05 Eu, Jungkook e Tae

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Eles querem falar...

Nossa história mal começou, a tanto a dizer, tantas coisas boas e ruins vão fazer parte de nossas vidas...o passado ainda escondido...sinto uma pressão em meu peito. Minha vida vai se transformar depois do casamento, mas não só a minha, a de Tae também e no futuro ainda mais distante afetará meus irmãos e talvez a ilha. Há um mundo escondido na montanha e temos de desbravá-lo, ou ele simplesmente irá nos engolir. Talvez por isso essa queimação em meu peito, que chega a sufocar. Agora é só o começo e precisamos falar, desabafar um pouco.

💜 O Alfa Lúpus 💜

Jungkook

Meu nome é Jeon Jungkook. Eu tenho 28 anos. Sou o que chamam Alfa Lúpus. Desde que me conheço por lobo vivo nesta ilha isolada do resto do mundo. Só sei da existência de vida fora daqui, por que meu pai conta. Ele tem uma grande empresa no continente. Tão distante daqui que parece outro mundo, na verdade é.

Fui criado pelos Lobos da Montanha, no sistema antigo, então, a maioria dos garotos da Aldeia, da minha idade sempre tiveram medo de mim, resultado, sou uma criatura solitária. Ser Lúpus pode ser bom e ruim ao mesmo tempo. Bom porque, com certeza, sou a criatura mais forte da Ilha, bem, daqueles que o povo conhece, pois há coisas que os habitantes desse lugar nem imaginam que exista.

Fui alfabetizado e educado em minha própria casa. Meu pai nunca me permitiu viver na Aldeia e depois que cresci e compreendi um pouco da vida e de minha responsabilidade como um Alfa Lúpus, entendi que meu lugar é na montanha.

Sempre vivi muito bem sozinho, mas há alguns anos meu pai tem me atormentado com a ideia absurda de casar. É minha obrigação gerar descendentes. Sempre achei o casamento uma estupidez. Me prender por toda a vida a um único ser, que com certeza será dependente de mim para sempre. Sendo eu um Alfa não aceitaria diferente. Isso quer dizer, que além de cuidar da minha própria vida, o que já é difícil, ainda serei responsável por mais alguém e se tiver filhotes, pior ainda. Sei como os filhotes podem ser insuportáveis, pois eu fui um deles.

Bem. Faz uns quatro anos o pequeno ômega dos Park quase foi abusado por um lunático e eu fiquei revoltado por não ter percebido. Eu estava nas cavernas, e quando vou para lá, simplesmente o mundo humano deixa de existir. Por um lado foi bom não saber, pois eu teria estraçalhado o desgraçado que tentou abusar do ômega e acho que isso não seria muito bonito aos olhos dos normais. Me senti responsável por ele. Algo em meu instinto dizia que ele quase tinha morrido por minha culpa, então tentei compensar isso, acompanhando sua vida, de longe, é claro.

Depois disso comecei a cuidar o lobinho loiro de longe, com o cuidado suficiente de nunca deixar ele me ver, mas de tão longe tudo que conseguia ver era o quanto era pequeno e loiro. Eles construiram uma cerca de troncos imensa, então, eu um poderoso Alfa Lúpus preciso, muitas vezes, trepar em árvores, feito um macaco, para enxergar melhor. E já levei vários tombos, porque sou um lobo e não um macaco. Com o passar dos anos, o desejo de ver o rosto dele de perto foi se intensificando. Mas ele só saia de casa para ir à escola e a igreja e do lado de fora de casa estava sempre coberto por mantos. Uma chatice. Sabia que ele era bonito, mais do que isso, quando eu ia no Bar, na Aldeia, sempre ouvia os alfas falando da beleza dele. Mas o que me irritava era a forma grosseira com que aqueles idiotas falavam do pequeno. Sobre o quanto tinha uma bunda gostosa e o que gostariam de fazer com ele quando estivesse no cio. A mãe do ômega é super protetora e o veste com roupas largas, por causa dos tarados que acabei de falar e também o cobre com aqueles mantos. Ela fez o branco, cheio de desenhos inspirados no oceano. Sei o quanto ele ama este manto, tem seu cheiro, e é meu agora.

Há um ano meu pai veio me visitar e me mandou escolher um alguém para casar. E isso foi uma ordem. E a ordem também veio da montanha. Só há um lobo que me interessa, o que eu protejo. Quando estou ridiculamente pendurado feito macaco naquelas árvores exalo meu aroma de alecrim tão forte até ele sentir. Muito forte para quase afogá-lo, e o objetivo é esse, marcá-lo com meu cheiro. Quero que o pequeno só reconheça o aroma de sua família e o meu. E o meu é o dominante, desde cedo quero que saiba quem é o seu senhor. Já ouviu falar nisso? Não! Pois bem, esse poder existe e eu o uso muito bem no pequeno lobo. No último ano, deixei-o tonto. Eu o vejo aspirar o ar e deitar sobre a grama, bem tontinho, sentindo meu cheiro, e é assim que gosto, assim que deve ser. E vejo o irmão protetor ampará-lo. É um bom irmão.

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