Sobre Lobos

28 Yebin

Voltei, Piticos! 💜

Jackson...

- Jimin!

- Senhor! - ele se virou e me olhou com seus olhinhos azuis tristonhos. Está tão pálido e os dias frios impedem qualquer tentativa de sair para o pátio da casa.

- Venha pequenino. Já é tarde.

- Eu não terminei de lavar os pratos, senhor.

- Deixe, pequenino. Só venha. - bati com a mão em minha coxa. Logo ele estava sentado em meu colo, encolhido, silencioso e sem me olhar. Eu o encostei em meu peito, acariciei seus cabelos macios. Não demorou para ele adormecer. Nunca vi um ser tão frágil.

Ensinei muitas coisas ao pequenino, pois ele não sabia nada. Suas mãos são lisinhas e macias, como os ricos querem os ômegas, mas o meu aprenderá as tarefas. Coisas como cozinhar e costurar, arrumar a casa. Ele só sabia cortar legumes e esquentar água. Ele me obedece, é verdade, mas quase não fala. Não bato mais nele. Na verdade, eu me arrependi do que fiz. Acho que descontei nele uma raiva sobre o que vivi mas ele não tem culpa. Ele é tão frágil, tão delicado, seu cheiro, seu rosto, seu corpo, são enebriantes. Eu achei que o forçaria a ficar comigo, de qualquer jeito, mas agora que o tenho, sinto que jamais seria capaz de forçá-lo a transar, porque eu o amo. Mas não sou santo, dormimos na mesma cama, gosto de observar seu sono, escovar seus cabelos, agora tão negros e curtos. Às vezes, eu o coloco em meu colo e embalo seu sono, como um bebê, gosto de beijar sua boca levemente quando ele está dormindo, e quando o desejo me enlouquece, vou para o banheiro e me masturbo. Não sei até quando vou aguentar e não sei em que momento mudei, talvez quando ele me implorou para parar de bater nele, minha loucura tenha diminuído. Eu o olhei, jogado ao chão, cheio de hematomas e pensei em que tipo de criatura eu tinha me transformado. Eu não quero ser um monstro, mas não quero ficar longe dele. Mesmo que ele nunca me ame, nunca queira transar comigo, ainda assim, eu o quero ao meu lado, para sempre.
Faz dois meses que o tenho e me sinto mais calmo. É como se ele tivesse o poder de tirar minhas dores. Eu sei que ele sofre, já o observei chorando escondido no banheiro. Ele pensa que eu não vejo, mas meus olhos vêem tudo. Sim, eu sou egoísta, talvez louco, mas não ligo, ele vai se acostumar e quem sabe um dia tudo fique tão distante para ele, que não passe de lembranças vazias e borradas. E então, quem sabe ele me dê uma chance. Mas sei que isso vai demorar. Mas não importa, eu o tenho, ele é meu ômega e será para sempre.
Eu nunca tive um ômega. Na verdade, nunca tive ninguém, pois dediquei minha vida a pensar em Jimin. Não sabia que os ômegas eram tão delicados. Ele é sensível até para comer. Além de comer pouco, seguido vomita, tem tonturas e febre. Meu pequenino precisa de cuidados constantes. E eu estou aqui ao lado dele.

🖤

2 meses sem Jimin

- Appa!!

- Oi pequeno Soobin. Venha no colinho de seu Appa.

- Eu posso?

- E porque não poderia, filhote? - falei já o pegando no colo. Está sendo difícil para Soobin. Ele é bem pequeno e o mais infantil dos irmãos. Diferente dos outros alfas, Soobin é apenas um menino de seis anos que gosta de brincar e ser feliz é um pouco teimoso, na verdade, era. Agora ele é um menino triste.

- Você ainda me ama, Appa?

Passei a mão em seus cabelos. Entendi o que ele quis dizer.

- Sim, Soobin, eu o amo.

- Mesmo depois do que fiz?

Então, em dois meses, Soobin amadureceu uma vida. Como posso condená-lo, sendo apenas uma criança? Quando a culpa de todo o sofrimento que estamos passando é exclusivamente dos adultos que planejaram essa crueldade. Ele errou, sim, mas não foi intencional. Soobin ama seu Omma. Impossível não amar Jimin. Ouço o relato dos filhotes. Eu peço para que eles repitam o quanto seu Omma foi corajoso, o quanto se doou por eles. Oh Uno, a dor que sinto dilacera meu coração. Meu Lobinho, meu pequeno ômega, meu bebê. Só peço aos espíritos da floresta, que protejam meu Jimin. Dois meses.