu as sobrancelhas, divertido. Passou alguns dias fora e as coisas já haviam mudado por ali.

— Tudo bem — acenou, indo para o lado dela. — Vamos até uma parte da Floresta Ocidental e depois voltamos. Esse horário é tranquilo.

Elain assentiu com os dedos cruzados na frente do corpo. Depois que Helion e Thesan foram embora, Lucien continuou ajudando os outros machos a carregar madeiras, enquanto Elain junto com as outras fêmeas preparavam o almoço para todos.

— Primeiro precisamos de um apoio para você subir — ele olhou para os lados. — Suba dois degraus, vou posicionar a Sun ali.

Elain subiu os degraus e Lucien trouxe a égua para ficar parada na lateral.

— Você pode conversar com ela para acalmá-la — explicou, subindo ao lado de Elain.

Ele olhou para o lado vendo que ela batia na altura do seu coração. Se sentiu um idiota por fazer tal comparação. Elain não gostava dele nem como amigo, não deveria pensar essas coisas depois de tudo que passou nos últimos dois anos.

Elain acariciou o focinho da Sun dizendo palavras carinhosas. A égua bateu os cascos no chão e balançou o rabo grosso.

— Agora você vai segurar as rédeas com firmeza, mas não forte demais para não assustá-la. Vai colocar o pé no freio na lateral do corpo dela e pegar impulso para cima, segurando na parte de trás da sela — ele explicou apontando para os lugares de apoio.

Corte de Sonhos e Luz | elucien (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora