33 - Os Terríveis e o Ômega Supremo

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- Ahhh!

Ouvi o grito de Jimin e levantei de supetão. Eu dormia ao lado dele, lhe dando meu calor.

- Ahhh!

Ele sentou na cama e colocou a mão na barriguinha. Por tudo que é mais sagrado, eu conhecia perfeitamente aquele som, o filhote estava nascendo. Nascendo com apenas seis meses, de um ômega febril e sem forças.
Eu não estava só, Lisa e o médico estavam comigo.

Jimin sentou na cama com os olhos arregalados. A dor expressa em sua face. Não tinha volta, o filhote ia nascer e eles sabia disso.

Eu o abracei, enquanto ele gritava de dor e medo.

- Não! Naaão! Ainda não, filhote! - era uma súplica.
Se abraçou em mim gritando em resposta a mais uma contração.

- Prepare tudo, Lisa. - o médico gritou.

Não demorou para Taemin, Jisoo e Jennie chegarem, assim como os irmãos.

- Alfas, fiquem lá fora. - o médico gritou.

Jimin gemia e pedia, implorava - Filhote, espere, espere. Ahhhh! Por Deus! A dor, Jungkook!!!

Eu o abracei forte. - Está tudo bem, Lobinho, tudo bem. Segurei seu rosto e o fiz me olhar. - Fique calmo, está bem! Precisa ficar calmo. Respire. Lembra como é?

Ele começou a respirar pausadamente. Me olhava com os olhos arregalados e cheios de lágrimas.

- Dói, Kookie! Tá doendo forte. - gemeu.

- Eu sei, meu amor, eu sei. Mas lembra como você foi forte com os quadrigêmeos?! Vai dar tudo certo.

- Mas ele não pode nascer ainda, Kookie, não está pronto, é pequeno demais...falava e gemia de dor.

- Está tudo bem, eu vou ajudar você, meu amor.

A respiração entrecortada dividia espaço com as contrações poderosas.

- Dói mais que dá outra vez, Kookie.

Ver Jimin sofrer me arrebentava por dentro. Doía mais devido a fraqueza dele. Era só olhar para aquele corpo magro e pequeno, para entender o motivo de sentir tanta dor.
Tudo estava extremamente limpo e organizado naquela sala, até a cama que dormíamos.

- Vamos fazer tudo como da outra vez, doutor?

- Sim Lisa.

Híbridos trazem seu lobo dentro de si e eles precisam do contato físico, da troca de calor e energia. Então, deixar o alfa presente na hora do parto, traria mais segurança e conforto ao ômega. Eu me despi e fiquei só de box para receber Jimin entre minhas pernas. Mas dessa vez ele estava agitado, febril, meio delirante. Comprimia o corpo.

- Não vou deixar ele sair, falava gemendo. - Não está na hora.

- Jimin! Me escute, o médico falou, a natureza é que comanda a vida. Não há como prender o bebê dentro de si. Vai machucá-lo.

No mesmo instante ele aliviou a pressão, olhando o médico e chorando.

- Não quero machucar meu filhotinho, choramingou.

Por Uno não aguento mais ver meu ômega sofrer. Eu o coloquei nu entre minhas pernas e o ajeitei na posição ideal ao parto. Tão pequeno, ele e sua barriguinha. Eu sentia sua dor e sua fraqueza.
Era apenas um filhote, mas não foi como da outra vez. Eu vi Jimin gemer por horas, só contrações e nada de filhote. Eu o abraçava, aquecia, passava a mão em sua barriga, conversava com o filhotinho.

- Não tenha medo, pequenino, nós já o amamos. Pode vir. Ajude seu Omma, ele não aguenta mais, por favor.

Cobri o corpo de Jimin com um lençol suave e depois de horas de dor, ele parecia por um fio de cansaço. Dor, dor e dor. Conseguiu tomar um pouco de suco de maçã. Adormeceu e acordou algumas vezes. E acordava por causa da dor, das contrações e não podia tomar remédios, pois era alérgico, então foi uma longa noite de sofrimento e agonia.

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