Capítulo 40

1.2K 101 48
                                    

     O canto dos pássaros perto da janela de Elain a fez acordar de um sono incrivelmente bom. Abriu os olhos com um sorriso preguiçoso nos lábios.

Ela soltou um gemido de desconforto quando abriu a boca para bocejar. Sua mandíbula estava dolorida, e nem por um segundo se arrependeu da noite anterior, ou melhor, da madrugada daquele lindo dia.

Elain sentou na cama olhando para si mesma. Sua camisola estava toda amassada e a renda que usava estava ainda para o lado marcando sua virilha.

Acordou do mesmo jeito que dormiu, mas Lucien não estava ali. Uma pontada acertou seu peito. E se ele não tivesse gostado?

Sabia que homens poderiam gozar sem ter realmente gostado ou apreciado a companhia. Mas acreditava que aquilo não seria o caso de Lucien...

Ontem ele estava tão entregue quanto ela, disse-lhe antes de dormir que não poderia ser apenas um amigo. E, Elain entendia perfeitamente aquilo, porque para ela, Lucien nunca de fato fora só um amigo.

O cheiro de laranjeira ainda estava nela, assim como o gosto dele. Não poderia permanecer assim, por mais que aquilo a excitasse.

Levantou da cama percebendo que o quarto estava arrumado. Franziu a testa, pois poderia ter jurado que os quadros que decoravam o quarto tinham caído. Talvez Lucien tivesse limpado antes de ir embora.

Elain preparou o próprio banho e relaxou na banheira por um tempo. Após saiu do banheiro pronta para mais um dia naquela corte.

Colocou um vestido florido e uma tiara branca no cabelo solto. Seu cabelo ainda úmido caia pelas costas em cachos, enquanto descia as escadas.

Quando chegou no vestíbulo notou uma movimentação meio estranha quando passou para o lado de fora da mansão. As sentinelas a cumprimentava e nem olhavam para o seu rosto; alguns até mesmo pareciam envergonhados.

Elain só se deu conta do motivo quando chegou perto de Many que separava algumas maçãs perto da entrada da mansão.

— Bom dia — cumprimentou.

— Um ótimo dia, não é mesmo, menina? — disse Many com um sorriso divertido.

Elain franziu o cenho olhando para os lados, e depois para a fêmea.

— Vocês escutaram algo? — indagou, levando uma mão até o pescoço sentindo a pele esquentar de vergonha.

— Escutamos o suficiente — riu a fêmea.

Elain corou no mesmo tom que os cabelos vermelhos de Lucien. Como não conseguiu controlar os próprios gemidos?

— Não se preocupe — Many lhe entregou duas maçãs. — Preferimos escutar gritos de prazer do que de ódio.

A fêmea deu um tapinha no ombro dela ao se afastar e retornar para a mansão.

Ela não precisou procurar por Lucien, sentiu a presença do macho antes mesmo de ele aparecer. Ele surgiu segundos depois de Many a ter deixado sozinha perto de um dos jardins.

— Bom dia, minha senhora — a voz profunda e aveludada de Lucien soou perto dela.

Ela abriu um sorriso, mesmo que a mandíbula ainda doesse. Sua pulsação acelerou e o cheiro de laranjeira com promessa de dias calorosos chegou até ela com tudo.

— Bom dia, meu senhor — Elain provocou em resposta, girando e dando de cara com o macho mais lindo que já vira.

Lucien estava alguns metros dela com um sorriso sagaz nos lábios cheios. O cabelo vermelho estava solto, caindo pelos ombros largos e pela camisa em tom de branco cremoso.

Corte de Sonhos e Luz | elucien (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora